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EvilFiles – Resident Evil Revelations

Na E3 de 2010, os fãs eram pegos de surpresa pelo teaser de anúncio de um novo título da série Resident Evil, e mais uma vez, exclusivo da Nintendo. Porém, dessa vez não se tratava de um console de mesa, mas sim do portátil 3DS, que seria lançado no ano seguinte. O anúncio de Resident Evil: Revelations dividiu opiniões por parte dos fãs, que ao mesmo tempo estavam muito curiosos pela proposta apresentada, voltada ao mistério dos clássicos, e preocupados em mais uma vez perder a oportunidade de jogar, devido à exclusividade. A ideia era aproveitar os recursos em 3D do console para gerar uma maior imersão na trama, com corredores e espaços apertados, diferente das grandes áreas dos títulos principais.

Apesar do “problema” da exclusividade, a proposta do game não poderia ser melhor: trazia uma história com foco em exploração de cenários, backtracking, um clima de suspense, deixando de lado a ação frenética, além de trazer de volta os dois principais nomes da série: Jill Valentine e Chris Redfield. Um prato cheio para todos os jogadores veteranos, que acompanharam os primeiros títulos.

Plataforma inicial e ano de lançamento: Nintendo 3DS, 2012

Desenvolvedora: CAPCOM

Publicadora (s): CAPCOM e Nintendo

Gênero: Survivor Horror

Diretor: Koushi Nakanishi

Produtor (es): Masachika Kawata, Tsukasa Takenaka e Takayuki Hama

Número de jogadores: 1 (campanha) e 2 (modo de Raide)

Lançado em janeiro de 2012, Revelations traz mais uma vez os veteranos Chris e Jill, além de novos personagens, e conta a história de investigação do suposto ressurgimento de uma organização terrorista, ocorrendo a maior parte do gameplay a bordo de um navio, o Queen Zenobia. Nesse jogo, também descobrimos as origens da BSAA, que se torna uma organização importante para a história da série, permanecendo presente nos títulos seguintes. Apesar de ser um Spin-off, é canônico (ou seja, sua história faz parte dos acontecimentos oficiais da série), e ocorre entre os títulos Resident Evil 4 e 5. Sua história se desenvolve entre os anos de 2004 e 2005.

Um ano após um atentado terrorista realizado pelo grupo Veltro ter dizimado a cidade de Terragrigia, Jill recebe coordenadas do suposto paradeiro de Chris, a bordo do navio Queen Zenobia. Ao passo que a investigação se torna uma armadilha, é a vez de Chris partir em seu resgate, partindo da exploração em áreas remotas na Europa a três navios idênticos. Acompanhamos trechos nos capítulos que ocorrem antes da história principal, a fim uma compreensão gradual do enredo. Vemos uma trama que, ao contrário dos títulos voltados para ação; mistura o clima de tensão – com poucos inimigos e jogabilidade focada na exploração de puzzles – a uma trama consistente, repleta de conspirações políticas, traições, e referências à obra literária A Divina Comédia, do poeta italiano Dante Alighieri.

Diferente dos títulos até então, Revelations adotou o formato episódico em sua narrativa. A trama dividida por capítulos já havia sido vista nos RE4 e 5, mas aqui ao chegarmos no final de um episódio temos uma prévia do que acontecerá no seguinte, bem como uma revisão do anterior. Esse formato de construção, além de ajudar a se ater à narrativa, tem uma explicação mais prática: a bateria do Nintendo 3DS dura de 3 a 5 horas, levando o jogador a parar de jogar após um tempo para recarrega-lo. Então a solução estava em dividir a história em porções menores, ao mesmo tempo que estimulasse o avanço do jogador.

Os gráficos do jogo são dignos de elogio, fazendo um bom aproveitamento da capacidade do portátil da Nintendo. O modelo de personagens e inimigos, apesar de não chegar ao nível dos vistos em Resident Evil 5 (por limitações técnicas), também eram bem trabalhados, com uma movimentação fluída e atenção aos detalhes de movimentação facial e fala. Contando com corredores estreitos e locais com névoa no chão, a aparência do jogo de uma maneira geral se mostrava imersiva, especialmente quando ativados os recursos 3D, com parte dos elementos vistos fora da tela. Em contrapartida aos personagens, entretanto, os cenários não apresentavam grandes variações (devido às próprias locações do jogo), e as texturas usadas não têm grande detalhamento, o que os tornam por vezes esquecíveis.

O esquema de câmera usado é basicamente o mesmo visto desde Resident Evil 4. A câmera tem movimentação constante, acompanhando os personagens, porém não com uma visão por cima do ombro, mas um pouco mais afastada. Também é possível movimentá-la parcialmente para os lados, com o uso dos gatilhos superiores. A movimentação de personagem segue o estilo semi-tanque, também semelhante aos títulos principais da época; sendo familiar aos jogadores e funcionando bem no estilo de jogo, que alterna entre exploração e pequenas partes de combate.

Uma grande novidade apresentada pelo título foi o meio próprio na personalização de equipamento. O modo campanha não faz mais uso de pontuação para o upgrade de armas, mas ao invés disso, encontramos cases que modificam diferentes atributos nas armas que são achadas pelo cenário. Cada arma conta com um número de modificações possíveis, e combinar as armas com diferentes atributos rende um equipamento adequado ao estilo do jogador; que pode investir mais em cadência de tiros, poder de fogo, ou até mesmo facilidade para matar um tipo específico de criatura.

Além da campanha, temos um modo extra, também inédito. O “Modo de Raide” é uma releitura do modo Mercenários, em que percorremos locações presentes na campanha, enfrentando um número limitado de inimigos e usando diferentes personagens. Ao invés de focado em tempo, nesse modo buscamos limpar o cenário, eliminando todos os inimigos e obtendo uma pontuação no final, que é aumentada se conseguirmos os seguintes requisitos: deixar o personagem em um nível semelhante ou abaixo do recomendado pelo level, matar todos os inimigos e não ser atingido nenhuma vez! Além de desafiador, isso estimula o jogador a sempre dar o seu melhor, para obter o máximo de pontuação. E por falar em pontuação, ao contrário da campanha, nesse modo ela não é apenas presente, mas também fundamental, para a compra de novos equipamentos.

Resident Evil Revelations foi bem-recebido pelo público e pela crítica, com uma média de 82/100 pela Metacritic. Na E3 de 2011 foi nomeado pela IGN como o melhor jogo de 3DS, e listado entre os 30 games mais aguardados de 2012. Ela também elogiou a edição de som , dizendo que a Capcom “masterizou” a capacidade de alternar entre o uso de trilha sonora adequada e momentos de silêncio para criar tensão no jogador. A Eurogamer considera o título o melhor do portátil, elogiando a iluminação e partículas, ao passo que a Gamer Informer destaca a estrutura episódica e ritmo de jogo. No lançamento, foram elogiados principalmente o resgate de elementos clássicos que definiram a franquia e a capacidade de personalização dos equipamentos, e ao longo do ano de 2012 Revelations vendeu quase 300 mil cópias no Japão, e 122 mil cópias nos Estados Unidos apenas nos 3 primeiros meses. É considerado um sucesso comercial, mesmo tendo ficado um pouco abaixo das expectativas de vendas da Capcom, considerando os custos de produção.

Por outro lado, as principais críticas se dão pela falta de variedade de inimigos e inteligência do personagem de apoio. A Gamer Informer aponta o número limitado de inimigos quando comparado aos outros jogos da série, além de considerar as adições de Quint e Keith como as piores na série até então. Já o canal G4, criticou na época a inteligência artificial dos parceiros ser praticamente nula. Em acordo, a IGN ressalta que a presença constante de um parceiro torna alguns momentos menos assustadores.

O lançamento ocorreu dois anos depois do anúncio, em janeiro de 2012. Porém, devido ao apelo dos fãs e a boa vendagem, apenas um pouco mais de um ano depois, recebeu um port em HD para os consoles de mesa; Playstation 3, Xbox 360, Wii U, e PC. A versão atualizada trouxe também novas armas e personagens para o modo de Raide, além de uma nova dificuldade, que também altera a localização de itens. Apesar de não contar com recursos em 3D, essa nova versão rendeu críticas mistas a positivas. A IGN dá ao port uma média de 7.5/10, evidenciando os gráficos datados, ao passo que a Eurogamer o premia, por ainda conseguir se destacar de forma positiva dos títulos da série na época.

Em fevereiro de 2014, todas as versões combinadas venderam um total de 1.1 milhões de cópias. E seguindo a estratégia de mercado atual da Capcom, no último dia 29 os consoles da atual geração, Playstation 4 e Xbox One receberam um novo port, agora em 1080p, com todo o conteúdo DLC incluso de suavização nos movimentos. Também foi lançada uma versão para o Nintendo Switch.

Em uma época que Resident Evil havia abraçado totalmente a ação, Revelations foi uma proposta mais do que bem-vinda para todos os fãs old-school. A ideia de resgatar os elementos que definiram a série, como puzzles e um ritmo mais lento, além de trazer os dois personagens favoritos do público, foram um acerto em cheio da Capcom. A receptividade favorável do título abriu espaço para o port em diferentes plataformas. E dos frutos do sucesso do título, surgiu uma subfranquia. Em 2015 foi lançado Revelations 2, agora contando com Claire Redfield e (o mito!) Barry Burton. Ainda não sabemos o que aguardar no futuro, mas que venham mais revelações!…

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