O jogo antecessor de Star Wars Jedi: Survivor, Star Wars Jedi: Fallen Order, foi lançado pela EA e Respawn Entertainment em 2019, e o sucesso do jogo foi tamanho que surpreendeu a todos os jogadores, se tornando o lançamento digital de venda mais rápida para qualquer jogo Star Wars nas duas primeiras semanas após o lançamento. O jogo vendeu mais de 8 milhões de cópias até o final de janeiro de 2020 (superando as expectativas da EA), mais de 10 milhões de unidades foram vendidas até 31 de março de 2020, e em junho de 2021, o jogo atraiu mais de 20 milhões de jogadores.
Além do êxito nas vendas, o jogo também conquistou grande parte da mídia especializada, com média de 80 no Metacritic e ganhando reviews elogiosas e generosas. Os fãs da saga Star Wars também acharam o jogo muito interessante, inclusive por ser canônico (se passando cinco anos depois de Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith). Com tanto sucesso, era natural de se esperar que a EA produzisse uma sequência, e para a felicidade de todos, Star Wars Jedi: Survivor consegue ser melhor que o primeiro jogo em diversos aspectos!
Esta análise foi escrita após jogarmos uma cópia do jogo digital, versão PlayStation 5, enviada ao EvilHazard pelos representantes da EA/Respawn Entertainment, a quem deixamos nossos mais sinceros agradecimentos!
Star Wars Jedi: Survivor se passa cinco anos após os eventos do primeiro jogo, Fallen Order. O jogo segue o Cavaleiro Jedi Cal Kestis e sua luta contra o Império enquanto procura um lugar para se esconder deles, sempre acompanhado de seu parceiro-robô carismático BD-1 e, em algumas ocasiões, de novos aliados como Merrin e Bode Akuna. O jogo foi dirigido por Stig Asmussen e produzido por Paul Hatfield, e seu desenvolvimento foi anunciado em janeiro de 2022. Assim como ocorreu no primeiro jogo, em Star Wars Jedi: Survivor é facilmente possível perceber o quanto a obra de Hidetaka Miyazaki teve nele grande influência. Miyazaki tem em seu currículo grandes sucessos como Dark Souls, Bloodborne, Sekiro e Elden Ring, e se os jogadores perceberam em “Fallen Order” um gameplay bastante voltado ao gênero “Soulslike” de Miyazaki, aqui em “Survivor” qualquer dúvida que antes podia surgir cai por terra de forma indiscutível.
Este novo jogo mantém muitas das incríveis mecânicas de jogo de seu antecessor, porém trazendo agora novos elementos. Com o sabre de luz, Cal tem cinco posturas diferentes, e cada uma tem uma característica especial. Ele pode usar as posições de lâmina única e lâmina dupla do jogo anterior, e uma nova postura também foi adicionada, esta que imita o sabre de luz “crossguard” estilo Kylo Ren (vilão da trilogia de filmes mais recente); este estilo exige que os jogadores prestem atenção ao “timing” para poder usar com eficácia, principalmente ao bloquear e aparar ataques inimigos. A segunda nova postura adicionada ao gameplay do jogo é a postura “blaster”, que permite ao jogador usar um combo de sabre de luz e o “blaster” para ataques próximos e à distância. Já uma nova habilidade de estase da Força, semelhante à usada pelo vilão Kylo Ren em “O Despertar da Força”, permite ao jogador congelar os inimigos e disparar raios no ar.
Podemos concluir então que, no tocante ao gameplay, ele registra uma evolução interessante em Star Wars Jedi: Survivor, se comparado com seu antecessor. O ritmo das lutas contra dróides, Stormtroopers e demais inimigos é moderado pela Stamina, que se esgota a cada golpe, recuperando apenas em momentos de recuo (mais um traço da influência dos “Soulslike). A saúde é restaurada em pontos de meditação, locais de santuário onde os pontos de habilidade são gastos para expandir os movimentos de Cal, mas que também ressuscitam os inimigos locais.
No tocante à narrativa, o jogo é brilhante, podendo conquistar até mesmo pessoas que não são familiarizadas com o universo infinito de Star Wars, efeito este que já havia sido registrado no primeiro jogo. Star Wars Jedi: Survivor é mais um exemplar do porquê estarmos contando histórias de Star Wars até hoje, quase 50 anos depois do primeiro lançamento feito por George Lucas, e o fato de ele ser canônico só lhe dá ainda mais valor. O jogo traz de forma eficaz mensagens de “fazer o bem diante de forças do mal” ou “encontre um lugar para si mesmo”, e por muitas vezes estes momentos se revelam tocantes, principalmente por conta da trilha sonora, mais uma vez eficiente e belíssima. O level design apresenta mapas maiores e mais expansivos e preenchidos com mais personagens do universo de Star Wars, o que enriquece a experiência como um todo. Já o design de planetas como Koboh tornou-se mais aberto e expansivo em comparação com o visto em Fallen Order, e as plataformas de pouso da nave Mantis foram movidas para um local mais central nos planetas para facilitar o acesso às várias regiões do mesmo, mais um acerto.
O jogo apresenta gráficos e cenários bastante bonitos e com efeitos sonoros impactantes (o som do sabre de luz ainda me encanta!), porém, no que se refere a “desempenho”, Survivor apresentou algumas falhas após seu lançamento. Problemas de desempenho foram notados por vários jogadores ao redor do mundo, independente da plataforma onde o jogo era jogado, e estes problemas variavam entre borrões estranhos durante o movimento, bugs por toda parte e “crashes” que faziam o jogo ser fechado abruptamente (especialmente no PlayStation 5). A EA foi ágil e já lançou uma série de patches de correção para todas as plataformas em que o jogo foi lançado para tentar minimizar o problema, e por este esforço merece pontos. Estes problemas iniciais aparentemente não macularam a reputação do jogo perante os críticos: o jogo agradou os fãs de Star Wars, conquistou nota 86 no Metacritic (versão PS5), na imprensa global ficou com nota média de 4/5 ou 9/10 (ou seja, um desempenho melhor do que registrou seu antecessor) e suas vendas no lançamento superaram as de “Fallen Order” em 30% nos Estados Unidos.
A franquia Star Wars possui jogos desde a época do Atari, o catálogo é vasto, e Star Wars Jedi: Survivor felizmente não é só “mais um jogo de Star Wars”, podendo ser considerado um dos melhores jogos da franquia da Disney em anos, mantendo o bom trabalho atingido no primeiro jogo e expandindo-o, principalmente sob a influência vitoriosa dos jogos “Soulslike” de Miyazaki. Apesar dos problemas de performance iniciais que podem facilmente ser corrigidos por patches (como já estão), o jogo nos brinda com uma história excelente, elementos clássicos da saga Star Wars, gameplay aprimorado, batalhas intensas e variadas, visual de primeira, trilha sonora marcante e lindos momentos narrativos, e se todo este pacote pode encantar até mesmo jogadores que não são fãs da lendária saga, é a prova de que o jogo atingiu com louvor o seu objetivo. Queremos mais!
Esta análise foi escrita após jogarmos uma cópia do jogo digital, versão PlayStation 5, enviada ao EvilHazard pelos representantes da EA/Respawn Entertainment, a quem deixamos nossos mais sinceros agradecimentos!
Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.