Em janeiro de 2025, uma informação oficial revelou que o novo filme live action de Resident Evil está em desenvolvimento. Além disso, foi informado que o diretor Zach Cregger (Noites Brutais) estaria encarregado da direção do longa e que quatro estúdios (incluindo Warner Bros e Netflix) estariam brigando para produzir o filme.
Os direitos para filmes em live action da série Resident Evil estão exclusivamente com o estúdio Constantin Film desde o final dos anos 90; dito isso, apesar do sucesso financeiro, o histórico de produções com atores reais em Resident Evil é muito bem reconhecido como uma bagunça completa. As produções consistem em uma franquia de seis filmes que tem inúmeros problemas, um reboot que fracassou em críticas de veículos especializados e de fãs, e uma série que praticamente combina tudo que já foi feito de ruim e questionável nas produções anteriores.
Com tudo isso em mente, a questão é: de que forma é possível que um novo live action da mesma produtora dê certo ou pelo menos não fracasse de forma tão retumbante quanto os outros? Por mais que pareça uma resposta simplista, o diretor confirmado pode fazer toda a diferença.
Zach Cregger era um humorista que já tinha dirigidos alguns filmes, entretanto, resolveu aventurar-se no mundo do terror e dirigiu o bem aclamado Noites Brutais (2022). O filme foi bem recebido pela crítica e obteve uma boa repercussão no público. Ele conta com uma nota de 92% na avaliação da crítica no portal Rotten Tomatoes e 70% de aprovação entre os espectadores casuais. O consenso da crítica no referido portal classifica o filme como: ”inteligente, sombriamente bem-humorado e, acima de tudo, assustador; Noites Brutais oferece uma viagem emocionante e consistentemente imprevisível para os fãs de terror”.
Reforçando a ideia de aprovação geral, o consenso da audiência também favorece essa noção: ”Quanto menos você souber sobre Noites Brutais, melhor – mas esteja preparado para um final que pode te surpreender”.
Estrear no terror pode muito bem ser entendido como uma escolha arriscada, contudo, é notório que lançar um primeiro filme que já alcançou status de cult é uma bela façanha. Em contrapartida, observando Paul W.S. Anderson, diretor dos filmes de Resident Evil com Alice e produtor de Welcome to Raccoon City, fica nítido que alguns tentam demais e não conseguem acertar. Paul Anderson é considerado por muitos como um dos piores diretores em atividade no cinema: além de ter dirigido os supracitados filmes com Milla Jovovich, ele também foi responsável pela primeira adaptação cinematográfica de Mortal Kombat (1995) e a odiada adaptação de Monster Hunter (2020).
É possível perceber que Paul W.S. Anderson não teve muita sorte com adaptações (Mortal Kombat no entanto, é divertido e nostálgico) e que seus filmes de jogos foram amplamente mal repercutidos. Resident Evil é uma franquia com muitos elementos exagerados que provém do cinema trash, contudo, isso não significa que se deve aceitar produções mal feitas, filmes cheios de cortes incompreensíveis, efeitos ruins, atuações péssimas, personagens com personalidade completamente oposta aos jogos e roteiros mal feitos.
Reforçando a ideia de que a escolha de um diretor pode ser determinante, Johannes Roberts, o diretor de Resident Evil: Welcome to Raccoon City (2021) havia antes desse filme dirigido os longas de “Medo Profundo”, uma franquia do cansado subgênero de filmes de tubarão, além de ter dirigido Os Estranhos – Caçada Noturna (2018) sequência do filme de 2008, muito mal recebida pela crítica e público. O resultado não poderia ser diferente, afinal, é visível que Welcome to Raccoon City é um filme muito fraco.
Por mais que Zach Cregger tenha dirigido menos filmes de terror que os outros citados, ele fez um filme bom, algo que Anderson e Roberts não conseguiram até o momento. Isso coloca ele como uma possível promessa do gênero do terror e gera expectativa pelo fato de que ele topou fazer um filme de Resident Evil, uma franquia grande com um histórico cinematográfico que precisa urgentemente de uma repaginação, algo que um novo e promissor diretor pode conseguir. A “briga” entre alguns grandes estúdios para a produção do longa também são um excelente indicativo de que o título receberá o orçamento que merece, logo, podemos sim estarmos próximos de presenciar um incrível filme de Resident Evil nos cinemas, que agrade tanto a crítica especializada quanto os fãs de longa data. É esperar, e torcer!

Alagoano, Redator do EvilHazard, fã do universo do Terror e apaixonado por Resident Evil