E chegamos à quarta parte do nosso especial da saga live action de Resident Evil! Após sobreviver ao apocalipse zumbi e descobrir que seu material genético estava sendo usado para criar cobaias, Alice e seus clones partem em busca de vingança contra a Umbrella. Porém, as coisas não saem como o planejado, e mais uma vez a protagonista se encontra em meio a uma luta pela sobrevivência.
Paul W. S. Anderson, que dirigiu o primeiro longa (O Hóspede Maldito), retoma a cadeira de diretor, fato que seria visto até o último filme. Esta adaptação é a primeira a fazer uso do 3D, e diferentemente dos seguintes, adota a tecnologia de fusão de câmeras usada por James Cameron em Avatar.
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Título: Resident Evil – Afterlife
Ano de lançamento: 2010
Dirigido por: Paul W. S. Anderson
Classificação: 16 anos
Poucos meses após os eventos de Resident Evil: Extinction, Alice parte com seus clones da base de Nevada para a sede da Umbrella em Tóquio, a fim de exterminar o resto dos funcionários e se ver livre da perseguição. Só assim ela estaria livre para se juntar ao comboio de Claire, que havia partido para o Alaska, em busca de um local chamado Arcadia, supostamente livre da infecção.
Ao começar o extermínio dos agentes na base, Albert Wesker foge em uma aeronave, deixando antes uma bomba nuclear, que termina por matar todos, inclusive os clones. A Alice original, entretanto, está a bordo, e ao tentar dar um fim ao vilão, tem injetado um soro que a faz perder todas as habilidades dadas pelo T-Virus (regeneração acelerada e habilidades sobre-humanas). A protagonista então, agora sem “poderes”, parte para Arcadia, mas ao chegar encontra o local abandonado, estando lá apenas Claire, sendo controlada por um dispositivo no peito (semelhante ao P30 usado por Jill Valentine em Resident Evil 5).
Após salvar Claire, que fica com amnésia pelo efeito do soro injetado, as duas partem em busca de sobreviventes, indo até uma estação de polícia abandonada em Los Angeles (onde encontram um grupo de humanos, incluindo Chris Redfield). O que descobrem lá é que aparentemente Arcadia não se tratava de um povoado, mas sim um navio, que estava próximo à costa e transmitindo sinal em busca de sobreviventes por semanas. Após sobreviverem a grandes ameaças, trazidas por mutações mais ágeis de infectados (semelhantes aos Majinis dos jogos) e uma versão do Executioner (que é a cena de toda a saga com mais destaque a um personagem que não seja a protagonista), os três (Alice, Claire e Chris) partem para o navio.
Neste ponto, descobre-se que Arcadia foi sempre uma armadilha da própria Umbrella (primeiro atraindo sobreviventes ao Alasca e agora ao navio), para terem humanos não-infectados servindo como cobaias nos experimentos da empresa. Após uma grande luta (que adapta toda a sequência vista em RE5), o grupo consegue salvar dezenas de civis sobreviventes. Entretanto, o longa termina abrindo espaço para a próxima sequência, com um grande número de aeronaves da Umbrella chegando ao navio. E desta vez, a líder do ataque é Jill Valentine (também controlada por um dispositivo).
Com um orçamento de US$60 milhões (15 milhões mais caro que o anterior), o longa teve o melhor retorno até então, arrecadando mais de US$ 300 milhões mundialmente. O principal aspecto de crítica do filme, como todos os outros, é a direção de roteiro, que consiste em uma trama superficial e com momentos que levam à cenas de ação, sem uma maior justificativa dos porquês ou impacto real para a trama (um dos grandes exemplos é o Executioner, em que não há explicação de como entra na história ou o que fazia em meio aos zumbis). Em apoio a isso, o famoso site Rotten Tomatoes o pontua com 23%, dizendo que o filme foi “uma sequência desnecessária” (à trama já estabelecida).
Por outro lado, a parte técnica do filme foi elogiada, com os cenários bem utilizados e pensados para a filmagem em 3D, ao contrário de muitos filmes que são apenas convertidos na pós-produção. Já por parte dos fãs, uma coisa que não era bem aceita eram os “poderes” de Alice, então foi bem-vinda a ideia de torná-la mais humana nesse filme. Ainda falando sobre aspectos técnicos, a produção foi mais cuidadosa com os visuais inspirados na série, com a atriz de Claire se aproximando mais ao visual da personagem, um Wesker visualmente semelhante (apesar da escolha de um ator notavelmente mais jovem) e com a sequência de luta baseada no jogo bem coreografada e fiel ao material de base.
Quanto às curiosidades, o filme toma claramente referências de Resident Evil 5 (Wesker, Executioner, Majinis, etc.), mas também de outros jogos, de forma mais sutil. A luta de Claire no banheiro remete à sequência em que a personagem foge de Steve, em Code Veronica, com ele destruindo tudo ao redor com o machado.
Assim como no terceiro filme, o figurino de Alice foi desenhado pela própria Milla Jovovich. A ideia de balas feitas com moedas tem referência nos filmes de velho-oeste, e alguns elementos tiveram inspiração em Matrix (como a cena em que Alice e seu clone se atiram de uma parede de vidro). Também há uma referência à série Prison Break, com o ator Wentworth Miller (que era um dos protagonistas) começando preso. Por falta de tempo, contrataram “apenas” 150 figurantes para o papel de zumbis, com o resto deles sendo criado em computação gráfica. Os cães infectados não são apenas digitais. Foram usados cães reais com próteses coladas ao corpo, e criados os efeitos na pós-produção. E por fim, a produção ficou um pouco mais encarecida, porque em uma das sequências de ação, Milla Jovovich quebrou uma câmera 3D que custava US$100 mil.
E vocês comrades, curtiram mais um artigo com curiosidades sobre a saga nos cinemas? Repararam na referência a Code Veronica? Gostaram da interpretação do Wesker “jovem”? Compartilhem conosco suas opiniões sobre os filmes da saga.
Redator do EvilHazard, paulista, administrador, viciado em jogos de aventura e cultura nerd, com uma queda pelo mundo do Survivor Horror