Caro comrade, tudo bem? Você que nos acompanha sabe que aqui no EvilHazard buscamos reunir tudo aquilo que é relacionado a Resident Evil, Silent Hill e demais obras do survival horror e do mundo do terror/suspense em geral. Acontece que o universo dos jogos é muito amplo e de certo igualmente interessante não só para nós, mas também para nossos leitores.
Pensando nisso, apresentamos para vocês a coluna EvilPlus+, onde traremos, periodicamente, publicações sobre outros jogos de outros estilos alheios ao terror e ao survival horror. ATENÇÃO: o foco do EvilHazard permanece sendo a franquia Resident Evil e o mundo do survival horror, mas trazendo também este Plus+ para todos que nos acompanham.
No EvilPlus+ de hoje, trazemos uma análise detalhada de um dos últimos lançamentos da Capcom, Mega Man 11!
Uma pergunta que não quer calar é a seguinte: Mega Man 11 é mesmo um bom jogo?
Após 8 anos desde o ultimo lançamento em 2010 da saga Mega Man (não a do Mega Man X pois se trata de um outro robô), a Capcom decidiu trazer um dos seus maiores títulos de sucesso, para a felicidade e nostalgia dos fãs do robô azul, Mega Man 11 foi anunciado!
https://www.youtube.com/watch?v=NUX9wXhOlQg
Lançado dia 02 de Outubro de 2018 para as plataformas PlayStation 4, Nintendo Switch, Xbox One e PC, Mega Man 11 vem com uma “arriscada” proposta de, além de trazer novamente os fãs ao jogo, trazer também novos jogadores.. mas será que a Capcom acertou?
Quem busca por história em Mega Man, infelizmente não irá encontrar algo profundo, pois Mega Man nunca teve uma história muito bem elaborada dentro dos seus títulos: sempre tivemos Dr. Willy roubando os robôs feitos pelo Dr. Light, para manutenção da cidade ou robôs que ajudam a população de alguma forma, trazendo-os para o seu lado para tentar dominar a cidade. Dessa vez, porém, esses robôs e o Mega Man contam com um novo sistema Double Gear, do qual falaremos um pouco mais ao decorrer da anáise.
Mega Man 11 quando foi anunciado encheu os olhos! Este redator que vos fala, ao ver os trailers e gameplays apresentados, lembrou muito da infância na época de ouro da Nintendo, onde assoprar fitas e passar horas jogando era algo comum. Mega Man era um jogo muito difícil para a época, e até hoje se pegarmos o jogo ele é bem desafiador.
Ao iniciarmos o jogo, primeiramente somos levados a uma tela de tutorial instrutivo, onde nos ensinam como funciona o sistema Double Gear, que consiste em duas engrenagens, uma delas faz você desacelerar o tempo por um período até a barra encher e outra engrenagem faz o Mega Man ficar com disparos mais fortes.
Quando começamos o jogo, não há como negar que realmente estamos jogando Mega Man, sentir o robô correndo novamente, atirar e ter que apertar o pulo mais a seta para baixo para ele deslizar, traz muita nostalgia. Os gráficos agora ganharam uma modernização bem trabalhada no sistema 2.5D, porém sente-se falta de melhorias nos background dos cenários. Algumas coisas pequenas também incomodam: ao jogar, parece que a animação do Mega Man correndo está estranha, parece que ele está correndo com “dificuldades”, além dele não apresentar nenhuma expressão facial, parece que ele sempre está com aquela “cara de paisagem” como se nada tivesse acontecendo.. tudo bem que ele é um robô, mas não precisava deixar ele tão “frio” assim! Fora isso os gráficos dos cenários, efeitos de explosões, brilhos, tudo está muito bonito e muito bem feito.
Os inimigos clássicos estão novamente com um visual moderno, novos inimigos muito bem feitos, bem como os sub-chefes que enfrentamos durante as fases. Os bosses que o jogo apresenta foram um dos pontos altos do jogo, pois estão bem elaborados, além deles serem bem diferentes um do outro, tanto no aspecto visual como o jeito que os enfrentamos.
Sistema Double Gear:
A movimentação é a do clássico Mega Man, notamos isso com apenas alguns segundos de jogo. A forma que a Capcom decidiu para nós usarmos o Double Gear no jogo agrada bastante, pois não é aquele jogo que te dá algo novo e fica algo na tela escrito para que você possa passar por tal inimigo ou parte.. você é obrigado a fazer tal coisa! Exemplo: nos primeiros momentos da fase do Block Man, nos deparamos com um inimigo dentro de uma espécie de roda, onde há um pequeno espaço que nos permite atirar nele, porém a roda gira rápido e acaba dificultando na hora de o acertarmos.. mas aí é que lembramos desse novo sistema de Double Gear, usamos então a opção de desacelerar o tempo e assim conseguimos acertar a tempo esse espaço para derrotar o inimigo! Algumas situações do jogo onde há blocos que aparecem caindo rapidamente ou algumas partes que você precisa fugir e se esquivar de alguns obstáculos que aparecem na tela, nos faz usar esse novo sistema de desacelerar o tempo para passar. Isso também vale para o outro sistema de deixar os disparos mais fortes, onde usamos para derrotar inimigos que possuem uma vida maior ou até mesmo para deixar nossas novas armas, adquiridas após derrotarmos os bosses, mais fortes.
Pode parecer estranho nos primeiros minutos do jogo esse sistema novo de Double Gear, até mesmo fazer você torcer um pouco o nariz, mas é bem interessante e divertido de usar.
Bosses:
São ao todo 8 bosses, e continua no velho padrão no qual a arma que você adquiri ao derrotar um chefe é a arma que vai te ajudar a matar outro. Eles estão bem elaborados e seu design chama bastante atenção. As batalhas estão bem frenéticas, fazendo o jogador passar por alguns apertos e o uso necessário do Double Gear.
Os bosses também possuem esse novo sistema: o Block Man que enfrentamos primeiro (pois o jogo praticamente nos obriga a passar por ele antes dos demais) é um exemplo: ao chegarmos nele, nos deparamos aparentemente com um boss “bobão” que possui um padrão de ataque, mas aí que nos enganamos, pois tirando até a metade de sua barra de vida, ele ativa o Double Gear e se transforma em um boss gigante, mudando totalmente seu padrão de ataque, porém logo após conseguirmos derrotar ele nessa forma, Block Man volta ao seu tamanho normal e aí, mais uma novidade, seus ataques mudam totalmente, deixando ele com ataques mais rápidos e totalmente fora do padrão. É válido dizer isso pois nos Mega Man antigos, os bosses começavam a atacar de um jeito e terminavam do mesmo jeito, era bem padrão e fácil de enfrentar com apenas alguns segundos de batalhas. Esse novo jeito que a Capcom trouxe nos bosses, a forma que enfrentamos eles, agrada bastante, deixando o jogador mais apreensivo quando irá enfrentar um novo boss.
As armas que adquirimos foi outra coisa que agradou muito, pois não mudamos só a cor do Mega Man quando vamos utilizar a nova arma adquirida, e sim o design do Mega Man muda a cada arma nova! Temos dois ataques com as armas se utilizarmos o Double Gear para deixar mais forte, e além disso as armas estão mais legais de serem utilizadas durante as fases e não só apenas focar elas em usá-las contra os bosses.
O padrão continua o mesmo, com tal arma adquirida você consegue derrotar outro boss que possui aquela fraqueza e vamos assim até o final.
Double Gear foi um erro ou acerto?
A ideia desse novo sistema é estranha no começo, mas acaba agradando, pois dá um ar de “jogar novamente o clássico Mega Man” porém com uma tentativa de inovar/acrescentar algo novo no jogo e, diga-se de passagem, que caiu bem. É um sistema que poderia ser aprimorado é verdade, pois nas primeiras fases jogadas, tem-se a impressão de que a Capcom vai nos fazer usar várias vezes o sistema em pontos estratégicos e tudo mais, porém não foi bem isso que aconteceu ao decorrer do jogo. Na primeira vez que se fecha completamente o jogo e vamos jogar novamente do inicio, percebemos que esse novo sistema não é tão necessário e acaba não fazendo muita falta durante a gameplay. Outra coisa que desaponta no Double Gear é que apenas o modo de desacelerar o tempo é bem utilizado, já que o de deixar os disparos mais fortes acaba não sendo necessário.
O mercado está de volta..
O mercado apresentado no Mega Man 7 está novamente presente, dessa vez com mais itens, e isso agrada bastante! Este redator, particularmente, gostava muito de jogar o 7 (mesmo não agrandando muitos fãs e não sendo um dos melhores jogos) e sempre que podia eu comprava mais vida, tanks de energia, entre outras coisas. Vale aqui destacar um grande erro do jogo: o game permite que o jogador compre todos os upgrades e utilizá-los todos juntos. Além deles serem bem baratos, eles tornam o jogo absurdamente mais fácil, você consegue com alguns upgrades atirar mais forte, não morrer para espinhos e até mesmo não morrer ao cair no buraco, ou seja, não há equilíbrio nos upgrades, pois eles tornam o Mega Man bem mais poderoso que o normal e isso afeta a dificuldade do jogo.
Dificuldade:
Mega Man sempre apresentou e também ficou conhecido em sua época por ser um jogo bem difícil, pois isso também era causado porque o jogo contia fases curtas e para dar uma sensação do jogo ser longo, as desenvolvedoras na época deixavam os jogos mais difíceis. Mega Man 11 é bem difícil, até mesmo para os jogadores fãs do titulo, as fases dessa vez estão bem maiores e seus checkpoints estão bem distantes também um do outro, ou seja, corre-se o risco do jogador chegar a um certo ponto longe do inicio da fase e acabar morrendo e tendo que começar lá do começo da fase, tendo que fazer tudo novamente. As fases em si contém bastante obstáculos, fazendo com que os jogadores prestem bastante atenção nas coisas que estão acontecendo em sua volta, onde qualquer erro pode trazer o jogador a cair em um buraco, espinho ou perder uma quantidade considerável de vida. Os sub-chefes estão bem difíceis, alguns chegam a incomodar mais até do que o próprio chefe final da fase.
Um dos pontos negativos que acaba frustando um pouco é a questão dos checkpoints, pois eles são bem longe um do outro, e isso pode fazer com que jogadores novos acabem se frustando e deixando de lado o jogo, uma vez que pode acabar se tornando enjoativo morrer e ter que voltar lá de trás, passar por tudo novamente..
Mega Man 11 vale a pena então?
Sim, vale muito a pena! Mesmo tendo esses defeitos, o game traz um ar de nostalgia e mostra que a Capcom está querendo novamente trazes seus títulos de sucesso, algo que os fãs vem pedindo a muito tempo, até mesmo após a decepção do sucessor de Mega Man, Mighty Nº9 feito pela Comcept Level-5 que foi um fracasso total desagradando muitos fãs que acreditavam nesse jogo (que não foi feito nem tem nenhum vínculo com a Capcom, apenas foi feito pelo criador do robô azul famoso, Keiji Inafune). O game traz uma dificuldade boa, gráficos ótimos e bem caprichados, reviver novamente o Mega Man é muito bom e nostálgico demais, rever alguns inimigos clássicos, a jogabilidade padrão mesmo trazendo o Double Gear como novidade, e o estilo do jogo continua como seus títulos antecessores.
É um título que deixa o jogador nostálgico bem feliz e satisfeito em jogar, e nos faz pensar em um futuro Mega Man X9 por exemplo, já que a saga X traz um Mega Man com mais mobilidade e uma história mais profunda, além de vários upgrades em seu traje. Se fôssemos dar uma nota ao Mega Man 11, de 0 a 10 seria 8, tirando a parte da dificuldade que desagrada um pouco e a falta de aproveito melhor do Double Gear. Mesmo tendo a opção de deixar o game mais difícil, não há o que reclamar do restante, o jogo é bem divertido e dá para passar algumas horinhas jogando, já que o gjogo pode fazer o jogador demorar umas 5 a 7 horas para finalizá-lo. Sem dúvida, um grande acerto da Capcom, e esperamos por mais!
Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.