Após o fracasso com o público que Sexta-Feira 13: Um Novo Começo teve, o estúdio encomendou um novo capítulo e passou uma condição para o novo diretor: Jason precisava voltar. Foi a partir disso que “Sexta-Feira 13 Parte 6: Jason Vive” foi criado.
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Na trama, Tommy Jarvis precisa por fim ao Jason novamente após ele mesmo acidentalmente revivê-lo, enquanto o assassino faz seu caminho de volta ao acampamento que está reaberto e agora se chama Forest Green.
Esse filme marca uma grande mudança na franquia, já que o diretor da vez, Tom McLoughlin, trouxe um tom diferente para a série. Primeiro que ele não esconde Jason nas sombras em momento algum, o que acaba sendo ótimo, já que, depois de cinco filmes, a tendência de manter o assassino nas sombras até o final já estava cansativa. Ver o assassino andando pelo acampamento, vendo como ele corta a luz, o telefone, como ele age, é muito legal.
Outra mudança significativa que McLoughlin fez foi não levar o filme a sério. Aqui nós temos um tom cômico em algumas cenas que é muito bem-vindo à franquia. O simples fato de não se levar tão a sério faz com que aquelas pequenas coisas que não fazem muito sentido sejam muito mais fáceis de se aceitar.
O roteiro também, para esse Redator, é o melhor da franquia. É interessante a construção de fazer Tommy reviver o monstro para reencontrá-lo apenas no combate final. O personagem de Tommy Jarvis aparecendo aqui pela terceira vez na franquia, acaba o tornando um protagonista interessante, tendo sua jornada para vencer seu trauma bem construída.
A volta do acampamento clássico também é bem-vinda demais, ainda mais com as crianças presentes dessa vez, trazendo uma tensão a mais para a narrativa.
Para falar sobre o homem em pessoa, C. J. Graham nos presenteia com um Jason mais presente e o mais brutal até o momento. Graham apresenta até um jeito de andar diferente para o personagem, lembrando que agora ele é um morto vivo.
Não podemos só elogiar, porém. O que mais incomoda no filme é o número excessivo de mortes, sendo um total de dezoito. O filme repete o grande erro de seu antecessor de apresentar personagens aleatórios para serem mortos na mesma cena, apesar da cena do paintball, mesmo completamente desconectada do filme, não fazer parte dessa conta. Outro ponto negativo é o fato de que a personagem Megan se apega de uma forma enorme a Tommy Jarvis, o ajudando contra Jason e o tirando da prisão, sem motivo algum para isso. Mesmo que o filme não se leve a sério, isso não passa batido.
Em conclusão, Sexta-Feira 13 Parte 6: Jason Vive, apesar dos erros, acaba sendo um dos melhores filmes da franquia, junto com o filme original que deu início a coisa toda. Isso porque, finalmente, um filme da série traz Jason para os holofotes durante todo o longa, e ainda consegue trabalhar bem o personagem de Tommy Jarvis.
CURIOSIDADES
Depois do quinto filme, a Paramount descartou de vez a ideia de transformar Tommy no novo Jason. O Produtor Executivo Frank Mancuso Jr. passou para o diretor, Tom McLoughlin, a condição de que Jason precisava voltar no filme. Ai McLoughlin juntou os trapos pra trazer o assassino de volta.
Os sobreviventes do quinto filme, Pam e Reggie, iriam voltar para esta Parte 6, porém John Shepherd (Tommy no quinto filme), apesar de ter gostado do roteiro de McLoughlin, decidiu não voltar por causa da repercussão negativa do seu papel no quinto filme. Posteriormente ele se tornou padre e produtor de filmes religiosos, mas seu afastamento também acabou cancelando o retorno de Pam e Reggie. Tommy então foi interpretado por Thom Matthews.
Originalmente seriam apenas 13 mortes, ideia de McLoughlin por causa do nome do filme, mas o produtor, Mancuso Jr, não gostou do resultado e exigiu mais mortes. Então foram adicionados o casal fazendo o pique nique de noite e a morte do caseiro do cemitério. Pois é, a cena no paintball foi pensada desde o começo.
O titulo original era “Jason Has Risen”, que se traduziria para “Jason Se Levantou”, mas McLoughlin alterou para “Jason Vive” por achar o titulo original religioso demais.
A menina que avista Jason e tem os pesadelos se chama Nancy, mas segundo McLoughlin não foi uma homenagem à Nancy de A Hora do Pesadelo. Ele apenas gostava do nome, já que é o noma da sua esposa. E falando nela, Nancy McLoughlin interpretou a mulher do casal que morre no carro, no início do filme. Na cena, Jason tenta empalar a personagem no carro, o dublê deveria mirar para o outro banco do carro na tomada, mas acidentalmente a lança mudou de trajetória. Só não acertou Nancy porque a mesma desviou, evitando assim de morrer de verdade no set.
Darcy DeMoss, que interpretou a garota que morre no trailer junto ao namorado, também havia sido escalada para o quinto filme, mas fora demitida por se recusar a aparecer nua. Nas palavras dela:
“Eu fui originalmente escalada para um papel na Parte 5, o papel que acabou indo para Debbie Sue Voorhees. Durante a audição, Danny Steinmann (o diretor) me pediu para levantar a blusa e mostrar os seios. Eu disse ‘Desculpe, não, não posso fazer isso. É incrivelmente não profissional, meus agentes não me falaram sobre isso. Você pode ligar para o meu agente, se ele estiver OK com isso, então eu também estarei’. Depois, no teste de figurino, Danny me chamou para jantar com ele, eu ainda não havia lido o roteiro. E no dia seguinte, eu não tinha emprego. Mas eu ainda fui paga, então tudo bem”.
Os diretores de casting a compensaram lhe dando um papel em “Jason Vive”, prometendo que ela não precisaria fazer nenhuma cena de nudez, mas no dia da filmagem, os produtores forçaram McLoughlin a pedí-la para fazer um topless na cena. Ela já havia feito cenas de nudez antes, mostrando os seios em seu primeiro filme (Hardbodies), mas você não pede algo assim para uma atriz antes de entrar em um acordo com o agente dela, especialmente depois do ocorrido na pré-produção com ela no quinto filme. Novamente ela se recusou, mas desta vez felizmente não lhe custou o trabalho.
David Kagen e Jennifer Cooke, o Xerife e Megan, interpretaram pai e filha no filme, mas David havia sido professor de atuação de Jennifer alguns anos antes e foi chamado para o papel do Xerife a pedido da própria Jennifer.
A cena final do filme, onde Megan mata Jason com o motor do barco, foi filmada em três diferentes locações. As tomadas embaixo da água foram filmadas em um tanque em Los Angeles, onde poderiam controlar a temperatura da água. As tomadas acima da água foram filmadas em um lago na Georgia. E as cenas da hélice do motor cortando o pescoço de Jason foram filmadas na piscina do pai de Tom McLaughlin, e isso destruiu o filtro da piscina.
O dublê Dan Bradley atuou como Jason no primeiro dia de filmagens, na sequência no paintball, porém, quando Mancuso Jr assistiu às cenas no fim do dia, ele achou que Bradley estava muito gordo para o papel. Ele foi substituído então por C. J. Graham, que não era dublê, mas tinha experiência como militar e sabia seguir ordens, porém, a cena no paintball não foi refilmada, então Bradley ainda interpretou Jason, mesmo que só um pouco.
O filme contou com um orçamento baixíssimo de apenas 3 milhões de dólares, mas, como sempre, deu um lucro bom, gerando 19,4 milhões de dólares. Jason continua dirigindo seu caminhãozinho de dinheiro.
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.