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Conheça “Observo”, jogo survival horror brasileiro que merece uma chance!

Observo é um jogo de terror brasileiro que pode até ter passado despercebido e por isso estamos aqui para te contar um pouco sobre esse jogo e porquê você deveria dar uma chance para esse conto jogável.

Desenvolvido pela SpaceZeta Games e lançado em outubro de 2022, Observo é um jogo de survival-horror que faz homenagem aos clássicos de PS2 e, mesmo contando com todos os elementos icônicos desses jogos, ainda deixa espaço para que o jogador encontre novas estratégias de combate e exploração.

Vale aqui, entretanto, um aviso: se você espera por gráficos fotorrealisticos, efeitos de luzes e som de outro nível ou roteiro com várias camadas de complexidade… é melhor procurar outro jogo. Observo traz uma história simples em uma ambientação detalhada e inclusa, mecânica simples e trilha sonora muito boa. A experiência como um todo é como estar jogando uma mistura de Silent Hill com Resident Evil em um PS2 numa tv de tubo, e não por que o jogo é ruim, ou mal acabado, mas sim pois ele se inspira nessa estética e a segue durante todo o gameplay.

Os elementos brasileiros do jogo são muito visíveis desde o começo até o fim, eles estão presentes na história, nos personagens, nos cenários e até na música, o que traz uma ótima imersão e nostalgia para aqueles que já passaram festas de família naquelas cadeiras e mesas de plástico ou, até mesmo, para lembrar daquelas noites em uma pousada em uma cidadezinha do interior. Os cenários são extremamente detalhados e cada pequeno detalhe te abraça e te prende no jogo, mesmo que muitas vezes o ambiente possa ser ameaçador, ou mesmo com os puzzles, que podem parecer complicados a princípio, mas a sensação de resolvê-los é tão boa que você precisa se dedicar, e no fim vem aquele sentimento de superação. A sensação clássica e essencial de survival-horror.

 

Você pode completar o jogo em poucas horas ou demorar um pouco mais, mas a experiência em si é como estar jogando um conto de terror. O jogo é uma ótima pedida para aquelas tardes de domingo tediosas.

Nós da EvilHazard conversamos um pouco com a desenvolvedora, Ana Rocha, e perguntamos sobre suas inspirações e como foi o processo de desenvolvimento do jogo.

“As minhas inspirações para Observo podem ser bem óbvias para quem é velho fã do gênero: os antigos Silent Hill, Resident Evil, com um pouquinho de Fatal Frame no meio também. Basicamente eu quis tentar recriar a experiência de jogos de terror da época do PS2 (que foi o primeiro console que eu tive), que é um tipo de experiência que jogos de terror atuais super-realistas não conseguem reproduzir, mas também não chega a ser tão retrô assim quantos os jogos estilo PS1. Como Observo também foi o meu primeiro jogo comercial, eu achei que fazer as coisas nesse estilo pudesse aliviar um pouco da carga de tentar fazer um jogo realista moderno sozinha, mas acontece que um jogo estilizado também tem suas próprias dificuldades, haha. Como por exemplo, engines atuais (ou pelo menos a que eu usei, a UE4) parecem terem sido feitas com jogos realistas atuais em mente, então tive muita tentativa e erro na hora de tentar fazer com que o jogo lembrasse um de PS2, e confesso que dei umas trapaceadas usando recursos modernos pro jogo ficar um pouquinho mais bonito.”

“Sobre o desenvolvimento em si, Observo foi realmente uma experiência de aprendizado em game dev, sobre o que fazer e o que não se deve fazer na hora de desenvolver um jogo. Várias decisões que eu fiz no que se diz ao game design do jogo eu já não faria novamente, decisões que foram a origem de vários pontos fracos de Observo e que espero corrigir, ou pelo menos fazer diferente, num futuro projeto. O problema foi que essas decisões faziam parte da base do jogo (como o combate e o level design), e quando finalmente me toquei dos seus problemas já era tarde demais de mudar sem refazer tudo de novo (e olha que eu já tinha feito isso uma vez, começado quase tudo do zero!) e me desmotivaram um pouco durante o desenvolvimento… mas também não adiantava ficar presa a um só projeto esperando chegar à perfeição, então fui com força e vontade pra terminar o jogo, dando umas ajustadas onde possível, e agora eu quero partir pra outro projeto e fazer melhor.”

A desenvolvedora, Ana Rocha, também falou um pouco sobre lidar com o projeto sozinha:

“Já em relação à parte de desenvolver o jogo sozinha, então, não recomendo hahaha. O negócio é que eu sou teimosa e gosto de atuar em várias etapas diferentes do desenvolvimento, mas definitivamente descobri quais são as áreas em que eu realmente não tenho muita afinidade. Foi pela falta de recursos que eu tive que me virar sozinha mesmo, apesar de que não nego que foi uma boa experiência poder desenvolver habilidades em todas essas áreas, mas eu realmente irei considerar algum tipo de crowdfunding para o futuro, para poder aliviar a minha carga de trabalho.”

Observo realmente merece uma chance, por todas as razões já ditas e também para motivar mais produções incríveis como essa em solo brasileiro!

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