Caro comrade, tudo bem? Você que nos acompanha sabe que aqui no EvilHazard buscamos reunir tudo aquilo que é relacionado a Resident Evil, Silent Hill e demais obras do survival horror e do mundo do terror/suspense em geral. Acontece que o universo dos jogos é muito amplo e de certo igualmente interessante não só para nós, mas também para nossos leitores.
Pensando nisso, apresentamos para vocês a coluna EvilPlus+, onde traremos, periodicamente, publicações sobre outros jogos de outros estilos alheios ao terror e ao survival horror. ATENÇÃO: o foco do EvilHazard permanece sendo a franquia Resident Evil e o mundo do survival horror, mas trazendo também este Plus+ para todos que nos acompanham.
No EvilPlus+ de hoje, relembraremos o primeiro grande clássico do PlayStation 2, o primeiro jogo a vender mais de um milhão de cópias no console, Onimusha: Warlords, da Capcom!
O desenvolvimento do Onimusha foi anunciado dois anos antes de seu lançamento, e a expectativa em torno do jogo foi crescendo pouco a pouco. Onimusha foi inicialmente anunciado para o Nintendo 64, e depois para o PlayStation, mas em setembro dos 99, a Capcom decidiu que o PlayStation 2 seria a plataforma ideal para um título que não se limitaria a ser um “Resident Evil no Japão Feudal”, mas incluiria elementos originais, e seria um projeto bastante ambicioso. Finalmente, em 25 de janeiro, ele fez uma aparição no Japão, alcançando um milhão de unidades vendidas em poucos meses, e pouco depois ele saiu nos Estados Unidos, onde teve bastante sucesso.
Onimusha o transformará em samurai e você seguirá uma caminhada numa fantástica viagem pelo Japão do século 15. Claro, apesar do árduo trabalho na reprodução fiel dos ambientes e mesmo no figurino dos personagens, foi dado também um ar de fantasia à aventura, garantindo magias e aparições de demônios e deuses ao longo da jornada. Em Onimusha, a ação acontece no ano de 1580, quando Nobunaga, líder do clã Oda, acaba de derrotar o clã Imagawa e está a caminho de se tornar o Shogun do Japão. No entanto, Nobunaga morre, mas faz um pacto com demônios.. isto é quando o jogo perde o rigor histórico, que culminará em uma cerimônia em que Nobunaga vai beber o sangue da Princesa Yuki (Saito clã) servido no próprio crânio da princesa. O ambiente é o seguinte: a guerra rola solta pelo poder do país e, nesse clima conturbando, você toma o controle de Samanosuke Akenchi, um dos ninjas mais hábeis de sua época. E a missão? Salvar a amada Yuki, princesa sequestrada pela poderosa legião de mortos e criaturas do inferno comandada por lorde Nobunaga. Haja coragem e sangue-frio. Samanosuke é o personagem que nós controlamos ao longo da maioria do jogo, mas o samurai não estará sozinho: Kaede, que parece ser seu assistente, ajuda Samanosuke muitas vezes, e temos que jogar com ele. Ele não tem nenhum poder especial, mas ele pode abrir portas com suas habilidades shinobi.
Desde que Onimusha foi anunciado, ele sempre foi descrito como “um Resident Evil com espadas”; também não é surpresa, já que boa parte da equipe de Resident Evil trabalhou em Onimusha, e as semelhanças entre os dois títulos são evidentes. No entanto, uma vez jogado em profundidade, vemos que ele só se assemelha ao sistema de quebra-cabeças de Resident, à forma como os personagens se movem e à abundância de sangue. Onimusha tem aqueles quebra-cabeças não muito complicados de Resident Evil, e aquele detestável sistema de movimento no qual nosso personagem só pode girar e avançar. Mas aí as semelhanças terminam, porque Onimusha é muito mais orientado para a ação do que Resident Evil, tem um sistema de combate muito melhor, e o sistema de armas, que inclui a aquisição de experiência, não tem nada a ver com a clássica saga da Capcom.
A aventura de Onimusha acontece de forma linear, e resolvendo os quebra-cabeças e terminando com os inimigos e chefes finais vamos avançar na busca da princesa Yuki. Nosso desafio nos permite absorver as almas dos demônios que matamos, e estas almas serão de três tipos: Vermelhas para evoluir nossas armas e itens, Azuis que recuperaram nossa magia, e Amarelas que vão recuperar a nossa barra de vida. Ao longo do jogo conseguimos três tipos de poderes: o poder do trovão, uma espada poderosa e versátil; o poder de fogo, que é uma espada menos versátil que o trovão, mas muito poderosa; e o poder do vento, uma vara com uma lâmina em cada extremidade, mais versátil que a espada do trovão, mas menos poderosa. Cada uma dessas armas elementares é acompanhada por uma magia e uma “esfera mágica”, que nos permitirá abrir portas seladas, e será obrigatório evoluir para avançar ao longo de Onimusha.
Impressionante no aspecto visual, o título traz animações CG complexas – centenas de personagens em movimento com altíssima definição. O espetáculo gráfico continua nos cenários pré-renderizados, repletos de detalhes. Em Onimusha, as sombras dos personagens são projetadas de forma realista, o que significa que, se a sombra é projetada no chão e há uma mesa atrás, a diferença de altura vai ser notada e a sombra irá prolongar, algo a priori complicado de executar se o plano de fundo for uma renderização simples. A Capcom optou aqui por fundos 2D mais por uma questão de estilo do que qualquer outra coisa, pois isso mantém o típico jogo das câmeras Resident Evil, e não é complicado redefinir o conceito do jogo.
Quanto aos personagens, animações e efeitos, é aqui que Onimusha realmente se destaca. O personagem principal, Samanosuke, é recriado de uma forma excelente para os padrões da época, com expressões faciais e animações incríveis. O resto dos personagens também não ficam atrás do protagonista. Os inimigos têm um desenho inteligente, enfatizando especialmente os ninjas e a luz esverdeada que emerge de seus rostos, e os chefes finais, apesar de serem enormes, não deixam de ser completamente detalhados. O design das diferentes almas que vamos absorver com a nossa Demon Glove também é atraente, com efeitos de luz muito bons. Em suma, um excelente aspecto gráfico, que também possui muitas sequências cinematográficas (ambas geradas pelo game engine e pelo CG), e alta qualidade em todas as seções.
Em Onimusha, a ideia de “videogame ser uma nova expressão de arte” ganha novos contornos.. afinal, de que outro modo classificaríamos o trabalho gráfico e sonoro de Onimusha? Certamente não é algo simples de se fazer, nem que não requeira muita criatividade e competência. O desenvolvimento é tão apurado que os produtores passaram meses apenas fazendo pesquisas – e o resultado final impressiona. A música de Onimusha, por exemplo, é do tipo oriental, e a melodia ajuda demais na imersão do jogador à atmosfera do game. A música, gravada por uma orquestra de 200 membros, é composta de melodias suficientes que serão tocadas de acordo com a ação, e que em geral acompanham muito bem a ação do jogo.
No que diz respeito ao combate, em Onimusha a ação é muito mais rápida e controlável do que em qualquer Resident Evil. Temos um botão para o ataque normal, outro para a magia da arma que estamos usando, outro para absorver almas e outro para a defesa. Nós também podemos virar pressionando um botão, e enfrentar um inimigo pode nos mover para os lados. O sistema de controle em Onimusha é bom, e é apreciado que nosso personagem ataque semi-automaticamente sem ter que direcioná-lo toda vez que quisermos acertar um inimigo. Os movimentos com as armas são bastante variados, e combos bastante eficazes podem ser feitos.
Além do modo História, se completarmos Onimusha com 20 Flourites, desbloquearemos o novo modo Oni Spirits, através do qual podemos desbloquear segredos que nos permitirão iniciar um novo jogo com algumas melhorias. O jogo dura cerca de 6 horas (tudo depende de quão rápido você é) e é muito viciante e dinâmico, então é muito provável que você queira jogá-lo novamente.
Onimusha é uma verdadeira jóia! Tem grande qualidade em cada uma das suas seções, uma história simples mas boa o suficiente, muita diversão e muito encanto. É sem dúvida um dos melhores jogos de PlayStation 2!
Redator do EvilHazard, paulista, 21 anos, gamer amante de jogos de computador, fã de videogames antigos e de jumpscares em jogos de terror.