Seis anos após o lançamento de “Freddy vs Jason”, a New Line Cinema, com o sucesso de bilheteria de “Massacre da Serra Elétrica” em 2003 e sua prequel em 2005, decidiu dar para Jason um reboot no mesmo formato, em 2009.
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Na trama, vemos um grupo de jovens indo passar o final de semana no acampamento Crystal Lake ao mesmo tempo que Clay Miller procura sua irmã desaparecida nos arredores.
Este Redator um carinho enorme por esse filme (por ser o único que assisti no cinema) mas é um filme que causa tristeza. Por quê? Simples, estamos falando de um reboot, uma oportunidade de trazer algo realmente novo para a franquia sem precisar se preocupar com o que veio antes, mas esse filme não faz nada disso.
Marcus Nispel, o diretor, e os roteiristas Damian Shannon e Mark Swift, jogaram no seguro e se mantiveram na fórmula básica da franquia. Até tem coisas novas, como os túneis, que são interessantes, mas nem um pouco explorados. Só estão lá.
O filme fica na mesma fórmula de sempre: personagens genéricos que estão lá apenas para fazerem a fila de corpos, jovens adultos que só querem farrear, beber, usar substâncias ilícitas e “furunfar”. O filme também conta com a nudez gratuita de sempre e o clássico da burrice extrema dos personagens. Afinal, um casal vai pro lago, anoitece, eles não voltam e ninguém sequer para pra pensar nisso.
Sem falar também de várias coisas que não fazem sentido. Como a personagem de Danielle Panabaker que parece namorar com o dono da casa, mas posteriormente ele vai pra cama com outra. Ou o fato de Jason sequestrar Whitney por ela se parecer com a mãe dele. Tudo bem, é algo novo, mas não faz sentido, ele sabe que não é a mãe dele, tanto que a deixa acorrentada.
Nem tudo é ruim, entretanto. O filme tem ideias boas, podemos apreciar a subversão da expectativa da “final girl”, onde passamos o filme inteiro achando que é Danielle Panabaker e do nada ela morre, deixando Whitney ser a “final girl”. Ou o fato de que dessa vez temos de novo o plot do caçador Clay, Jared Padalecki, que
agora sim vai até o final e vence a luta. E é bom também terem trazido de volta a tradição clássica do susto final.
Sexta-Feira 13: Bem-Vindos a Crystal Lake é um filme que possuía muito potencial, mas decidiu jogar no seguro e acabou sendo só mais do mesmo. Genérico, não se destaca em nada e consegue ser a mesma coisa dos antigos. New Line, por que não fez a mesma coisa que fez com o reboot de Massacre da Serra Elétrica?
CURIOSIDADES
Tommy Jarvis quase foi incorporado ao filme. Sim, houve planos sérios para termos Tommy Jarvis no filme, mas infelizmente a ideia acabou sendo descartada.
O filme teve uma continuação encomendada para 2010, porém os direitos da franquia e do personagem foram parar no tribunal. Isso porque, após 35 anos do filme original, os direitos voltariam para Sean S. Cunningham, mas Victor Miller, roteirista do filme original, entrou com um processo pelos direitos autorais que ele acreditava pertencer a ele. Esse processo durou uma década inteira, Miller ficou com os direitos de Jason e Cunningham com os diretos do nome da franquia.
O filme conta com exatamente 13 mortes, o segundo maior número desde a Parte 4. Na Parte 6, o plano era ter 13 mortes também, mas a produção interferiu e elevou para 18. A ideia de ter 13 mortes foi um easter egg da direção.
De acordo com os roteiristas, a busca de Clay por sua irmã não foi uma homenagem (pelo menos não intencional) ao caçador do quarto filme. Nas palavras deles: “É apenas a jornada do irmão tentando encontrar a irmã”.
Derek Mears é um grande fã assumido da franquia, mas a produção estava relutante em escalá-lo como Jason, por que Derek é uma pessoa boa demais. Porém acabou sendo escalado por ter quase dois metros de altura e pela facilidade de aplicar a maquiagem, já que Derek tem alopecia, o que causa a cabeça sem cabelo ou sobrancelha.
Chelsea, a mulher que morre no lago, originalmente morreria afogada após ficar exausta nadando enquanto Jason esperava na praia.
Os túneis subterrâneos foram uma ideia dos roteiristas para tentar explicar o famoso teletransporte de Jason e deixar as coisas mais “reais”.
A plantação de maconha que o primeiro grupo de jovens procuram no inicio do filme foi de fato plantada e cuidada pelo próprio Jason, que usa isso para atrair os jovens para matá-los. Jason nesse filme é de fato um caçador.
Coincidentemente, um mês antes do lançamento do filme, o parceiro de Jared Padalecki na série Supernatural, Jensen Ackles (que interpretava Dean Winchester) também estrelou em outro remake de um filme de terror dos anos 80, no caso “Dia dos Namorados Macabro”.
O filme teve um orçamento de 19 milhões de dólares e arrecadou uma bilheteria de 92,7 milhões de dólares.
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.
