Devil May Cry 1 é um jogo de ação-aventura pioneiro da série com o mesmo nome, desenvolvido e lançado pela Capcom em 2001 para PlayStation 2. A trama desenrola-se nos dias atuais, na fictícia ilha de Mallet, e segue a história de Dante, um caçador de demônios que busca vingança após perder sua mãe e irmão. Ele acaba se unindo a Trish, uma mulher misteriosa, em uma aventura para derrotar Mundus, o Lorde Demônio. A narrativa é principalmente apresentada através de cutscenes que utilizam o motor do jogo e vídeos pré-renderizados em full motion. O jogo contém referências e foi levemente inspirado no poema A Divina Comédia, com personagens como Dante (inspirado em Dante Alighieri), seu irmão Vergil (Virgil) e Trish (Beatrice Portinari). Embora o combate com espadas seja o foco principal, o jogador adquire novas armas ao derrotar chefes, permitindo uma variedade de combos.
Inicialmente concebido em 1999 como Resident Evil 4, Devil May Cry evoluiu para um jogo independente com sua própria narrativa, pois a equipe de produção sentiu que não se adequava ao estilo da série Resident Evil. Devil May Cry recebeu ampla cobertura da mídia especializada devido ao seu impacto nos jogos de ação, sua alta dificuldade e as avaliações positivas de críticos profissionais, sendo considerado um dos jogos mais inovadores de todos os tempos. Frequentemente citado como o pioneiro do subgênero de “Combate Extremo” nos jogos de ação, Devil May Cry é hoje considerado um marco no gênero hack and slash e um dos melhores jogos já lançados. Vendeu mais de dois milhões de cópias e seu sucesso levou a Capcom a criar outros jogos da série Devil May Cry.
O jogo está incluído no livro “1001 Video Games You Must Play Before You Die.”
História
Proposto em dezembro de 1999, Devil May Cry teve sua origem como a primeira encarnação de Resident Evil 4. Inicialmente desenvolvido para PlayStation 2, o jogo foi concebido por Hideki Kamiya a pedido do produtor Shinji Mikami, que desejava criar um novo capítulo para a série Resident Evil. Na virada do ano, Noboru Sugimura, roteirista da série, criou a trama do jogo com base na ideia de Kamiya de desenvolver um jogo de ação estiloso. A história girava em torno da descoberta dos mistérios do protagonista “Tony”, um homem invencível com habilidades super-humanas explicadas pela biotecnologia, que superava as capacidades de pessoas comuns em termos de habilidade e intelecto. Kamiya sentiu que o personagem, quando visto de um ângulo fixo, não transmitia a bravura e heroicidade necessárias nas batalhas, levando-o a abandonar o sistema de câmera fixa dos jogos anteriores da franquia Resident Evil em favor de um sistema de câmera dinâmico. Essa mudança exigiu que a equipe viajasse para a Europa, onde passaram onze dias no Reino Unido e na Espanha, fotografando estátuas, tijolos e pisos góticos para serem usados nas texturas do jogo.
Apesar dos esforços dos produtores para incorporar o tema de “estilo” no mundo de Resident Evil, Mikami sentiu que o jogo estava se distanciando demais das raízes do gênero survival horror, convencendo gradualmente a equipe a transformar o projeto em um jogo independente da série. Kamiya acabou por reescrever a história, situando-a em um mundo habitado por demônios e renomeando o herói como “Dante”, inspirado em Dante Alighieri, um famoso poeta italiano do século XIII que escreveu o poema “Divina Commedia”, uma epopeia sobre uma jornada pelo inferno. A personalidade de Dante foi baseada no personagem principal da série de mangá “Cobra”. Kamiya concebeu sua ideia de Dante como alguém que possui estilo e é “descolado”, usando um longo casaco e sendo um não-fumante. A escolha da cor vermelha para o visual de Dante se deve ao fato de ser a cor tradicionalmente associada a figuras heróicas no Japão. Kamiya também observou que Dante é um “personagem com quem você gostaria de tomar um drinque”, alguém que não se exibe, mas em vez disso faz piadas ridículas e maliciosas para atrair as pessoas. Segundo Kamiya, essa característica de Dante foi pensada para tornar o personagem mais familiar ao público. A maioria dos personagens do elenco permaneceu fiel ao cenário idealizado por Sugimura, embora as aparições dos pais do herói tenham sido excluídas da história principal. O título do jogo, Devil May Cry, foi revelado em novembro de 2000. O jogo foi produzido pela equipe Little Devils, formada por alguns membros do estúdio Capcom Production Studio 4.
Muitos elementos de jogabilidade foram parcialmente inspirados pelo jogo Onimusha: Warlords. Durante um teste de jogo, Kamiya descobriu que alguns inimigos permaneciam no ar quando atacados repetidamente, o que levou à inclusão de malabarismos com armas de fogo e ataques de espada em Devil May Cry. Segundo o diretor, o jogo foi projetado desde o início com base nas acrobacias e habilidades de combate de Dante. Essa decisão foi tomada em uma fase avançada da produção, mudando o jogo para um formato de avanço por missões, em vez da estrutura de mundo aberto dos jogos Resident Evil. Kamiya afirmou que a dificuldade de Devil May Cry foi intencional, sendo seu “desafio para os jogadores casuais e despreocupados”.
Jogabilidade
A jogabilidade de Devil May Cry é composta por uma série de níveis chamados “missões”, nos quais os jogadores controlam Dante e enfrentam diversos inimigos, realizam tarefas e, ocasionalmente, resolvem quebra-cabeças para avançar na história. Ao final de cada missão, os jogadores são recompensados com uma classificação baseada no seu desempenho, representada pelas letras A, B, C, D, e a classe mais alta, S. Essas classificações levam em consideração o tempo gasto na missão, o uso de itens, os danos recebidos, o número de “esferas vermelhas” coletadas (a moeda do jogo obtida ao derrotar inimigos) e o estilo de combate do jogador.
O combate estiloso ocorre quando o jogador realiza uma série de ataques sem sofrer danos, e o desempenho é exibido em uma “barra de estilo” na tela. Quanto mais dano o jogador causa, mais a barra se enche. A barra começa em “Dull” e progride para “Cool”, “Bravo”, “Awesome” e atinge o ápice em “Stylish”. Esses termos na barra são semelhantes às classificações recebidas ao final das missões. Se o personagem sofrer danos, o nível de estilo retorna a “Dull”. Os jogadores também podem manter sua classificação de estilo ao zombar dos inimigos próximos ao personagem. Além disso, é possível equipar várias armas e pistolas que se adequam a diferentes estilos de luta.
Os jogadores têm a habilidade de transformar temporariamente o personagem em uma forma demoníaca mais poderosa, por meio da habilidade “Devil Trigger”. Ao ativá-la, o personagem recebe poderes com base na arma que está usando no momento, além de uma alteração em sua aparência. Essa transformação aumenta a força e a defesa, restaura energia gradualmente e oferece ataques especiais. O uso da habilidade consome a barra de Devil Trigger, que se enche quando o jogador ataca e zomba dos inimigos na forma normal.
Devil May Cry apresenta também quebra-cabeças e outros desafios além do combate. Às vezes, a história exige que o jogador encontre itens-chave para progredir, de maneira semelhante aos enigmas dos jogos da série Resident Evil. Existem também áreas opcionais e tarefas de exploração para encontrar um grande número de “esferas”. As chamadas “Missões Secretas” são missões secundárias localizadas em áreas fora das principais de ação e estão escondidas. Embora não sejam obrigatórias, elas oferecem power-ups permanentes como recompensa. Geralmente, essas “Missões Secretas” desafiam o jogador a eliminar um certo número de inimigos de forma especial ou dentro de um limite de tempo. As recompensas para todos os quebra-cabeças e desafios opcionais estão disponíveis em diferentes tipos de “esferas”, que fornecem vários bônus, como vidas extras.
A visão da indústria dos games
Devil May Cry recebeu uma ampla cobertura midiática na indústria de jogos devido ao impacto que teve no gênero de ação, sua alta dificuldade e a aclamação crítica que recebeu dos críticos profissionais. Vários sites especializados elogiaram o jogo, especialmente em relação às inovações na jogabilidade, ação, visuais, controle de câmera e ambientação gótica. As análises das revistas especializadas também foram muito positivas. A Game Informer resumiu sua análise afirmando que o jogo “faz com que Resident Evil pareça um zumbi lento”. A GameSpy elogiou o conceito, os personagens, o design dos níveis e o sistema de armas, concluindo que Devil May Cry é “até agora, o maior ataque aos seus sentidos no PS2”. A IGN afirmou que Devil May Cry é “obrigatório para o sistema [PS2]” e que é “uma obra de arte pura, e à medida que avança, fica melhor, mais profundo e mais difícil”. A Eurogamer mencionou que, embora a campanha possa ser concluída em cerca de seis horas, “tudo neste jogo é ainda melhor na segunda vez que você joga”. A GameSpot também observou a duração do jogo, mas afirmou que “você vai amar cada segundo”. O UOL Jogos destacou a beleza visual do jogo, repleto de detalhes e com uma direção de arte que mescla elementos antigos e modernos.
No entanto, o jogo também recebeu críticas. A Next Generation questionou se o alto nível de dificuldade não era apenas uma maneira de prolongar o tempo de jogo. A Electric Playground apontou o esquema de controle incomum e a falta de opções de configuração. A GameSpy mencionou problemas com a câmera, controles que exigem tempo para se acostumar e alguns erros visuais. A GameSpot criticou a conclusão do jogo, que muda drasticamente durante o clímax da história, assumindo uma aparência de jogo de tiro, além de apontar a dificuldade e a história relativamente curta. O UOL Jogos também criticou a curva de aprendizado muito difícil e a interrupção do ritmo do jogo por meio de missões secundárias e quebra-cabeças. Mike Doolittle, da GameCritics, considerou a história curta e os personagens subdesenvolvidos.
Devil May Cry é frequentemente incluído em listas dos “Melhores Jogos de Todos os Tempos”. A revista Empire o colocou em 57º lugar em seu “Top 100 dos Melhores Jogos de Todos os Tempos”, a IGN o posicionou em 42º lugar no “Top 100 de Jogos para PlayStation 2” e, em 2006, a revista Electronic Gaming Monthly o classificou em 161º lugar na lista dos “200 Grandes Jogos de Todos os Tempos”. O jogo também foi mencionado no livro “1001 Video Games You Must Play Before You Die” (1001 Jogos de Vídeo Game que Você Deve Jogar Antes de Morrer). Dante também recebeu muitos elogios e se tornou um dos personagens mais famosos da indústria de jogos.
Curiosidades
O sucesso de vendas de Devil May Cry desempenhou um papel crucial no crescimento do console PlayStation 2. O jogo recebeu o prêmio “Ouro” da Entertainment and Leisure Software Publishers Association (ELSPA), o que indica vendas de pelo menos 200.000 cópias no Reino Unido. Até julho de 2006, Devil May Cry já havia vendido mais de 1,1 milhão de cópias nos Estados Unidos, gerando um lucro de 38 milhões de dólares. A revista Next Generation o posicionou na 48ª posição na lista dos jogos mais vendidos para PlayStation 2, Xbox ou GameCube, de janeiro de 2000 a julho de 2006 nos Estados Unidos.
As vendas combinadas da série Devil May Cry atingiram a marca de 2 milhões de unidades nos Estados Unidos em julho de 2006. Devil May Cry acabou por vender mais de 2,16 milhões de unidades, conquistando assim o “Título Platina” pela Capcom.
O jogo atualmente
Devil May Cry deu origem a uma sequência, Devil May Cry 2, e a outro jogo com eventos anteriores, Devil May Cry 3: Dante’s Awakening, ambos vendendo mais de um milhão de cópias. Um quarto jogo, Devil May Cry 4, foi lançado em fevereiro de 2008 para PlayStation 3, Xbox 360 e PC. Em fevereiro de 2009, todos os jogos juntos somavam cerca de 2,48 milhões de cópias vendidas. Em abril de 2012, foi relançado para PlayStation 3 e Xbox 360 como parte da coletânea Devil May Cry: HD Collection. Em janeiro de 2013, a série foi reiniciada com o lançamento do jogo DmC: Devil May Cry, desenvolvido pela Ninja Theory. Um sexto jogo, Devil May Cry 5, foi lançado em março de 2019 para Microsoft Windows, PlayStation 4 e Xbox One. Em junho de 2019, uma edição portada de Devil May Cry foi lançada para Nintendo Switch, marcando a primeira vez que um jogo da série é lançado em um sistema Nintendo.
A partir de Devil May Cry, também foram criados dois romances gráficos escritos por Shinya Goikeda, além de uma série de animação. Em outubro de 2004, três anos após o lançamento do jogo, a sua trilha sonora foi lançada junto com a de Devil May Cry 2. Houve planos para um título para o PlayStation Portable, intitulado Devil May Cry Series, e também foi anunciada uma adaptação cinematográfica. No entanto, em 2009, foi confirmado que a versão para PlayStation Portable de Devil May Cry tinha sido cancelada. Uma nova série de animação está atualmente em produção por Adi Shankar.
Devil May Cry é frequentemente citado como tendo influenciado todo o gênero de jogos de ação em 3D. O jogo é descrito como o primeiro a capturar com sucesso o estilo implacável de jogabilidade fluida encontrado em muitos jogos clássicos de ação em 2D. A série se tornou o padrão com o qual outros jogos de ação em 3D seriam comparados, e sua influência é dita ter introduzido o foco em heróis poderosos lutando contra ondas de inimigos, combate extremo e estilizado, e um vasto arsenal. Essas comparações incluem críticas a jogos como God of War, Bayonetta, Chaos Legion, Blood Will Tell e Darksiders. O criador do jogo, Hideki Kamiya, considera que seu jogo Bayonetta (2009) foi inspirado por Devil May Cry, apesar de mencionar que, na época em que estava produzindo, estava jogando Devil May Cry 4. Em uma entrevista à revista japonesa Dengeki PlayStation em 2017, Kamiya expressou interesse em criar um remake de Devil May Cry.
Música
O “Devil May Cry Original Soundtrack” é um álbum que apresenta a trilha sonora oficial do jogo Devil May Cry. Inicialmente, a Capcom tinha grandes dúvidas em lançar a trilha sonora devido à preocupação de baixas vendas. Para testar o mercado, foi decidido disponibilizar o álbum como pré-venda. Após alcançar o número mínimo de reservas, a trilha sonora foi finalmente lançada em 15 de outubro de 2004, no mesmo dia que a trilha sonora de Devil May Cry 2. O álbum foi lançado em um conjunto de 2 CDs, contendo 73 faixas, com os compositores Masami Ueda, Misao Senbongi e Masato Koda creditados. A edição inicial também incluía um livro de quadrinhos de Devil May Cry.
Perguntas sobre Devil May Cry 1
Quanto tempo em média leva para completar o jogo?
O tempo médio para completar Devil May Cry 1 varia de acordo com a habilidade do jogador e o grau de exploração. Em média, leva de 8 a 12 horas para concluir o jogo pela primeira vez.
Existem elementos de quebra-cabeça no jogo (puzzles)?
Sim, Devil May Cry 1 apresenta elementos de quebra-cabeça em algumas de suas missões, que exigem que o jogador resolva enigmas ou encontre itens específicos para avançar.
O jogo oferece alguma forma de personalização de armas ou habilidades?
Em Devil May Cry 1, o jogador pode adquirir e usar diferentes armas e habilidades ao longo do jogo, mas não há opções extensivas de personalização.
Em que plataforma Devil May Cry 1 foi lançado?
Devil May Cry 1 foi inicialmente lançado para PlayStation 2 em 2001. Posteriormente, foi lançado para outras plataformas, como PC, Nintendo Switch e PlayStation 3/4.
Quem é o protagonista principal de Devil May Cry 1?
O protagonista de Devil May Cry 1 é Dante, um meio-demônio com habilidades sobrenaturais.
Quais são os principais inimigos enfrentados em Devil May Cry 1?
Em Devil May Cry 1, Dante enfrenta uma variedade de inimigos, incluindo demônios de diferentes tipos e chefes poderosos, como Phantom, Nelo Angelo e Mundus.
Devil May Cry 1 foi um marco na indústria dos jogos eletrônicos. Com sua jogabilidade inovadora, narrativa envolvente e personagens memoráveis, o jogo deixou uma impressão duradoura nos corações dos jogadores. Até hoje, ele é reverenciado como um clássico intemporal que ajudou a definir o gênero de hack and slash!
Me chamo Lucas e sou Redator aqui no EvilHazard! Sou entusiasta das franquias Resident Evil e God of War, além disso sou apaixonado por jogos de terror, suspense, puzzle entre outros!