O Exorcista, de 1973, é, sem dúvida alguma, um dos (se não “O”) melhor filme de terror de todos os tempos. O Exorcista: O Devoto, obviamente, não é a sua primeira continuação. Ao longo dos anos já houveram outras quatro tentativas de continuação, onde todas foram ruins. Inclusive O Exorcista II é tido como a pior continuação já feita, mas será que o novo filme conseguiu quebrar essa lista de continuações ruins?
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Angela e Katherine somem por três dias na floresta. Victor Fielding, pai de Angela, e os pais de Katherine, logo percebem que algo mais voltou com as meninas.
David Gordon Green, o roteirista e diretor (também responsável pela nova trilogia de Halloween) tenta emular o filme original ao construir a história aos poucos e tentar fazer o público se conectar com os personagens. Porém acaba dando mais foco na trama da falta de crença de Victor do que nas meninas possuídas. Sem falar que todo o desenvolvimento vai para o lado de Victor e Angela, assim tornando o lado de Katherine raso e desinteressante.
A direção de Gordon Green usa de tantos cortes brutos que acaba tirando qualquer peso que as cenas teriam. É muito ineficiente em criar qualquer atmosfera de tensão no filme. A montagem ruim acabou deixando o filme muito confuso também. A possessão em si é tratada muito mais como os filmes atuais do que como O Exorcista tratou em 1973. É exagerado, a sala treme, as luzes piscam, e ainda fazendo diálogos expositivos, onde os personagens explicam constantemente o que devem ou não fazer durante o exorcismo.
A participação de Ellen Burstyn (Chris MacNeal), atriz do filme original, é decepcionante. Sim, a história da personagem após os eventos do primeiro filme faz total e completo sentido. Sim, a chegada da personagem junto com o tema principal sendo tocado pela primeira vez foi excitante e arrepiante, mas infelizmente a participação dela não agrega em nada para o filme, é dispensável. Era de se esperar que uma personagem tão importante fosse ter pelo menos algum impacto no filme.
A história em si é boa, é interessante, e os personagens Victor e Angela tem o maior foco, mas nem mesmo eles são bem construídos. O filme conta com um excesso desnecessário de personagens, não tendo tempo para desenvolver ou aprofundar todos, assim não desenvolvendo ou aprofundando nenhum deles.
O Exorcista: O Devoto, tem uma história interessante e possuía muito potencial, mas o filme acaba se perdendo em tentativas constantes de dar sustos baratos e no mesmo exagero do exorcismo que já vem sendo usado a exaustão na última década. O longa, uma continuação do maior filme de terror de todos os tempos, acaba virando uma produção de terror genérico, infelizmente.
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.