A franquia Resident Evil sempre foi sinônimo de sucesso. Na década de 90 por exemplo, a cada jogo lançado, as críticas eram mais e mais positivas. Com a popularidade em alta, a empresa tentou “inovar”, tentou apresentar algo novo no universo da série. Tentou transformar o survival horror em um “First Person Shooter Survival Horror”… e assim nasceu Resident Evil: Survivor (ou BioHazard: Gun Survivor no Japão).
Plataforma inaugural e Ano de Lançamento: PlayStation, ano 2000
Desenvolvedora: Capcom Production Studio 2 (versão para PS1)
Publicadora: Capcom
Gênero: Survival Horror – Light Gun
Número de jogadores: 1
Resident Evil: Survivor foi lançado no começo dos anos 2000, para PlayStation 1 (futuramente foi lançado pra PC). No game, você controla Ark Thompson, amigo de Leon S. Kennedy enviado a uma base da Umbrella Corporation, chamada de Sheena Island, para investigar sobre a gigante farmacêutica. Já sobrevoando o local, ele sofre um acidente em seu helicóptero, que cai. Escapa dos destroços com vida, mas sem se lembrar de nada, se deparando com uma localidade tomada pelo caos, cheia de criaturas zumbis contra as quais ele deverá lutar, enquanto se esforça para se lembrar quem ele é e o que ele está fazendo ali. O curioso é que todos os vivos da ilha, ao encontrá-lo, insistem em chamá-lo de Vincent, fato que o confunde e que o faz pensar que é um monstro, uma vez que todos os vivos que estão na ilha ou fogem dele, ou tentam matá-lo.
Na época do lançamento do jogo, games como The House of Dead ainda faziam muito sucesso nos arcades japoneses, portanto, de certo, a CAPCOM entendeu que sua “inovação” na franquia de horror se sairia bem. A jogabilidade de RE: Survivor é em primeira pessoa e é possível, inclusive, jogar usando a “Namco GunCon” (apenas nas versões japonesa e europeia do game), o que aumentava a sensação de imersão no jogo. O jogo tem a mesma linhagem de inimigos de Resident Evil 2, com os mesmos tipos de zumbis e outras criaturas como Lickers e alguns Tyrants, trazendo ainda o original Hunter do primeiro Resident Evil e mais dois inimigos novos sob a forma da UT Unit (Umbrella Trashsweeper ou UnderTaker), que são soldados armados com metralhadoras criados artificialmente, e os Hypnos T – Type, um novo modelo do Tyrant que entra em mutação aparecendo de diferentes formas.
A maioria das armas do jogador são pistolas, como a Glock 17 e os CZ75, e conforme o protagonista avança no jogo, ele vai recebendo armas mais potentes para se defender das criaturas. No jogo, é possível ainda escolher entre alguns caminhos para seguir, porém qualquer um que o personagem tome, o levará até certo ponto do mapa no qual a história acontecerá normalmente.
Apesar da boa intenção da CAPCOM de experimentar algo novo na já bem sucedida franquia de horror, Resident Evil: Survivor não agradou muito os fãs, a começar pela história, que, se na sinopse parecia ser promissora, no decorrer do game foi contada de maneira arrastada, sem falar que o protagonista (o qual mal vemos durante o jogo, obviamente, por se tratar de um game “FPS”) não possui nenhum carisma. Se não bastasse o game ter uma história fraca, a perspectiva em primeira pessoa só veio a prejudicar o quesito “jogabilidade”, tão eficiente (apesar de limitado) nos jogos anteriores da série. A perspectiva em primeira pessoa permitia que você visse os inimigos de longe, evitando ângulos de câmera inteligentes, sacrificando o clima de suspense característico dos survival horrors. Os inimigos do jogo, todos eles (inclusive os chefes) se tornaram bastante fáceis e os puzzles praticamente não continham dificuldade para serem resolvidos, o que tornou o game banal, sem desafios.
Graficamente, o jogo não apresentou nenhuma melhoria significativa, se comparado aos títulos anteriores. Pelo contrário. Em Resident Evil: Survivor, os gráficos são “um pouco quadrados” comparados ao habitual da época, tornando o ambiente do jogo granulado e mais artificial que o normal. Como se não bastassem todas estas falhas, a trilha sonora do game também não é nada marcante, quase passa desapercebida.
Resident Evil: Survivor é um dos games mais criticados pelos fãs da série de horror, e foi um dos que recebeu as piores notas dos críticos e das revistas especializadas da época. Ainda assim, a CAPCOM insistiu na “novidade” e lançou outros três games da série “Survivor” (um deles sendo baseado no jogo Dino Crisis), fazendo com que estes games alcançassem um certo status “cult” para uma parcela de fãs.
Apesar de não ser nada marcante ou memorável, Resident Evil: Survivor é um título que vale a pena ser conferido pelos fãs da franquia de horror da Capcom, mais para satisfazer a curiosidade com relação às “inovações” implementadas do que para ter a chance de apreciar um grandioso jogo.. na busca por um Resident grandioso, recorra aos clássicos, estes sim, atemporais e inesquecíveis!
Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.