Vendo o grande sucesso que o primeiro Dying Light teve ao trazer de volta ao foco do público os jogos de zumbi, após uma época de baixa da franquia Resident Evil que era a mais conhecida por trazê-los, a empresa polonesa Techland decidiu se arriscar e surpreender os fãs dessa nova série de jogos com o anúncio de Dying Light 2: Stay Human na E3 de 2018, porém o título sofreu diversas mudanças após o seu anúncio que foram desde desenvolvimento até alterações no time, fazendo com que seu adiamento acontecesse por diversas vezes.
Após sobreviver a tudo isso, o título da Techland chegou e vem disposto com a missão de superar seu antecessor e mostrar a evolução da franquia tanto em jogabilidade quanto na questão de história, mas será mesmo que ele conseguiu superar o seu antecessor nesses quesitos?
Esta análise foi escrita graças ao fornecimento a nós do EvilHazard do código do jogo, através da TechLand, a quem deixamos nossos mais sinceros agradecimentos!
Plataformas e ano de lançamento: PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch e PC, ano 2022
Desenvolvedora e Publicadora: Techland
Gênero: Ação/Survival Horror
Número de jogadores: 1-3
Desenvolvido e publicado pela Techland, Dying Light 2: Stay Human foi lançado no dia 4 de fevereiro de 2022 para as plataformas PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X e PC (via Steam e Epic Games Store), mais tarde também foi lançada a versão para Nintendo Switch. Dying Light 2: Stay Human, diferente do seu antecessor, traz um foco maior na vida do protagonista, o peregrino Aiden, e durante todo o jogo podemos ver a conclusão de algumas ações tomadas pelo protagonista do primeiro jogo Kyle Crane e a organização secreta ao qual ele estava trabalhando, a chamada GRE, além de também ouvirmos nomes conhecidos do primeiro jogo tanto por meio de coletáveis quanto por aparições mesmo.
A história de Dying Light 2: Stay Human foca na vida de Aiden, “um peregrino”, nome esse dado às pessoas que realizam diversos trabalhos por dinheiro a fim de sobreviver, não se aliam a nenhuma causa ou facção e não se estabelecem em um lugar só fazendo com que eles viagem mundo afora. Aiden está em busca do paradeiro de sua irmã Mia que foi separada dele na infância logo após o hospital ao qual eles eram feitos de cobaias pela organização EGS ser atacado. Em suas buscas por sua irmã, Aiden se encontra com um peregrino chamado Spike (o mesmo Spike que conhecíamos do primeiro jogo) que o encaminha para a cidade de Villador, onde a organização EGS dominou por anos e onde ela estava atrás de uma vacina para a praga que se iniciou em Harran (cidade fictícia onde se passa o primeiro jogo).
Dying Light 2: Stay Human consegue acertar em sua forma de contar a sua história junto ao seu mundo que pode evoluir a depender das escolhas do jogador. Aqui vemos um protagonista focado em seu objetivo principal que é localizar sua irmã, e para isso Aiden deverá tomar decisões que podem impactar diretamente no bem-estar de Villador, sendo algumas delas até muito impactantes para o decorrer e o final da história; a cada avanço na história ou exploração do mapa aberto, Aiden pode se aliar às facções presentes em Villador, sendo elas os Pacificadores (que são um grupo militar devoto à ordem e hierarquia), enquanto a outra sendo a facção dos Sobreviventes (que nada mais são do que civis de um ajuntamento que valorizam a individualidade). Sabendo disso, vemos que as escolhas do jogador tanto no enredo principal quanto nos objetivos secundários podem trazer consequências reais para a caminhada de Aiden. Por exemplo: os Pacificadores darão recursos de combate como armas e armadilhas pela cidade, já os Sobreviventes darão ferramentas para facilitar e melhorar a maneira como você atravessa a cidade ajudando também no desenvolvimento da árvore de habilidades de parkour que falaremos mais em breve.
Aproveitando que mencionamos sobre a árvore de habilidades, aqui podemos ver algo que já era visto no primeiro jogo mas que foi melhorado para essa sequência: nessa nova árvore de habilidades vemos ela separada em duas partes, sendo elas a parte de combate (onde podemos melhorar as capacidades de bloqueios e o leque de golpes e ações que Aiden pode utilizar enquanto combate contra zumbis e humanos, além de também apresentar habilidades que fortalecem o stealthy), e a parte de parkour (aqui vemos habilidades que favorecem o stealthy também, mas também vemos habilidades que reduzem no dano de queda e o custo de vigor, além de outras manobras para o parkour de Aiden).
Além disso, para aqueles que gostaram da experiência que era atravessar Harran pulando sobre prédios e carros, saiba que aqui isso se tornou algo muito mais prazeroso: embora pudéssemos perceber que o parkour funcionava até que bem no primeiro jogo, podíamos notar que a movimentação ainda carecia de certa fluidez, mas nesta sequência esse problema foi sanado. Ao atravessar a cidade repleta de prédios decrépitos, descobrimos e decoramos seus caminhos, pulando entre os telhados e escalando plataformas, tudo isso enquanto o jogador foge de hordas de zumbis; é algo muito satisfatório e que evolui a cada progresso do jogador, onde somos apresentados também a diversas ferramentas que nos auxiliam e abrem um leque maior de possibilidades. Em pouquíssimos momentos este Redator pode se sentir frustrado com o parkour e nesses momentos de frustração foram muito mais por erros meus ao realizar manobras erradas do que por algum erro do jogo, já que por sua fluidez, pude sentir que todos os seus comandos são bem responsivos de maneira correta.
Os combates também são outro destaque do jogo! Enquanto que durante o dia os zumbis não nos apresentam muita dificuldade mesmo vindo em muitas hordas, à noite é onde o jogo realmente pega para ser difícil ao nos apresentar as criaturas noturnas, com algumas adições em comparação com o antecessor, sendo uma delas por exemplo o novo zumbi adicionado chamado Uivador, que aqui faz o papel de alertar os zumbis que no primeiro jogo eram conhecidos como corredores e iniciar uma perseguição, fazendo com que sejamos obrigados a enfrentar essa horda que nos persegue ou correr para alguma casa segura cercada por luzes UV, além claro de outros perigos na noite. Com isso podemos ver que as noites em Dying Light 2 podem sim garantir momentos de tensão e podem exigir estratégia e um bom conhecimento do mapa para lidar com algumas situações, mas zumbis não são os únicos inimigos que o jogadores devem se preocupar, também temos inimigos humanos que exigirão outras técnicas de combate, além de um foco na defesa e em habilidades de esquiva para poder atacar no momento exato.
O mundo aberto de Dying Light 2 é até que bem vasto apresentando diversos objetivos que podem ser feitos tanto para ajudar a determinada facção escolhida como também ajudar a evoluir mais o protagonista; podemos ver objetivos que já eram vistos no primeiro jogo mas mais trabalhados, como por exemplo os Moinhos que devem ser escalados para ativar suas luzes UV e assim transformá-los em assentamentos para a sua facção, algo bem semelhante às zonas seguras que tínhamos no primeiro jogo. Junto disso também há objetivos que só devem ser realizados à noite, fazendo com que o jogador seja obrigado a explorar o jogo à noite, algo de que sentíamos falta no primeiro jogo.
Dying Light 2 nos apresenta um mundo aberto extremamente belo e com gráficos já esperados para a geração. Aqui, como já vimos em diversos outros títulos que chegam para esse atual geração, somos apresentados a três modos de gráficos, sendo eles o “desempenho” que roda o jogo a 60pfs mas sem o uso do ray tracing, já no outro modo que seria o “qualidade”, aqui sim é habilitado o ray tracing com o jogo rodando a 30fps, e o último modo que seria o “resolução” nos apresenta uma definição em 4K fazendo com que seja garantida a maior fidelidade gráfica. Vale lembrar que jogamos a versão de PlayStation 5 que nos foi gentilmente fornecida pela Techland, portanto para fazer essa análise foi escolhido o modo “desempenho” que na opinião deste Redator é a melhor opção, já que a rápida movimentação demanda uma taxa de quadros maior para um melhor proveito da experiência.
Como nem tudo nessa vida é perfeito, Dying Light 2 apresentou e ainda apresenta alguns problemas mesmo que pequenos: logo em seu lançamento muitos bugs foram presenciados por diversos jogadores, como tanto o protagonista quanto os inimigos ficarem presos em cantos e objetos, além de cortes de diálogos, porém após um ano de seu lançamento a Techland já deu conta de resolver esse bugs. Dying Light 2 ainda possui, entretanto, alguns problemas que esperamos que a Techland venha a resolver em um possível terceiro jogo da série, como por exemplo uma trilha sonora uma pouco mais impactante, algo que tínhamos com forte presença no primeiro jogo (lá, ao sermos perseguidos, podíamos escutar uma trilha sonora de perseguição bem impactante, e graças a ela nós realmente sentíamos a tensão que aquele momento de perseguição causava, já aqui nos momentos de perseguição não sentimos aquele mesmo clima de pavor e tensão); além disso, percebemos que Aiden é um protagonista que consegue impactar muito mais que Kyle Crane por ser alguém com uma história de fundo mais trabalhada, porém há momentos no jogo em que sentimos que sua história chega a ser um pouco arrastada, fazendo com que às vezes o jogador perca o interesse na história do personagem e queira terminar logo o jogo.
Durante nossa experiência com o jogo principal, também foi possível conferir o seu conteúdo adicional chamado “Bloody Ties”, uma experiência que não dura muito em sua história; nela, somos apresentados a uma espécie de clube da luta no meio do apocalipse. Após alguns acontecimentos introdutórios, somos mandados a uma região fora de Villador, chamada de Teatro Massacre, lá Aiden deve passar por diversos desafios para atingir o topo do ranking dos lutadores e assim enfrentar o campeão dessa arena conhecido como Caveira. O conteúdo adicional nos oferece mais algumas horas de gameplay, porém é só isso, a história de Bloody Ties é facilmente esquecível e não possui nenhuma relação com o jogo principal. Sendo sincero, o Teatro Massacre e seus desafios carregariam facilmente o conteúdo adicional sem a necessidade da história de fundo apresentada, com personagens facilmente esquecíveis.
Dying Light 2: Stay Human apresenta uma melhora significativa em sua mecânica com um combate e um parkour mais fluido, um personagem com uma história de fundo mais trabalhada, além de fazer como o primeiro que conseguia nos fazer perder horas só matando hordas e mias hordas de zumbis sem parar ou só ficar caminhando pelos belos cenários do jogo, porém ele ainda continua pecando em alguns aspectos como o fato de sua história se arrastar de forma desnecessária em determinados momentos. O jogo sim vale a pena ser jogado ainda mais agora que seus principais bugs foram corrigidos e com o novo conteúdo que foi adicionado ao jogo.
Lembrando que Dying Light 2: Stay Human foi lançado no dia 4 de fevereiro de 2023 para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X, Nintendo Switch e PC.
Esta análise foi escrita graças ao fornecimento a nós do EvilHazard do código do jogo, através da TechLand, a quem deixamos nossos mais sinceros agradecimentos!
20 anos, paulista, Redator do Evilhazard, amante de jogos indies (em especial jogos de terror indies) e oldshool gamer!