Um Lugar Silencioso é uma das franquias de horror mais populares do cinema atualmente, já tendo uma duologia com John Krasinski e Emily Blunt, e um spin-off protagonizado por Lupita Nyong’o e Joseph Quinn, mostrando o inicio da invasão. Essa franquia agora sai das telas dos cinemas e vai para a tela dos nossos videogames com A Quiet Place: The Road Ahead.
Esta análise foi escrita graças ao fornecimento a nós do EvilHazard do código do jogo (PlayStation), através da Saber Interactive/Theogames, a quem deixamos nossos mais sinceros agradecimentos!
Plataformas e ano de lançamento: PlayStation 5, Xbox Series S|X e PC, ano 2024
Desenvolvedora: Stormind Games
Publicadora: Saber Interactive
Gênero: Survival Horror
Número de jogadores: 1
Sendo direto, o jogo é um hide and seek. Um esconde-esconde com os monstros. Algo que é muito interessante e por várias vezes causa sim tensão, principalmente quando o monstro está perto ou você acidentalmente esbarra em alguma coisa ou chuta uma lata.
Por muitas vezes, entretanto, desviar dos monstros e não fazer barulhos é menos complicado do que o esperado. Andar sem fazer barulho é tranquilo, não há dificuldade alguma. Desviar dos monstros é um pouco mais complicado, mas desde que você saiba onde o monstro está e tiver o mínimo de cuidado, também não terá problemas.
A Quiet Place: The Road Ahead lembra muito Alien: Isolation em muitos sentidos. Ambos os jogos tem essa gameplay de hide and seek e ambos são sim eficientes em causar tensão, porém, enquanto desviar do Alien é realmente um enorme desafio (convenhamos: ele tem a vantagem de ter a visão, o que dificulta muito para nós), como dissemos antes, os monstros de Um Lugar Silencioso em momento algum apresentam um grande desafio para que o jogador consiga desviar e se esconder deles.
O jogo também peca um pouco em sua atmosfera e criação de tensão. Isso porque, ao invés de focar no silêncio para nos deixar tensos com cada barulho a ser ouvido, coisa que é feita com perfeição nos filmes, o jogo segue outro caminho. O jogo prefere focar em sons altos para assustar o jogador, junto com os monstros, em intervalos de tempo, passando rápido pela tela para assustar. Ou seja, ao invés de focar em criar uma atmosfera de extrema tensão, usar o silêncio ao seu favor, preferiram apostar em jumpscares, coisa que os filmes que inspiraram o jogo evitam fazer.
O jogo não é longo, porém, por não podermos correr, imprime-se um ritmo muito lento, que até ajuda na imersão do jogador. Seu gameplay consiste basicamente em apenas desviar dos monstros em diferentes situações, o que pode soar repetitivo, mas, como dissemos antes, nos momentos em que tem de fato um monstro no cenário te procurando, a tensão é garantida!
Já que os monstros te matam em um ataque só caso te encontrem, a personagem não possui uma barra de vida, mas ela tem asma, o que nos faz ter que pegar várias bombinhas de asma durante a gameplay. Isso porque as situações estressantes perto dos monstros a deixam cada vez mais perto de ter um ataque de asma, coisa que, se acontecer, faz bastante barulho, e você será pego! As bombinhas servem para abaixar o medidor da asma e afastar a protagonista do ataque, em uma mecânica que se revela muito interessante!
Além disso, temos uma lanterna, e para ela precisamos achar baterias novas durante a gameplay. Um medidor de ruído também é presente no jogo e ajuda bastante, mas não é realmente necessário. Também temos pílulas que servem para abaixar a asma da protagonista. Podemos arremessar tijolos ou garrafas vazias para chamar a atenção dos monstros, e até mesmo sacos de areia para fazer caminhos por poças de água para passar sem fazer barulho. Todos estes artifícios contribuem de forma eficaz para manter a tensão em alta, algo que os amantes do gênero Survival Horror apreciam bastante.
Nossa protagonista, quem controlamos, se chama Alex. Logo no começo do jogo ela está com dores na barriga e rapidamente descobre estar grávida, mas o namorado morre logo no dia seguinte para salvá-la. Após isso, vamos para um hospital, que está servindo de base. A sogra de Alex, que já está brava com ela por algum outro motivo, fica ainda mais brava após perder o filho e tranca Alex em seu quarto para garantir a segurança de seu futuro neto. O pai de Alex então a ajuda a fugir e, durante a gameplay, vamos ter que passar por vários lugares e fugir várias vezes dos monstros, para chegar em um lugar seguro.
A história em si é bem simples, porém interessante. A personagem principal vai do ponto A para o ponto B, tendo que lidar com desafios no caminho, desafios que são apenas os monstros. Apesar de terem alguns pontos sem sentido na história, ela é envolvente e deixa a curiosidade de saber como aquilo vai se resolver. Um dos pontos sem sentido é a sogra seguir Alex com uma pistola que ela obviamente não vai usar por vários motivos (não quer ferir o neto e não pode fazer barulho).
Apesar de este Redator ter gostado da história e achar que ela daria um ótimo filme de Um Lugar Silencioso, no jogo, apesar de interessante, a história não é tão impactante. O fato de Alex estar gravida não agrega muita coisa no jogo. Os flashbacks quebram o ritmo da gameplay, apesar de darem um respiro e nos deixar andar e correr um pouco sem preocupação. Por vários momentos, Alex desvia dos monstros por pura sorte, e tem uma parte onde o pai de Alex se comunica com ela por um rádio, o que para este Redator, pelo menos, quebrou muito a imersão do silêncio.
No geral, apesar destas pequenas falhas, o enredo cumpre o seu papel em ajudar na imersão do jogador ao experimentar o título.
Em conclusão, A Quiet Place: The Road Ahead é um jogo interessante, com uma boa ideia e uma boa história. Um jogo de terror hide and seek divertido, apesar de às vezes quieto e talvez repetitivo. É um prato cheio para os fãs da franquia e um jogo que vale sim conferir!
Esta análise foi escrita graças ao fornecimento a nós do EvilHazard do código do jogo (PlayStation), através da Saber Interactive/Theogames, a quem deixamos nossos mais sinceros agradecimentos!
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.