Quando a Capcom anunciou, no começo dos anos 2000, que somente o Nintendo GameCube teria os novos jogos de Resident Evil (RE Remake e RE Zero), ela deixou os fãs da franquia possuidores de um PlayStation 2 bastante enfurecidos. Em uma tentativa de “recompensar” os donos do console da Sony, ela decidiu então anunciar Resident Evil Dead Aim, para PlayStation 2.
Conhecido no Japão como “Gun Survivor 4: Biohazard ‘Heroes Never Die'”, RE: Dead Aim é a quarta versão da série “Gun Survivor” e o primeiro desta série a ter a característica de terceira pessoa. Causando grande surpresa ao ser anunciado em 2002 (com lançamento definitivo em 2003), RE: Dead Aim é, podemos dizer, bem intencionado, mas sem dúvida os fãs da franquia que só possuíam o PS2 pra jogar mereciam um jogo melhor.
Plataforma inaugural e ano de lançamento: PlayStation 2, ano 2003
Desenvolvedora e Publicadora: CAPCOM
Gênero: Survival Horror
Número de jogadores: 1
No jogo, você controla dois personagens principais em uma trama ocorrida depois da destruição da cidade de Raccoon City. Bruce McGivern foi enviado para obter uma amostra do vírus da Umbrella que foi descarregado em um navio de luxo na França. No mesmo navio, o vilão Morpheus mantém em seu poder amostras do vírus. Durante a história, Bruce encontra uma agente do governo chinês, Fong Ling, que também quer colocar as mãos em Morpheus. Juntos, Bruce e Fong Ling enfrentam centenas de zumbis, resolvem puzzles e principalmente, tentam sair vivos deste pesadelo.
Mesmo sem comparar com outros jogos da série Resident Evil, Dead Aim é um “pseudojogo” de tiro em primeira pessoa. Para quem não está acostumado com a série Gun Survivor, o jogo mistura ação em primeira e terceira pessoa e traz ainda elementos costumeiros da franquia de terror da Capcom. O jogador tem que coletar itens em diversos pontos do mapa para juntar em um determinado local para abrir passagem e assim, prosseguir.
O game oferece diversas opções de controle. Pode-se escolher entre jogar com o controle Dual Shock 2, com o Mouse do PS2 (qualquer mouse USB é compatível) ou com a pistola GunCon 2, sendo que cada uma das opções possui pontos positivos e negativos: o Dual Shock e o mouse se aplicam melhor no movimento do personagem, já a GunCon 2 permite que a pontaria para matar os monstros fique por sua conta e risco.
A jogabilidade é um dos pontos mais vulneráveis de RE: Dead Aim. A quantidade de controles disponíveis não significa nada. A pistola, por exemplo, não deixa o jogador controlar livremente o caminho que quer seguir, e não é só isso: não adianta o alvo do tiro, pois os monstros sempre vão morrer com a mesma quantidade de balas; não importa que você atire na cabeça, um zumbi sempre cai com quatro ou cinco tiros de Beretta. A melhor opção é utilizar o controle Dual Shock 2 com a Pistola, para ter melhores resultados e menos dor de cabeça. Durante o jogo, você poderá encontrar diversas armas e itens, mas, como em todo survival horror que se preza, itens de cura e munição são escassos e podem fazer falta ao jogador em determinadas partes. Confira abaixo uma amostra do gameplay do jogo:
Os gráficos de RE: Dead Aim são bons, com tons limpos, escuros e cheios de detalhes, além de trazer vários efeitos novos (para a época), como a movimentação ao ser atingido pelo recuo de uma arma e os melhores efeitos de sangue já vistos num jogo de videogame (na época). O jogo também contém ótimas cenas em CG, sendo o primeiro jogo da série Gun Survivor com este tipo de cenas!
Os modelos dos personagens e as texturas tiveram a maior parte da atenção da Capcom e funcionam bem para os padrões do PlayStation 2. Já o som é mais do mesmo: músicas que lembram e muito as dos filmes “trash”, com gemidos dos zumbis, portas com barulho de dobradiça enferrujada, e tudo mais do gênero. Resident Evil: Dead Aim é, ainda, o primeiro jogo da série Resident Evil a ter uma música tema, “Gunshot”, da banda japonesa Rize, que você pode ouvir abaixo:
Resident Evil: Dead Aim pode não ser o melhor game da série, mas para quem curte a série “Gun Survivor” e quer se gabar por ter jogado todos os games da franquia Resident, ele acaba se tornando obrigatório.
Redator do EvilHazard, paulista, 21 anos, gamer amante de jogos de computador, fã de videogames antigos e de jumpscares em jogos de terror.
