ATENÇÃO: CONTÉM SPOILERS DA PRODUÇÃO!
Após o sucesso gigantesco do primeiro filme Sexta-Feira 13, o estúdio que não é bobo nem nada e na busca de encher o bolso de dinheiro rapidamente encomendou a sua sequência, Sexta-Feira 13: Parte 2, chegando aos cinemas já em 1981, um ano após o filme original.
Nesta trama, nós acompanhamos um grupo de jovens que vão começar um treinamento para monitores em um acampamento vizinho ao Crystal Lake, liderados por Paul e Ginny, onde são perseguidos por um assassino misterioso.
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Bom, a troca de final girl não foi a única mudança do filme. O diretor e roteirista, Sean S. Cunningham, não retornou para a sequência. Isso porque Cunningham era totalmente contra trazer Jason como o assassino do filme. Segundo ele, a cena final do primeiro filme (de Jason saindo do lago) não foi pensada como algo para iniciar uma franquia. Outro que saiu da equipe foi o lendário maquiador Tom Savini, por conflitos de agenda.
O novo diretor, Steve Miner, tenta emular Cunningham, escondendo Jason e tentando manter a identidade dele um mistério, o que funciona bem na cena de abertura, mas entre isso e a volta do assassino, nós temos uma cena dos personagens contando a história de Jason, assim acabando com qualquer mistério acerca de quem é o assassino.
Como vocês devem ter percebido, o visual do homem aqui ainda não conta com a famosa máscara de hóquei. O visual de Jason aqui conta com uma camisa de flanela azul, macacão também azul e um saco na cabeça com apenas um furo para os olhos. Não se sabe bem por que só há um furo, já que aqui ele ainda possui ambos os olhos.
A história em si tem uma ideia interessante: o acampamento vizinho e o surgimento de outro assassino. Inclusive, apesar de ser muita burrice dos personagens quererem visitar Crystal Lake, essa cena acaba servindo para mostrar o destino do acampamento após o primeiro filme: o local foi fechado permanentemente. Uma criança se afogando e dois monitores sendo assassinados não foi o suficiente, mas depois de uma chacina não teve jeito.
O filme, porém, acaba sendo um grande repeteco do primeiro, mas com personagens menos cativantes. As mortes acontecem muito rápido, é quase uma montagem de Jason matando todo mundo, sem falar da gritaria de alguns personagens e outros sons (como o cadeirante caindo por uma escadaria gigante) e convenientemente ninguém ouve nada. E, claro, a cena final completamente confusa, sem deixar claro se era um sonho ou se Paul está vivo ou não.
Em conclusão, é uma boa sequencia, com uma boa introdução do famoso assassino, mas que peca em apenas repetir a fórmula sem tentar trazer algo novo. Queríamos muito poder dizer que vai melhorar daqui pra frente, mas na maioria dos filmes a qualidade vai só descer.
CURIOSIDADES
Originalmente era para Adrienne King reprisar seu papel como Alice pelo filme inteiro; ela deveria ser uma personagem recorrente na franquia, como Jamie Lee Curtis foi para Halloween. Porém, King estava assustada por conta de um fã stalker da franquia e pediu para seu tempo de tela ser reduzido. Por fim, essa redução virou também um corte total dela na franquia, e ainda King sequer sabia do destino da personagem antes de chegar no set. Dizem também que o corte foi por uma questão do agente de King pedir dinheiro demais para o retorno dela.
Na cena de morte da personagem Alice, houve um erro em um take onde a “lâmina” do picador de gelo falso não retraiu como deveria, machucando um pouco a atriz.
Jason foi interpretado por três pessoas nesse filme. Na cena de abertura, onde vemos as pernas de Jason na chuva, ali era a designer de figurinos Ellen Lutter, sendo assim a primeira e última mulher a interpretar Jason. Depois o papel foi dividido por Warrington Gillette, que fez o personagem pela maior parte do tempo, e Steve Daskawisz, que fez as cenas mais perigosas.
A morte de Jeff e Sandra, o casal que o Jason transforma em espetinho, teve que ser cortada para ir aos cinemas. O órgão de regulamentação, MPAA, achou a cena gráfica demais. Assim a cena foi alterada e cortaram o take da lança perfurando o casal.
Um total de 48 segundos do filme foram cortados para evitar uma classificação R, ou seja, para maiores de 18 anos. Isso porque os produtores acharam que essa classificação alta afetaria negativamente na bilheteria do filme.
Não foi a Ginny que fez xixi! Ginny não se mijou de medo, foi o rato safado que se aliviou e entregou Ginny para Jason.
Durante as gravações do combate final, Amy Steel (Ginny) acabou acertando o facão no dedo de Steve Daskawisz, fazendo com que tivessem que correr com ele para o hospital. A parte engraçada é que foi na cena onde Jason já estava com o facão cravado no ombro, e não houve tempo de tirar o machado para ir ao hospital, assim quando eles chegaram na sala de emergência deram um belo susto em todo mundo.
Amy Steel odiou a cena do retorno de Jason pela janela. Foram necessários três takes para dar certo. Nas três ela ficava extremamente tensa e se assustava de verdade durante a cena.
Até mesmo o elenco e John Furey, o ator por trás de Paul, não sabem exatamente o destino do personagem. Se até eles ficaram confusos quanto a isso, quem dirá nós não é?
Sexta-Feira 13: Parte 2 teve um orçamento bastante reduzido em relação a seu antecessor, com apenas 1,25 milhões de dólares. Faturou 21,7 milhões, uma diferença considerável em relação ao primeiro filme, mas ainda assim um lucro satisfatório!
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.