Alien é sem dúvida uma das maiores franquias de terror de todos os tempos. Seu filme original, Alien – O Oitavo Passageiro, é um dos maiores clássicos de terror de todos os tempos e até hoje o maior nome quando se trata de terror espacial! Nos últimos anos, entretanto, a franquia vem sofrendo bastante, seja com Alien – A Ressurreição, o quarto capitulo com Ripley, ou com a prequel Prometheus e sua continuação Alien – Covenant, que geraram reações mistas. Sem falar dos crossovers com Predador que, apesar de divertidos, são filmes muito ruins. Agora, sob o comando de Fede Alvarez, podemos afirmar categoricamente que a franquia volta à sua glória!
Na trama de Alien: Romulus, um grupo de jovens preso em um planeta que os escraviza tenta uma ultima medida desesperada, em uma nave abandonada, para escapar, mas a nave esconde segredos terríveis que os deixarão de cara com o maior caçador e predador do espaço, o Xenomorpho.
Como foi dito anteriormente, a franquia Alien vem por mais de vinte anos em uma fase ruim, tendo um filme pior do que o outro. Os fãs (este Redator incluso) já haviam perdido a esperança com a franquia. Se nem mesmo Ridley Scott, seu criador, conseguiu salva-lá, quem conseguiria? Eis então que surge um herói, e seu nome é Fede Alvarez.
Alvarez, diretor de O Homem nas Trevas e do remake de Evil Dead, assume a direção e o roteiro de Alien: Romulus, e que trabalho incrível foi executado! Alvarez cria uma trama simples, mas que te mantém preso, trazendo ainda personagens carismáticos e convincentes, que agem de forma coerente, coisa raríssima em filmes de terror. Sem falar da ambientação, fortemente inspirada no primeiro filme Alien e até mesmo no jogo Alien: Isolation, o que dá um toque todo especial para o filme.
O roteiro, como já dito, é simples. Personagens sobem para a nave, descobrem o problema, ficam presos e precisam fugir. Acreditamos que é justamente por ser simples que funciona tão bem. A narrativa de estarmos presos e precisarmos sair foca o filme totalmente no instinto de sobrevivência e até onde os personagens vão para isso, trazendo momentos ótimos onde a personagem principal, por exemplo, mostra que se sacrificaria até para salvar seu robô, que ela considera seu irmão. O roteiro é simples mas não é raso, os personagens são bem apresentados e devidamente desenvolvidos, nada é apressado ou demora demais para acontecer.
Alvarez cria momentos incríveis e únicos para a franquia. Um dos momentos favoritos deste Redator é a sequência da protagonista em gravidade zero tendo que desviar do sangue ácido dos xenomorphos. A tensão que o diretor cria nessa e em muitas outras cenas é sensacional. Ele já se mostrou muito eficiente em criar a ambientação e clima de tensão em seus projetos passados e agora também em Alien Romulus. Além disso, ele também é bom em mesclar com a ação quando necessário.
É justamente na ação que mora um pequeno problema, entretanto. O Alien, nosso querido Xenomorpho, não se mostra realmente ameaçador em momento algum do filme. Os facehuggers apresentam mais ameaça do que ele, algo incomum. Isso porque a protagonista sozinha, com uma metralhadora, consegue dar fim a vários xenomorphos sem dificuldade. Tal fato resulta em uma quebra de tensão, já que, após mostrar que se livrar dos monstros não é tão difícil, o medo acaba diminuindo. Em “Alien: Isolation”, por exemplo, o Alien é imortal, “imune” a qualquer arma de fogo, e até mesmo a uma arma que cospe fogo. Felizmente, quando chegamos no problema final do filme, todo o medo do espectador retorna de maneira galopante.
Sobre os atores não temos nada para falar a não ser dizer “parabéns”. Cailee Spaeny vive a protagonista, Rain, e se mostra com potencial para ser até maior que a própria Ellen Ripley, de Sigourney Weaver (dadas as devidas proporções!). David Jonsson, como o android Andy, é o segundo que mais se destaca no filme, com uma atuação brilhante entre duas personalidades diferentes e sem expressar muito sendo um androide (acreditem: isso é muito difícil de se fazer). O elenco de apoio, composto por Isabela Merced, Aileen Wu, Archie Renaux e Spike Fearn, também não fica atrás e é bastante competente, cada um em sua atuação.
A única coisa que verdadeiramente pode desagradar no filme é uma participação de um personagem do filme original, não por que tenha sido ruim, mas porque o ator já faleceu e teve que ser recriado para o filme. Não estamos falando de uma participação pequena, mas uma grande e importante, com muitas falas. Este Redator, pessoalmente, acha isso inaceitável com a imagem do ator (mas espera-se que um acordo com sua família tenha sido feito antes destas filmagens em IA).
Em conclusão, Alien Romulus é possivelmente o filme de terror do ano e uma volta gloriosa da franquia Alien! Nada se falou de uma continuação até o momento, mas com base na reação positiva da crítica especializada e também da crítica geral, tendo ainda o forte retorno da bilheteria como apoio, são fortes as esperanças! Esperamos ver mais trabalhos de Fede Alvarez, que se mostra cada vez mais competente!
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.