É inegável dizer que Resident Evil não estava tendo sucesso e reconhecimento por parte dos fãs há alguns anos, visto que as entradas 5 e 6 não foram muito bem aceitas por boa parte dos admiradores da série, e isso nos leva à uma recente declaração de Jun Takeuchi, produtor responsável por Resident Evil 7: Takeuchi revelou na primeira parte de uma conversa com Shinji Mikami (promovida pela própria Capcom) que a empresa estava dedicada em destruir de vez a série de terror e que a equipe lutou até o fim para desenvolver o jogo que chegou às lojas e que lhe devolveu o estado de graça.
Segundo Takeuchi, a Capcom queria Resident Evil 7 como um serviço, apoiado por microtransações e com uma forte aposta nos modos multiplayer online, mas o produtor executivo lutou contra tudo isso.
Disse Takeuchi:
“Quando comecei a trabalhar em Resident Evil 7 voltamos aquela discussão ‘afinal, o que é o terror? Falei muito sobre isso com Koshi Nakanishi, o diretor de Resident Evil 7, ‘o que vamos fazer?’ Falávamos sobre essas coisas mesmo antes de começar a trabalhar em Resident Evil 7. Nessa altura houve um grande esforço na Capcom, um grande esforço de marketing que dizia ‘temos de criar os jogos que os jogadores estão pedindo’. Disseram-nos para ‘fazer isto, fazer aquilo’, foi muito duro para os diretores. ‘Multijogador online’ nisto, ‘conteúdo adicional’ naquilo. ‘Jogos serviço contínuos! Microtransações! Façam um Resident Evil com tudo isso’!”
Takeuchi diz que as ordens eram tantas que os diretores estavam perdidos, mas o presidente da Capcom decidiu intervir e: “foi no dia 4 de janeiro, o primeiro dia de trabalho do novo ano. O presidente chamou-me ao seu escritório. ‘Resident Evil 7 está em muito mau estado. Menino Takeuchi, assume o controle e ajuda a desenvolver o jogo!’ Foi dessa forma que acabei por trabalhar em Resident Evil 7.”
Ele recrutou de imediato Nakanishi para a equipe e começou por descartar os elementos como serviço, microtransações e multiplayer online, colocando o foco nas raízes da série e no terror. A ideia do multiplayer foi morta rapidamente, especialmente porque não tinham ideias para bom terror multiplayer, então eles foram cortando coisas até ficarem com um “velho e normal jogo singleplayer de terror’.
Após todas essas mudanças é inegável dizer que o resultado final foi algo que os fãs ansiavam que é o renascer da série e uma nova popularidade que devolveu Resident Evil ao seu estado de graça. Lançado em 2017, Resident Evil 7 é, atualmente, o jogo mais vendido de toda a franquia e o segundo mais vendido de toda a Capcom (considerando lançamento único) tendo ultrapassado 11 milhões de cópias vendidas.
Fonte: Eurogamer
20 anos, paulista, Redator do Evilhazard, amante de jogos indies (em especial jogos de terror indies) e oldshool gamer!