Para quem busca um Survival Horror de peso com a identidade de um título clássico, e ainda com aquele toque de modernidade, o prequel ‘’Daymare: 1994 Sandcastle’’ se revela uma resposta mais que adequada para todos os fãs do gênero!
O EvilHazard teve o prazer e a honra de jogar Daymare: 1994 Sandcastle via acesso antecipado (versão PlayStation 5) graças ao envio do código feito pela Invader Studios, e todo o texto desta Análise foi escrito pelo Redator e membro da Equipe EvilHazard Ikaros-Nex; a ambos deixamos nossos mais sinceros agradecimentos!
“Daymare: 1994 Sandcastle” foi desenvolvido pela italiana Invader Studios e publicado pela Leonardo Interactive. A jornada a um novo pesadelo ocorre quatro anos antes dos eventos de seu título antecessor ’’Daymare 1998’’, este lançado em 2019. Aqui temos uma narrativa que busca tanto respostas em meio a carnificina e a escuridão, quanto revelar os segredos guardados nas entranhas de uma instalação na cidade de Rachel, Nevada (EUA) onde estranhos eventos tem acometido a região próxima à Área 51. Nesse prequel você assume o controle da agente Dalila Reyes, uma ex-agente do governo que agora faz parte da unidade especial H.A.D.E.S. (Divisão Avançada para Extração e Busca da Hexacore). Dalila é uma agente formidável, tendo tido contato direto em operações governamentais, desempenhando suas funções com grande habilidade em campo de batalha. Dalila auxilia inclusive no suporte aos fuzileiros em operações de espionagem e infiltração, e seu vasto conhecimento tanto no campo digital, dentre telecomunicações, engenharia elétrica e no âmbito da informação, fora suas habilidades em campo como agente tático (tendo habilidade com armas de fogo leve) fazem dela uma agente letal e habilidosa.
Sinopse
Nossa jornada começa após estranhos eventos serem registrados na região de Rachel, Nevada, dentre eles tremores, lendas urbanas e até um incidente com um ônibus escolar. Uma das unidades do H.A.D.E.S. é contactada, composta por Agente Reyes, Major Radek e Comandante Foster. Seu destino é uma base em meio ao deserto de Nevada, não muito distante do complexo militar do Lago Groom. Todo complexo está sobre sob jurisdição da Seção 8, uma unidade especial apenas subordinada ao presidente dos Estados Unidos. Suas ordens são negar qualquer acesso ao complexo e qualquer tipo de investigação na região. Nosso objetivo, designado pelo Departamento de Defesa e com supervisão pessoal do Comandante Foster, é encontrar o Dr. Noah Anderson e recuperar a maleta que está em sua posse. Os eventos a seguir revelariam um grotesco universo que estaria por vir, trazendo conspirações, segredos horrendos e reviravoltas banhadas a sangue, corpos e mistério, e é aí que se inicia a Operação Castelo de Areia.
Jogabilidade
Ao contrario de seu antecessor ‘’Daymare 1998’’, Daymare: 1994 Sandcastle consegue ser mais direto e objetivo em sua empreitada quando o ponto é jogabilidade, com comandos mais fluidos e inventario mais simples, muito similar aos da franquia ‘’Resident Evil’’. Graças ao sistema D.I.D. (Dispositivo de Intercâmbio de Dados) sua HUD se tornou mais prática ao gerenciamento de itens, saúde e demais combinações; tendo em vista que se trata de um Survival Horror, o gerenciamento de itens é extremamente crucial para sua sobrevivência. Em dificuldades mais elevadas esse risco aumenta exponencialmente e em ‘’Daymare: 1994 Sandcastle’’ isto não é uma exceção, mesmo que em sua grande parte os itens sejam mais objetivos, ao contrário de seu antecessor que era repleto de combinações, lentidão para abrir o inventario, sistema de overdose, possibilidade de perda de pentes por carregamento rápido e por vezes ser necessário preparar todo um estoque em uma estratégia de preventiva. O atual titulo se entregou a uma proposta mais direta em seus gerenciamentos, rápida, direta e intuitiva.
Vale ressaltar que neste jogo ainda temos a necessidade de ficarmos atentos! Com a escassez de recursos, saber onde utilizar os itens em suas estratégias, dominar as habilidades de Reyes combinando com um bom gerenciamento e precaução, e investigar locais pouco perceptíveis com o suporte do D.I.D., toda essa combinação se revela como a melhor forma de sobreviver aos perigos dessa jornada. Aqui é importante destacar a importância de sempre estar vasculhando os cenários em busca de itens melhores, principalmente em armários e regiões com acesso restrito eventualmente. O jogo possui puzzles que vão desde os mais simples até alguns que exigem mais habilidade para destravar novas melhorias e recursos para nossa protagonista, e a resolução desses puzzles complexos se torna uma leve pausa da tensão e é algo que instiga a nossa capacidade cognitiva, com aquela dose que nos desafia a investir.
O combate em ‘’Daymare: 1994 Sandcastle’’ segue na perspectiva em terceira pessoa, lembrando a típica e conhecida ‘’visão sobre o ombro’’ já conhecida pelos fãs de ‘’Resident Evil’’, com movimentações rápidas, onde se tem a possibilidade de correr e andar, com a opção de virar 180 graus, caminhar com a arma empunhada, trazendo mais dinamismo, proporcionando respostas mais rápidas e precisas em combate em meio a cenários mais escuros, claustrofóbicos, porém eventualmente mais abertos e que podem guardar o inesperado. A exploração vertical e o famoso ‘’backtracking’’ estão presentes também, com possibilidade de explorar níveis, uma forma tanto de se aprofundar em meio aos cenários quanto na busca de itens importantes para o avanço. No Arsenal, temos acesso a armas essenciais para a sobrevivência. A escopeta por sua vez é uma ótima pedida para abater inimigos a curto alcance, em contra partida o fuzil proporciona melhor efetividade a médio alcance, oferecendo precisão e poder de fogo, e a familiaridade de qual delas deve ser utilizada em determinadas situações beneficia e muito o jogador quando a mentalidade é “poupar munição”. O que se destaca no quesito armamento é o ‘’Punho de Gelo’’: esse dispositivo tem consigo a habilidade de congelar os inimigos temporariamente e diminuir sua mobilidade, abrindo um leque tanto para finalizações brutais quanto para habilidades que podem proporcionar mais estratégias em meio ao combate através de suas melhorias obtidas.
Trilha sonora e áudio
’Daymare: 1994 Sandcastle’’ consegue entregar em sua trilha uma personalidade imersiva, um convite ao incerto e que te prende à tensão enquanto o jogador avança na trama, especialmente em momentos de urgência, bem como em momentos mais sutis onde ouvimos apenas ruídos de algo que se esconde na escuridão. À medida que o jogador vai emergindo nas profundezas do complexo, entre corredores abandonados, o som de seus passos se ressalta e uma trilha que cria uma expectativa de tensão surge, criando uma atmosfera que prende o jogador em um constante estado de alerta e pânico, que induz o jogador por vezes desatento em meio a escuridão. O conjunto de trilha sonora + efeitos sonoros traz um adequado clima de imersão do jogador à atmosfera do jogo. Destaque especial para a trilha ‘’LONELINESS’’ da Cristina Scabbia, da banda Lacuna Coil, que foi a trilha tema de ‘’Daymare: 1994 Sandcastle’’.
Gráficos
Aos amantes de Survival Horror aqui temos um dos pontos mais fortes, mas com ressalvas. A atmosfera de ‘’Daymare: 1994 Sandcastle’’ em seus cenários consegue proporcionar uma identidade que, para aqueles que buscam terror e a sensação de que algo pode acontecer a qualquer momento, é um prato cheio! Cenários com pouca luminosidade em sua grande maioria, corredores estreitos, sinais de um massacre espalhados por todos os lugares, sinais de caos e de inquietude a cada novo ambiente, tudo isso faz o jogador ser arremessado para dentro desse universo. A sensação de solidão e invulnerabilidade enquanto o jogador percorre e investiga novos cenários é instigante, entregando para quem se aventura a esta jornada uma imersão convidativa ao incerto, atrelado a documentos e ambientações mais distintas (ainda mais dentro do complexo). O título consegue construir a cada novo local um incentivo ao jogador a ir até as profundezas do desconhecido, entretanto em alguns cenários notamos que ocorre queda de quadros, algumas ‘’flicagens’’; em algumas texturas a uma certa distância se percebe uma sutil demora para renderização em alguns objetos, um pouco serrilhado em outros, alguns efeitos de animações poderiam ter tido mais capricho por parte do time de desenvolvimento, e todo este conjunto de pequenas falhas pode atrapalhar a experiência no título para alguns. O time de desenvolvimento tem que ficar atento a esses ‘feedbacks’ por parte da comunidade, porém num contexto geral o aspecto gráfico do jogo é bastante competente.
Visão Geral
Para os que gostaram do seu antecessor ‘’Daymare 1998’’ vão encontrar aqui uma visível evolução. O prequel ‘’Daymare: 1994 Sandcastle’’ consegue ser mais dinâmico, fluido, com mecânicas mais simples e objetivas em sua questão de jogabilidade. A dificuldade é outro fator que se elevou, dá pra notar inimigos mais rápidos e brutais, com poucas variações é verdade, porém no atual sistema eles podem se tornar um pouco problemáticos e até letais, caso não se utilize uma estratégia correta. O jogo pode durar 10 horas em média no primeiro gameplay, isso vai depender da habilidade do jogador, da dificuldade escolhida e do nível de exploração.
Concluindo, “Daymare: 1994 Sandclaste” entrega uma ótima experiencia de survival horror, com gráficos interessantes dentro de suas limitações, uma gameplay investigativa atrelada à sobrevivência, uma narrativa que nos fez buscar respostas e até levemente nos apega a alguns personagens e seus dramas pessoais, aos diálogos e a como a narrativa se desenrola. Acreditamos que o time de desenvolvimento deu um bom salto, ainda dentro de suas limitações, mas sem sombra de dúvida uma evolução visível. Se fôssemos dar uma nota ao título, esta nota seria 8,5!
O EvilHazard teve o prazer e a honra de jogar Daymare: 1994 Sandcastle via acesso antecipado (versão PlayStation 5) graças ao envio do código feito pela Invader Studios, e todo o texto desta Análise foi escrito pelo Redator e membro da Equipe EvilHazard Ikaros-Nex; a ambos deixamos nossos mais sinceros agradecimentos!
Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.
