Depois de alguns meses sem notícias e de entusiasmada espera dos fãs, a DLC Separate Ways (Caminhos Distintos) de Resident Evil 4 Remake foi lançada apenas uma semana depois de seu anúncio oficial no State of Play da Sony PlayStation de setembro de 2023! Com a chegada da aguardada DLC, nós do EvilHazard tivemos a oportunidade de jogar e tirar nossas próprias conclusões, mas e aí, será que a DLC é boa? Ela superou o material original? Essas são algumas das perguntas que iremos tratar nesta Análise!
IMPORTANTE: ANÁLISE COM SPOILERS!
Agradecemos à Capcom Brasil pelo envio gratuito da DLC para que pudéssemos analisá-la, e claro, deixamos todo nosso carinho e agradecimento para nossos leitores e amigos que nos motivam diuturnamente a continuar produzindo o melhor conteúdo de Resident Evil e Survival Horror no Brasil!
Em termos de quesitos técnicos gerais, não temos muito o que comentar, o excelente padrão de qualidade gráfica, visual e sonora visto na campanha principal continua sendo uma constante nessa DLC. Claro, alguns dos defeitos vistos na geração passada na campanha principal também continuam, uma vez que este Redator jogou no PS4 PRO e algumas vezes eram vistos cenários com bugs gráficos e erros de renderezição, porém, nada que prejudique muito o andamento da jogatina. Na versão do PlayStation 5 (jogada por parte de nossa Equipe) o jogo não apresenta nenhum defeito ou bug mais notável, replicando o excelente nível técnico já visto no jogo principal estrelado por Leon S. Kennedy.
O trabalho de voz e dublagem em Português do Brasil segue muito bom assim como no jogo base; a entonação de Paola Molinari como Ada parece estar melhor do que na campanha original, além de Marco Antônio Ribeiro como Wesker entregar um vilão com uma entonação mais impaciente e ameaçadora do que o habitual para Wesker. As vozes em Inglês também são dignas de nota, especialmente a de Albert Wesker, onde o dublador conseguiu imprimir uma feição vilanesca para este que é um dos personagens ícones da série da Capcom. Vale destacar aqui também o excelente trabalho de Lily Gao como dubladora em Inglês de Ada Wong; vítima de críticas e ataques injustos por parte de alguns “fãs” da franquia, Gao consegue entregar uma dublagem segura e objetiva para Ada Wong, flertando com o humor em momentos pontuais, porém sem deixar escapar o tom misterioso que caracteriza a personagem desde sua primeira aparição, em Resident Evil 2.
A Gameplay do novo Separate Ways também se mantém muito parecida com o que já vimos no jogo base, porém o fato de jogarmos com Ada traz diversas novas implicações, como Ada aguentar menos dano que Leon, não ter acesso a todas as armas que Leon tem, sua movimentação ser mais rápida, ataques corpo a corpo diferentes, e claro, fazendo uso de sua famosa Grapple Gun. A pistola de Ada que dispara uma corda com gancho é uma adição fantástica ao jogo e seu uso é expandido se comparado ao minijogo original de 2005; o uso dela se tornou importante para acessar áreas que Leon não poderia, além de ser uma grande aliada no combate, uma vez que agora é possível atordoar inimigos que estão mais longe e disparar a corda para avançar e desferir um ataque físico. Essa combinação junto ao contínuo aprimoramento da faca e ao amuleto que incrementa 25% de chance de acerto crítico no inimigo torna-se muito útil no decorrer do jogo, especialmente para poupar munição.
É claro que Ada, a grande estrela da DLC, é quem rouba a cena. Ela está incrível, sempre com suas respostas irônicas, dúbias e conservando o mistério e a graciosidade que só ela tem. Entrando em termos de história e lore, quem estava esperando uma releitura exata do que foi visto no material de origem vai ter mais de uma grata surpresa ao ver que a DLC consegue conservar a proposta original, adicionar conteúdo e ainda trazer um enredo bem mais sofisticado do que o do Separate Ways original. Não tem muito o que discutir sobre esse Separate Ways ser melhor que o original, a nova história simplesmente expande o papel de Luis, criando uma dinâmica sensacional entre ele e Ada que não era vista no original, além de também expandir de maneira definitiva o papel do Albert Wesker. Nesta DLC temos cenas jamais antes vistas no minijogo original, e no que diz respeito à interação entre Ada e Wesker, a Capcom parece já ter preparado os fãs e jogadores para um futuro Resident Evil 5 Remake, dada a adição de algumas referências que evocam o quinto jogo numerado da série.
Confirmando uma teoria dos fãs, o U-3 é o segundo Verdugo e se tornou um chefe na campanha da Ada, e como mencionado na campanha de Leon, esse Verdugo era uma criada da família Salazar que foi submetida a experimentos com Las Plagas e DNA de insetos, sendo também conhecida como “Pesanta”, facilmente o chefe mais criativo e a releitura mais bem executada de um vilão no remake de Resident Evil 4. Pesanta ainda na forma de Verdugo, persegue Ada no trecho inicial do Castelo, volta a perseguir a espiã no vilarejo e ataca mais uma vez já na reta final do castelo, aonde libera sua forma de “U-3”. Na forma de Verdugo, ela consegue induzir alucinações e ilusões de teletransporte, com uma inspiração nítida no Hookman de Resident Evil 3.5 e na batalha de Jack Norman em Resident Evil Revelations 1.
Infelizmente, a luta com Krauser foi cortada dessa nova versão de Separate Ways, porém o vilão tem seus momentos de tela neste novo minijogo. Claro que teria sido muito interessante ver a luta com esse importante personagem, mas ele foi morto definitivamente no embate com Leon e a história dá a entender que Krauser está a serviço apenas de Saddler, e não de Wesker.
Para finalizar as considerações sobre a história, o jogo conta com uma cena pós créditos com Wesker tendo recuperado o corpo de Krauser que foi infectado com a amostra de Plaga contida no âmbar que Ada levou embora ao trair Wesker no final. Algo que foi muito interessante de ser visto, e que definitivamente, deixa um gostinho de Resident Evil 5 Remake para os fãs.
Outro ponto a se destacar no novo Separate Ways é sua trilha sonora, repleta de trilhas clássicas rearranjadas para este remake e que dão o tom na medida certa da ação de todo o conteúdo! Toda a beleza da RE Engine também é enaltecida nesta DLC, a exemplo do jogo principal, e a Capcom não perdeu a oportunidade de homenagear os fãs incluindo desta vez trajes clássicos para Ada, Luis e Wesker. Até mesmo o “Ganado com a jaqueta de Leon” aparece por aqui, assim como no minijogo original, e ainda é possível jogar todo o jogo principal com o Traje R.P.D. de Leon (de RE2 Remake) ao se cumprir Rank S+ com todos os personagens em todos os cenários do Modo Mercenários, modo este que, aliás, ganhou as adições de Wesker e Ada como personagens jogáveis, e mais um cenário disponível para a diversão!
Com sete capítulos, a DLC Separate Ways de Resident Evil 4 Remake se mostra maior do que o minijogo original, levando em torno de seis horas para ser concluída em uma primeira tentativa, e traz, como no jogo principal, diversos desafios “in game” para serem cumpridos, que resultam em pontos para trocar por itens na Loja do jogo.
Para concluir, tivemos a convicção de que o novo Separate Ways é uma excelente DLC, ainda mais se formos levar em consideração o seu preço em Reais, variando entre R$ 53,90 e R$ 48,00, dependendo da plataforma de preferência do jogador. A Capcom ousou bastante na sua criação, fugindo em muitos momentos do que se esperava em relação ao material raiz, porém não desrespeitando em momento algum o material original, e isso terminou sendo para o melhor! A DLC agrega muito em termos de lore, conclui subtramas da campanha principal, entrega uma Ada perfeita e muito bem caracterizada, e ainda parece acenar para o futuro desta nova linha do tempo da série. Se fôssemos dar uma nota para este novo Separate Ways, seria 10/10, um dos melhores conteúdos adicionais jogados por nós nos últimos anos!
Agradecemos novamente à Capcom Brasil pelo envio gratuito da DLC para que pudéssemos analisá-la, e claro, deixamos todo nosso carinho e agradecimento para nossos leitores e amigos que nos motivam diuturnamente a continuar produzindo o melhor conteúdo de Resident Evil e Survival Horror no Brasil!
Alagoano, Redator do EvilHazard, fã do universo do Terror e apaixonado por Resident Evil