A Bloober Team está almejando o topo do panteão dos desenvolvedores de jogos de terror, tendo realizado boas experiências de survival horror em menos de uma década e se aproximando da linha de chegada no tão aguardado remake de Silent Hill 2. O estúdio sediado na Polônia está determinado a provar que pode jogar bola com os grandes, mas uma comunidade de terror em grande parte indecisa está observando ansiosamente para ver se seu maior teste até agora será um gol de placa ou uma decepção.
“Dominar a arte do terror é o caminho que seguimos e no qual sempre queremos nos manter”, afirma Kacper Michalski, chefe de produção da Bloober Team. “Nosso estúdio cresceu significativamente nos últimos anos e agora estamos em um ponto em que nos sentimos totalmente maduros para lidar até mesmo com os maiores projetos. A Konami nos proporcionou grande honra ao nos conceder o privilégio de refazer Silent Hill 2, um dos jogos de terror mais importantes de todos os tempos. Tal distinção fala por si e prova que nosso estúdio respira horror. Acredito que graças aos nossos próximos grandes projetos alcançaremos nosso objetivo e chegaremos ao topo do panteão dos criadores de terror nos próximos anos, mantendo nossos valores intactos”.
Receber as chaves de um dos jogos de terror mais amados de todos os tempos é uma grande honra, de fato, mas também é uma tarefa assustadora, cheia de desafios impostos pelo profundo abismo nas capacidades técnicas disponíveis para os desenvolvedores hoje em comparação com quando Silent Hill 2 foi lançado. em 2001.
“O estado da arte em jogos continua avançando a um ritmo incrível”, diz Michalski. “É surpreendente como os desenvolvedores usam sua criatividade e levam as tecnologias de ponta ao limite para aprimorar os títulos originais. No entanto, isso apresenta novos desafios, como fazer um jogo totalmente novo, mantendo aquele encanto que todos adoraram no original”.
Teremos que esperar o lançamento do remake de Silent Hill 2 para saber a resposta da Bloober Team para essa tarefa, mas não há como negar os sucessos recentes de outros desenvolvedores de terror proeminentes. A Capcom reviveu triunfantemente a série Resident Evil com uma oferta constante de remakes aclamados e sequências originais, Dead Space está de volta e melhor do que nunca com o remake do primeiro título, e o remake de System Shock da Nightdive Studios é uma recriação fiel do clássico cult original de 1994.
É um momento fantástico para ser um fã de terror nos jogos, e de forma mais ampla! Alan Wake 2 foi agraciado em seu lançamento com criticas estrelares, e a cena indie acumula destaques com sucessos como Signalis e Dredge, e até mesmo o lado multiplayer segue em pleno andamento com a popularidade de Dead by Daylight e do jogo Texas Chain Saw Massacre. Não faltam sustos para agradar aos jogadores! Para Michalski, este renascimento do terror apresenta apenas um desafio: não há tempo suficiente para jogar todos eles.
“Eu diria que estamos tendo uma ‘temporada de terror’ em geral. Estou muito feliz com o que está acontecendo na indústria agora, porque os jogos de terror como gênero nem sempre receberam a atenção e o amor que merecem”, diz Michalski. . “Existem toneladas de materiais recentes que valem a pena dar uma olhada, sempre há algo para todos – seja experiência para um jogador ou jogos de sobrevivência para vários jogadores. Existem muitos jogos de terror indie fantásticos por aí também. Na verdade, o maior problema para os fãs de terror é encontrar tempo para todos esses grandes títulos.”
O Silent Hill 2 original é considerado um dos jogos mais aterrorizantes de todos os tempos e, embora o termo seja subjetivo, Michalski acredita que o que realmente torna algo assustador é o que está escondido na escuridão.
“Nossos jogos se concentram mais na história, na atmosfera e no som. Cunhamos um termo para nossos trabalhos de ‘horror oculto’ – um subgênero de terror psicológico e nossos fãs testemunharam nosso envolvimento cada vez mais profundo nesta categoria”, diz ele. “Acreditamos firmemente que o que mais nos assusta é o desconhecido, o não descoberto. Em nossos títulos nos concentramos na complexidade dos personagens e na criação de uma atmosfera perturbadora. Os jogadores devem questionar suas próprias escolhas, tomar decisões difíceis e enfrentar dilemas morais. Existe algo mais assustador na vida do que quando você não sabe o que o espera e se suas decisões levam a algo ruim?”
Com todos os olhos voltados para o remake de Silent Hill 2 e ainda sem uma janela de lançamento à vista, fica claro que a Bloober Team está demorando para acertar o ato de equilíbrio de permanecer fiel às suas próprias raízes, cumprindo a promessa de reviver uma obra-prima, e, finalmente, fazer um jogo que vai te assustar. Esperamos que dê certo!
Adaptado de Games Radar
Curitibano que aproveita o clima frio para tomar café e jogar bons jogos, e em alguns momentos de reflexão tenta explicar para si mesmo a diferença de remaster e remake nos dias de hoje. Jogos prediletos: Hollow Knight, The Witcher 3 e Super Metroid.
