Lançado em 2001, Jason X veio para tapar buraco na franquia. Após “Jason vai para o Inferno”, a ideia era fazer o tão esperando crossover com Freddy Krueger, porém os produtores tinham muitos roteiros em mãos e não conseguiam chegar a um consenso, e ainda precisavam fazer um filme com Jason urgentemente para não perder os direitos.
O ponto principal de “Freddy vs Jason” era Freddy tirar Jason do inferno. Então como fazer um filme novo sem alterar isso? Muito simples, vamos para o futuro!
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Na trama nós vemos a pesquisadora Rowan congelando Jason e a si mesma acidentalmente, em 2010. Ambos são encontrados em 2455 por uma equipe vinda da Terra 2 e são levados a bordo. Jason acorda após 400 anos louco para voltar ao trabalho.
Jason X é bom? De forma alguma, mas diferente de seus dois antecessores, pelo menos consegue divertir. Isso porque a produção sabia bem o quão absurda era a ideia de levar Jason para o espaço, então o filme não se leva a sério em momento algum. Assim, Jason X se torna uma galhofa engraçada de assistir.
O filme é sim bem ruim, conforme já dissemos. A direção é perdida e falha em criar a atmosfera de horror e também na ambientação de tudo. A nave é chata e na maioria das cenas é tão genérica que se torna até esquecível que é uma nave espacial.
Atuação boa é um sonho distante nesse filme, não só pela falta de talento dos atores, que é imensa, mas também por diálogos horrorosos. Os diálogos são tão ruins que nem mesmo os próprios personagens parecem acreditar ou entender o que estão dizendo.
Há também a quantidade excessiva de cenas desnecessárias. A mais notável sendo a criação holográfica de Crystal Lake, que nem sequer cria um cenário reconhecível de algum dos filmes anteriores, o que teria sido melhor e mais justificável. A cena serve unicamente para adicionar mais nudez e duas mortes ao filme. Literalmente botam duas mulheres holográficas lá pra tirar a camisa e morrer. É ridículo.
Quanto a Jason, Kane Hodder faz o bom trabalho de sempre, aqui pela última vez. O visual do personagem começa bem ruim, com uma maquiagem muito leve que não faz muito sentido, mas o visual de “Uber Jason” é bom, pena que só aparece nos 15 minutos finais do filme. Sinceramente, seria muito melhor se essa transformação acontecesse mais cedo no filme e o visual fosse mais aproveitado.
Em conclusão, Jason X, por pior que seja, se torna um filme divertido por não se levar a sério, mas poderia ter sido um filme bom se abraçasse de vez a galhofa e fizesse um “terrir”, mistura de terror e comédia.
CURIOSIDADES
A ideia de “Uber Jason” veio de um roteiro descartado de Freddy vs Jason. Nesse roteiro haveria uma cena onde Jason entraria em uma loja de esportes e veria um manequim com uma máscara de hóquei cromada e então trocaria de máscara.
Lexa Doig e Lisa Ryder, Rowan e Androide respectivamente, precisaram terminar suas cenas antes de qualquer outro. Ambas foram escaladas para a série Andromeda, que curiosamente também era uma trama espacial. Pelas gravações serem quase ao mesmo tempo, a produção teve que correr com suas cenas para liberar as atrizes o mais rápido possível.
O roteiro do filme foi constantemente reescrito durante a produção. Isso porque o diretor, Jim Isaac, queria um tom ainda mais cômico para o filme, mas o roteirista Todd Farmer queria uma trama espacial com mais ação e Sean Cunningham só queria mais um filme de Sexta-Feira 13 para tapar buraco.
O mercenário careca que é morto jogando vídeo game é na verdade Todd Farmer, o roteirista do filme.
Rowan teria um interesse amoroso, mas Isaac e Farmer perceberam que ele era completamente inútil para a trama e cortaram o personagem quatro dias antes de começar a filmagem. Tiveram que inclusive demitir o ator que já havia sido escalado.
Isaac e Robin Cook, o diretor de elenco, se recusaram a fazer a cena da recriação holográfica de Crystal Lake. Ambos concordaram que era nudez totalmente gratuita, sem proposito algum. Então as atrizes foram escaladas pela assistente de Cook e dirigida pelo diretor de segunda unidade.
David Cronenberg emprestou sua equipe de filmagem para Isaac, que era seu aluno e protegido. Em troca só o que ele pediu foi para participar do filme e ser morto na tela.
O filme contou com um orçamento de 11 milhões de dólares, um dos mais altos até então, e arrecadou 13,1 milhões de dólares.
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.