Durante a divulgação de materiais oficiais de Resident Evil: Death Island, o novo filme em animação da franquia, uma das informações liberadas pela Capcom que mais deu o que falar, foi a de que Jill ainda detinha sua aparência jovem como efeito colateral da administração da vacina do T-vírus e a consequente cura do patógeno causado pela arma biológica.
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Essa revelação recebeu algumas opiniões mistas por parte da fanbase, com algumas pessoas sugerindo que a Capcom criou essa explicação para evitar criar um novo design para Jill (o que de uma forma ou de outra acaba sendo verdade) e talvez para garantir sua participação em mais jogos futuros (algo que seria muito bom). Entretanto, algumas pessoas também questionaram o fato do vírus ter sido utilizado para prolongar a longevidade de Jill, uma vez que Ozwell Spencer, o fundador da Umbrella com acesso a todas as pesquisas, não administrou o vírus nele mesmo junto com a vacina em seguida para poder atingir seu objetivo de ser imortal.
Existem problemas com essa lógica, um deles é que o T-Vírus possui quatro variantes de antígenos para combater a infecção, sendo 3 dessas variantes produzidas em um espaço de tempo muito próximo ao do incidente de Raccoon City, e a quarta sendo feita pela corporação Wilpharma em um período posterior ao do incidente e a queda da Umbrella; esta tinha como objetivo controlar a infecção em locais onde o T-Vírus foi utilizado como arma em guerrilhas, após ter sido vazado no mercado negro, presumivelmente por Albert Wesker.
À seguir faremos considerações sobre as 3 primeiras vacinas, sendo estas a Daylight (produzida pelo professor da universidade de Raccoon, Peter Jenkins), a AT1521 (produzida por Michael Jenkins e Linda Baldwin no laboratório subterrâneo Umbrella R&D Center) e a Vacina Não Nomeada (dose única sintetizada por Carlos para salvar Jill na linha do tempo de RE3 clássico, sendo também uma dose única no Remake de RE3 que foi usada para salvar Jill, apesar dela ter conseguido fazer uma nova vacina no NEST 2 utilizando os insumos).
A vacina Daylight foi produzida sem o conhecimento e supervisão da Umbrella, logo, Spencer jamais saberia da existência da mesma; já a AT1521 estava em estágios avançados de testes em ratos mas não chegou a ser testada em humanos antes que Raccoon fosse obliterada, e sobre a vacina de Resident Evil 3, ela foi desenvolvida pelos funcionários do laboratório do hospital de Raccoon (na lógica do remake, o Dr. Nathaniel Bard foi colocado como o responsável pelas pesquisas com esta vacina). Bard ordenou a produção em massa da vacina assim que a infecção do T-Vírus começou a se alastrar em Raccoon City, o problema é que muitos cientistas e funcionários começaram a morrer antes que a produção pudesse ser acelerada, isso fez com que muitos desses infectados fossem movidos para o Nest-2 para serem utilizados como cobaias, contudo, algumas amostras e insumos permaneceram na sala de Bard e no subsolo.
Bard era um empregado da Umbrella e era ativo nas pesquisas de bioarmas, a empresa tinha conhecimento de suas atividades e estava ciente de que ele tentaria negociar a vacina com o governo em troca de um resgate da cidade, por isso, a Umbrella ordenou que Nicholai Ginovaef executasse Bard em seu esconderijo no hospital de Raccoon. Vale lembrar que a Umbrella cooperava com o governo americano na compra de armas biológicas e tecnologias relacionadas, porém a partir do momento que o incidente em Raccoon ocorre e sai do controle, o interesse do governo é de se afastar de quaisquer vínculos com a Umbrella, sendo a razão pela qual a solicitação do resgate de Bard não foi atendida e a Umbrella tentou impedir que ele desse andamento ao vazamento de dados da vacina, cujo qual poderia ser usado para piorar a situação da empresa em um tribunal, provando o vínculo da Umbrella com a criação do T-Vírus.
Retornando agora para a questão central, tudo isso que foi discutido acima foi útil para enfatizar que seria impossível qualquer pesquisa com efeitos da vacina em relação ao plano de Spencer, pois todos os antígenos além de terem sido produzidos às vésperas do incidente (especialmente as vacinas supervisionadas pela Umbrella) nem puderem ser testados adequadamente em humanos. Além do mais, a Umbrella nunca teve interesse em produzir uma vacina para o T-Vírus antes, pelo simples fato de que o T-Vírus nunca foi idealizado para ser curado, todas as pessoas que eram testadas com ele ou viravam zumbis ou Tyrants, e não havia razão para a Umbrella criar uma vacina e administrar em uma cobaia infectada, se o infecto se tornasse um zumbi, ele seria descartado e caso virasse um Tyrant, era aproveitado para pesquisas futuras que os aproximassem da arma perfeita.
A Umbrella não se importava nem com os próprios cientistas, tanto é que o vazamento do vírus no laboratório da mansão foi utilizado por eles como desculpa para recolher dados de combate das B.O.W.s e dos infectados com oficiais treinados. Isso também justifica a não criação de uma vacina: se um cientista da Umbrella é infectado, ele se torna cobaia, não é interessante salvar uma pessoa que sabe tanto sobre a empresa e que pode se voltar contra seus empregadores em caso de sobrevivência.
Agora que já argumentamos por uma perspectiva de tempo, ausência de testes e lógica dentro dos planos da Umbrella, resta a linha de pensamento mais interessante, aquela que diz respeito ao próprio Ozwell Spencer e seu medo da morte, o qual só é rivalizado pelo tamanho do ego do vilão.
Spencer deixa bem claro em seu diálogo com Wesker nos flashbacks de Resident Evil 5 que ele se ressente profundamente com a perspectiva da morte se aproximando, ele odeia o fato de ter fracassado em seu plano de usar um vírus para criar uma raça superior de seres humanos e reinar como imortal sobre ela. Em sua cruzada sórdida, Spencer sacrificou direta e indiretamente milhares de pessoas para tentar destrinchar o segredo da imortalidade e da supremacia sobre a humanidade, entretanto, aterroriza a ele a ideia de perder a própria vida, algo que ele jamais arriscaria infectando-se com um vírus e desenvolvendo uma vacina para se curar.
Para começar, Spencer nem ao menos teria base para acreditar que isso daria certo, o envelhecimento retardado de Jill e Sherry (esta última após infecção e cura do G-Vírus) foram efeitos nunca antes documentados pelos cientistas da Umbrella, simplesmente por nunca terem tido intenção, tempo, oportunidade e material pronto para testar em cobaias infectadas! Esse efeito observado nas duas personagens é puro e simplesmente um colateral provocado pelo desespero por uma cura (e pelo roteiro) algo que como já discutimos, nunca foi a vontade de Spencer.
Para completar, Spencer provavelmente morreu sem saber que Jill e Sherry tinham essa capacidade, uma vez que após o incidente em Raccoon, a Umbrella começou a ruir e Spencer foi relegado à condição de fugitivo internacional, enquanto Wesker crescia no cenário do bioterrorismo global após roubar quase meio século de pesquisa de seu mentor e uma quantia exorbitante em tecnologia, incluindo satélites. O único que pode ter tido a oportunidade de compreender o envelhecimento reduzido de Jill seria o próprio Wesker, uma vez que ele passou um bom tempo fazendo experimentos com os anticorpos no sangue da heroína para criar o vírus Uroboros.
E você caro(a) partner, qual é sua opinião sobre a nova habilidade de Jill adicionada pela Capcom à história de Resident Evil? Como acha que Spencer ficaria após descobrir o que é necessário para obter longevidade com T-Vírus? Não se esqueça de comentar e compartilhar o post!
Alagoano, Redator do EvilHazard, fã do universo do Terror e apaixonado por Resident Evil
