A franquia Silent Hill ficou estagnada por anos, com a Konami tomando decisões duvidosas que resultaram em adaptações cinematográficas questionáveis e máquinas caça-níqueis. Como consequência, os fãs ficaram céticos quando a Bloober Team, conhecida por suas representações “controversas” de doenças mentais em jogos, foi escolhida para desenvolver o aguardado remake de Silent Hill 2.
Mesmo depois de vinte e três anos desde seu lançamento, Silent Hill 2 continua a ser uma influência significativa no gênero de jogos de terror. Seus cenários envoltos em neblina e sua atmosfera claustrofóbica estabeleceram um padrão que muitos jogos tentam seguir, especialmente no cenário de jogos de terror indie. O jogo é reverenciado pelos fãs, que o lembram com grande nostalgia, e ficaram cautelosos quando a Konami anunciou o remake em 2022.
Piotr Babieno, CEO e líder criativo da Bloober Team, reconhece o desafio de reimaginar um jogo tão estimado. Assim, a Bloober Team se esforça para capturar a essência do original, em vez de tentar superá-lo. Babieno descreve sua abordagem como menos um remake e mais uma “visão romântica do jogo de mais de 20 anos atrás“. Essa estratégia pode ser uma resposta da Konami aos lançamentos recentes malsucedidos de outros jogos da franquia Silent Hill.
Babieno compara o remake a um novo começo para a Bloober, que é conhecida por seu foco em horror psicológico e narrativa lenta, como visto em jogos como Layers of Fear e The Medium, que é um dos meus favoritos. Ele menciona que a Bloober está evoluindo, referindo-se a esta fase como “Bloober Team 3.0”. De uma pequena equipe de cerca de 10 pessoas durante a produção de Layers of Fear, a Bloober agora conta com mais de 250 funcionários, indicando um crescimento significativo. Embora o terror continue sendo parte essencial da identidade da Bloober, Babieno destaca uma mudança para jogos mais orientados para a ação. Ele vê o remake de Silent Hill 2 como o auge do trabalho da Bloober e uma ponte para novos projetos.
Babieno relembra sua própria experiência transformadora com Silent Hill 2, que mudou sua percepção sobre o horror nos jogos. Seu apreço pelo simbolismo e profundidade psicológica do jogo é o que motiva seu comprometimento com o remake. Ele destaca a importância de criar jogos que tenham um significado profundo e que toquem os jogadores.
Comentando sobre o impacto que o jogo original teve sobre ele ao assistir seu irmão jogá-lo pela primeira vez, Babieno diz:
“Li muitos livros de Stephen King e Dostoiévski. Assisti a muitos filmes de Lynch, Fincher, Kieślowski. Jogos não eram o meio que eu achava capaz de explorar profundamente a psicologia de alguém.”
No entanto, após presenciar a história e a atmosfera do jogo em ação, ele afirma que o jogo “basicamente, mudou minha vida. Apesar do progresso tecnológico, muitos de nós lembram da cidade de Silent Hill como um dos pontos mais importantes de nossas vidas.”
Apesar dos desafios, como equilibrar as expectativas dos fãs com a necessidade de inovação, Babieno mantém uma perspectiva otimista. Ele reconhece a crítica acirrada, mas acredita que pode conquistar a confiança dos jogadores através de ações concretas. Ele valoriza as críticas construtivas dos fãs, mas também destaca a importância de manter um ambiente de trabalho positivo para sua equipe.
Além do remake de Silent Hill 2, a Bloober Team também está desenvolvendo uma nova propriedade intelectual de survival horror, “Project C”. Embora os detalhes sejam escassos, Babieno sugere que o projeto refletirá o crescimento e a nova direção do estúdio, demonstrando a experiência adquirida e a visão para o futuro.
Fonte: Rely on Horror
Redator do EvilHazard. Apenas um jovem apaixonado por games e cinema. Fã de Halo da Xbox e God Of War da PlayStation e de temáticas espaciais no cinemas e séries. Games e cinemas, essa é a minha praia!