O ano de 2024 foi bem fraco quando o assunto era lançamentos de novas IPs no cenário atual dos games, porém, belas e gratas surpresas foram sim lançadas no ano. Still Wakes the Deep é um belo exemplo. Lançado em 18 de junho de 2024 para PlayStation 5, Xbox Series X/S e PCs, Still Wakes the Deep é uma amostra de como uma ideia simples pode resultar em uma bela surpresa para o gênero do terror psicológico.
HISTÓRIA:
Cameron ‘Caz’ McLeary, um homem adulto que possui problemas com a Lei e questões matrimoniais com sua esposa, se tornou pai recentemente, o que aumenta seus dilemas. Afim de dar um jeito na vida, Caz aceita trabalhar em uma plataforma de petróleo distante da sociedade em que vive. Durante sua jornada de trabalho, uma estranha criatura toma conta do local, portanto Cameron terá que dar um jeito de sair vivo daquela plataforma.
Apesar de parecer simples em termos narrativos, o game é muito feliz em suas escolhas. Ele leva um tempo considerável para você se habituar com aquele cenário isolado. Ele te apresenta aquela situação e em instantes não tem como não se sentir um trabalhador dentro daquela plataforma. Todos os colegas de trabalho são palpáveis e reais, o que ajuda no quesito da imersão. Toda a jornada do game se mantem em uma crescente constante, tanto em situações quanto na própria tensão que sensação de perigo que o jogo oferece. Os acontecimentos tem peso e são impactantes, o que traz um arco narrativo muito efetivo.
COMO O JOGO FUNCIONA:
O game é em primeira pessoa, dito isso, é uma das melhores experiências de gameplay em primeira pessoa da atualidade. A “jogabilidade” é bem simples, você anda, corre, pula, se agacha, e etc. O que brilha os olhos do jogador é que o jogo é de fácil compreensão, o que por sua vez, em momentos tênues, tudo se orquestra em um conjunto satisfatório. O jogo é de terror psicológico? Sim, mas há muitos momentos de “jogo de plataforma” aqui também, o que é irônico, por ser um jogo que se passa em uma plataforma e possuir certos elementos de “plataforma” de fato.
Os momentos tensos são, em sua grande maioria, misturados com elementos stealth; para quem jogou Alien: Isolation, provavelmente se sentirá em casa aqui. São muitos momentos em que iremos nos deparar com uma espécie de jogo “gato e rato”. Still Wakes the Deep, apesar de tudo isso, é um game muito curto que pode ser jogado em uma tacada só. Estamos falando de uma duração que pode variar de 3 a 5 horas de gameplay.
GRÁFICOS E AMBIENTAÇÃO:
Rodando na Unreal Engine 5, o jogo sabe muito bem mesclar temas lúdicos em um cenário realista e detalhado. Os cenários como um todo são bastante bonitos, e buscam encher os olhos do jogador com pequenos detalhes, como textura de objetos e até mesmo os ambientes internos com uma iluminação realista que colabora para a imersão do jogador.
Por várias vezes durante a gameplay, teremos cenários belíssimos e com um contraste de cores vivas, claramente inspirado em obras do cinema de terror como “The Thing” (O Enigma de Outro Mundo). A própria criatura em questão acaba sendo uma mistura do monstro de O Enigma de Outro Mundo com Venom. A criatura se movimenta de uma maneira “simbiótica”, se esgueirando pela plataforma, transformando todo o ambiente ao seu redor em seu próprio habitat natural, trazendo sua natureza tanto de ambiente quanto do modo de comportamento da fera, o que, mesclando com a construção humana, apenas engrandece o design e a fotografia do game.
PONTOS NEGATIVOS:
Este Redator entende que o game não é para todo mundo, pois esse jogo pode facilmente se encaixar nos famigerados games de “Walking Simulator” (simulador de caminhada). Acredite: você anda, anda e anda mais um pouco durante a gameplay. Justamente pelo fato de os momentos tensos serem impactantes por serem poucos durante todo o jogo, Still Wakes the Deep sofre do que podemos chamar de “efeito Hellblade”, justamente por ser um jogo no qual você caminha muito mais, e os momentos de clímax (momentos de tensão e sobrevivência) são poucos, porém, impactam e cumprem sua função, sendo separado por fases, com sua grande maioria de plataforma e resolução de pequenos puzzles.
CONCLUSÃO:
Still Wakes the Deep é um belo achado perante um ano fraco para o mundo dos games. Com sua própria personalidade, o jogo mostra seu valor justamente em sua história comovente, em sua gameplay muito intuitiva e fluída, e com seu terror funcional. Por se tratar de um game curto, facilmente ele pode ser jogado em uma tarde. A quem está buscando algo diferente nesse gênero que infelizmente vem se tornando cada vez menos criativo, é uma boa recomendação. Aos usuários de Xbox, o jogo está disponível no GamePass. Conosco, Still Wakes the Deep teria, caso atribuíssemos, uma nota 7,5!
Redator do EvilHazard. Apenas um jovem apaixonado por games e cinema. Fã de Halo da Xbox e God Of War da PlayStation e de temáticas espaciais no cinemas e séries. Games e cinemas, essa é a minha praia!