Há dois anos, Parker Finn escreveu e dirigiu um filme de terror original intitulado de “Smile”, traduzido para “Sorria” aqui no Brasil, filme esse onde ninguém apostou nada, o que foi ótimo, porque surpreendeu a todos nós. Sorria foi um terror psicológico eficiente com um monstro muito interessante, e contou com uma jogada de marketing incrível, com pessoas em eventos aleatórios sorrindo de forma maníaca. Agora, após o sucesso do primeiro filme, Sorria 2 chega às telas do cinema e consegue ser ainda melhor que o primeiro.
Um ano após sofrer um acidente de carro que matou seu namorado e a deixou traumatizada, Skye Riley, uma cantora pop mundialmente famosa, tenta levar uma vida sóbria e reiniciar sua carreira. Em uma noite, entretanto, ao encontrar um conhecido para comprar remédios para suas dores (vindas do acidente) o mesmo se mata em sua frente com um sorriso estranho no rosto. A partir disso Skye começa a ter visões estranhas e a perder a noção da realidade enquanto é perseguida por… alguma coisa.
Sorria 2 acaba sendo mais um thriller psicológico do que um filme de terror em si, mas claro, tem uma ambientação e uma construção de um filme de terror. Os sustos estão presentes, assim como a tensão, mas o grande foco da trama é o psicológico da personagem, em como ela perde a sanidade aos poucos ao decorrer da história.
Naomi Scott dá vida à nossa protagonista e dá um show de atuação. Skye Riley é real, a personagem passa uma veracidade que deixa o filme ainda mais incrível. A escolha de fazer uma protagonista uma cantora famosa, uma Taylor Swift ou Britney Spears, é simplesmente genial. Por quê? Simples, porque isso impõe uma série de limites à personagem. Ela não pode sair na rua, ir onde quiser ou até fazer o que quiser, ela é uma figura pública, ela tem uma imagem enorme com que se preocupar. A personagem da mãe de Skye, que o tempo todo a lembra da carreira e não a deixa falhar com os compromissos, por mais que ela implore para cancelar, chega a ser agoniante. Há ainda uma sequência sensacional que usa um fã obcecado de Skye para mostrar como a entidade usa genialmente o psicológico das pessoas para atacá-las.
O filme conta com vários acontecimentos em público, apresentações de personagens de diferentes formas ou apenas estando em público mesmo, em cenas perturbadoras, não apenas pelo que é mostrado em tela, mas por sabermos a repercussão que aquilo terá na carreira dela e na cabeça dela. 
Parker Finn melhora em tudo nessa continuação. O início do filme, em plano sequência, é sensacional. A forma como ele trabalha o horror da perseguição em meio à fama da protagonista beira a perfeição. A cereja no bolo aqui é a forma magnífica como engana até mesmo nós, o público, sobre o que é real no filme. As revelações do final do longa são de explodir cabeças, de deixar boquiaberto. É, na opinião desse Redator, um dos melhores finais de filme de terror dos últimos anos, e abre portas para uma terceira entrada absurda na franquia.
Claro que nem tudo são flores. Se tem algo a se reclamar nesse filme seria a duração. O filme tem 2 horas e 12 minutos de duração, o que para um filme de terror é insanamente longo. Isso gera um problema, deixa o meio do filme, o segundo ato, um pouco enrolado. Este Redator contou pelo menos duas sequências do meio do longa que poderiam ser cortadas sem perder nada do filme. Sem falar de flashbacks do acidente que não se mostram tão necessários para o desenrolar da trama ou para mostrar o trauma da personagem.
Em conclusão, Sorria 2 se mostra melhor que o primeiro em tudo. Seu único pecado é a duração um pouco longa demais, mas, na opinião desse Redator, é um baita filme de terror, thriller psicológico, sensacional. Sem dúvidas um dos melhores filmes de terror do ano!
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.
