Silent Hill.. um nome que, ao ser ouvido, pode arrepiar sua espinha e invocar em sua mente imagens daquela vazia e cinzenta cidade, onde histórias contadas (e não contadas) sobre o mal rondam, na espreita por mais uma vítima. Desde o lançamento de Silent Hill 1, em 1999, a série foi se firmando cada vez mais como um ícone macabro na história dos games de terror, sendo ainda a origem de muitos pesadelos nas mentes dos jogadores ao redor do mundo. É uma franquia que os fãs do horror precisam experimentar, sendo perfeita para você que busca o calafrio inesquecível.
Uma questão, porém, precisa ser destacada: por mais que nós amemos Silent Hill, às vezes é um pouco difícil “separar o joio do trigo” entre os jogos da franquia, especialmente para aqueles que estão querendo conhecer a mesma. Alguns jogos atingem o ápice daquilo que podemos considerar “uma ótima experiência”, e outros caem no fundo do poço, merecendo pouca atenção. Apesar de a Konami ter, aparentemente, enterrado sua franquia de terror no limbo, Silent Hill é uma série importantíssima e seus jogos estão todos aí, prontos para serem jogados e apreciados. Por isso, o EvilHazard traz um ranking destes games, do pior para o melhor, para que você, amigo(a) que quer conhecer mais a franquia, saiba qual o melhor jogo pra jogar primeiro, e qual é melhor evitar por enquanto. Vamos lá!
10 – P.T.
Em primeiro lugar, sim, nós consideramos P.T. uma obra parte da franquia Silent Hill, mesmo ele sendo oficialmente chamado de “teaser jogável”. Em segundo lugar, não, ele não seria a pior vertente da franquia Silent Hill para estar no décimo lugar da nossa lista; ele figura aqui unicamente por não ser um jogo completo, como os demais. Dito isso, prosseguimos. O sonho chamado “Silent Hills” morreu após a saída de Hideo Kojima da Konami, mas isso não significa que não podemos relembrar os bons tempos de sua passagem por lá. P.T. é curto, repetitivo, bastante confuso, com um caminho penoso para se chegar ao seu final, porém, é brilhante! Dizem que os melhores perfumes vêm nos menores frascos, e P.T. tem exatamente este caráter. P.T. é tão bom, que deixa no chinelo muitos jogos por aí, jogos completos, deixa alguns games da franquia Silent Hill às moscas, inclusive.
Seu conceito é extremamente simples: você está preso no corredor de uma pequena casa, e o final do corredor te envia de volta ao começo do mesmo, em um looping interminável que pode sofrer variações à medida em que você avança na “história”. Pra piorar, você precisa encontrar uma saída deste labirinto de uma via só enquanto algo sinistro sussurra em seu pescoço. Este conceito simples concebeu uma genial experiência de terror, poucas vezes vista em games maiores, onde um ambiente cheio de luzes falhando e pontuais sons assustadores quebram todas as suas defesas e usa a sua imaginação contra você mesmo! Nos momentos em que você se sente mais vulnerável, aliás, o jogo começa a se tornar ainda mais estranho, com movimentações fantasmagóricas e uma criatura desconcertante surgindo diante de você a todo o tempo, enquanto você luta para descobrir quem é você e por que você está ali, ou seja, você se torna refém do medo. Quem já jogou P.T., se identificou com este texto e provavelmente se arrepiou; quem não jogou, talvez não tenha mais a chance de fazê-lo, pois a Konami o retirou da loja online PS Store anos atrás, infelizmente.. ou felizmente.
9 – SILENT HILL: BOOK OF MEMORIES
Book of Memories levou a franquia Silent Hill a uma direção extremamente inesperada ao trazer um gameplay inspirado em Diablo, em um dungeon isométrico. A atmosfera do jogo, porém, continua assustadora e o sistema de combate/puzzle funciona de forma convincente. O problema aqui é o seguinte: nada que você pega pelo cenário realmente importa ou faz alguma diferença substancial; não faz diferença alguma o tipo de equipamento que você reúne, pois nenhuma das peças tem “status” associado a elas, o que torna a procura por itens uma perda de tempo. Apesar de uma boa atmosfera e combate eficiente, o jogo acaba se revelando nem um game Silent Hill, nem um bom jogo de exploração em dungeon.. Book of Memories é descartável, não perca muito tempo com ele.
8 – SILENT HILL: DOWNPOUR
Downpour é um jogo brilhantemente falho e maravilhosamente conturbado. Ele tentou tornar a cidade mais estranha dos games um pseudo-mundo aberto. E, para seu crédito, a desenvolvedora Vatra Games conseguiu fazer com que a cidade de Silent Hill se sentisse genuinamente diferente. O nevoeiro sempre presente, por exemplo, é minimizado em favor de tempestades violentas e frequentes que levam os inimigos próximos a um frenesi. A constante ameaça da chuva faz com que explorar Silent Hill pareça ainda mais ameaçador. Outros momentos geniais incluem o tutorial de combate de abertura do jogo. Aqui o jogador aprende a lutar esfaqueando brutalmente um homem até a morte em um chuveiro de prisão. Além de ser uma cena impactante, as motivações de nosso protagonista são deixadas completamente em aberto. Somos convidados a formar nossas próprias opiniões sobre a personalidade do protagonista, que podem depois ser reforçadas através de várias escolhas morais. No entanto, houveram muitos problemas (combate, falhas técnicas) para equilibrar isso. Mas o que, em última instância, deteve Downpour foi que é muito familiar para ser aterrorizante. Silent Hill precisava de um empurrão em uma direção radicalmente nova.
7 – SILENT HILL: SHATTERED MEMORIES
Muitas coisas poderiam ter dado errado no jogo. Um Silent Hill que favorece o controle de movimento e favorecia o Wii, que reinventava a história do jogo original, mas diferente? A preocupação era alta. Então imagine a surpresa quando Shattered Memories acabou sendo genuinamente interessante, criativa e fresca. Talvez o que mais se destaca seja o uso do psicólogo, que o expulsa da sua zona de conforto aqueles que achavam conhecer tudo pela história original. Em última análise, as mudanças não são apenas cosméticas, mas deixam você mais vulnerável ao resto das ameaças do jogo.
6 – SILENT HILL: HOMECOMING
Longe do retorno à raiz que seu título implicava, Homecoming afastou muitas das convenções, mesmo que não abandonasse aquele nevoeiro terrível. Inicialmente, tudo sobre o Homecoming parecia desencadear a desconfiança dos céticos: foi desenvolvido por um estúdio ocidental, o Double Helix Games, agora pertencente à Amazon. Seria publicado em múltiplas plataformas – não mais apenas PlayStation – e para completar, teria um novo sistema de combate. Sistema de combate? Em Silent Hill? COMO VOCÊ OUSA. Ele se destaca por ter o primeiro protagonista realmente capaz de luta, o ex-soldado Alex Shepherd. Homecoming arrasta o combate demais para ser um grande exemplo da série, mas é ainda melhor do que jogar um caminhoneiro com um carregamento de TVs.
5 – SILENT HILL 4: THE ROOM
Embora existissem rumores de que The Room era originalmente um título autônomo, que foi dado o nome de Silent Hill no último segundo, a Konami garantiu a todos que isso não é verdade: o The Room sempre foi feito para fazer parte da franquia, mas muito diferente em termos de tom. Seguir Henry Townsend enquanto ele tenta escapar de seu apartamento gradualmente assombrado é uma experiência instantaneamente desconfortável. Buracos nas paredes, espaços aterrorizantes e uma área horrenda conhecida como “prisão de água” são exercícios de horror perturbadores. Em uma cena inesquecível, Henry entra em um quarto apenas para encontrar uma enorme cabeça na forma de sua vizinha Eileen, com olhos arregalados que o seguem. The Room é o melhor em seus pequenos momentos. Olhar através de um buraco na parede para o quarto ao lado para ver um “Robbie the Rabbit” curvado em uma cama, só para verificar novamente e ver o coelho aterrorizante se virando para olhar para você é um exemplo. É uma experiência inquietante e apesar de trazer uma experiência menor, sempre sabia como fazê-la.
4 – SILENT HILL: ORIGINS
A maioria dos jogos do Silent Hill pode ser caracterizada em poucas palavras – Silent Hill 2 é o que tem o Pyramid Head, Shattered Memories é aquele com controles de movimento… Origins, no entanto, não pode ser descrito como muito mais do que aquele que está lá, pois não oferece muito que o resto da série já não tenha feito melhor e com mais alma. Se você procura os fundamentos do Silent Hill convertidos para o formato mobile, Origins se encaixa perfeitamente: exclusivo para o PSP (depois portado para o PS2), ele é estrelado por um caminhoneiro de meia-idade chamado Travis Grady, que é atraído por Silent Hill por uma misteriosa entidade. Como o nome indica, Travis experimenta os eventos que precedem o Silent Hill original, então você tem a emoção de ver aqueles personagens familiares de novo e, em seguida, perceber que eles não fazem nada de novo. Origins é um ótmo jogo, ainda mais se você está absolutamente sentindo falta de alguma experiência de Silent Hill.
3 – SILENT HILL 3
O game realmente brilha quando se trata de criar uma atmosfera verdadeiramente perturbadora, colocando sua própria marca nas criações angustiantes que preenchem as ruas de Silent Hill, e introduzindo um fascinante novo olhar sobre o horror a partir da perspectiva de sua protagonista única. Os ambientes misteriosamente vazios dos dois primeiros jogos são presentes aqui, mas o jogo está no seu melhor quando o sangue aparece, criando uma versão do Otherworld de Silent Hill que parece mais mórbida e sufocante do que nunca. Os monstros são brilhantemente grotescos, desde o ao repulsivo Glutton, ao ponto de as Enfermeiras icônicas da série serem facilmente os inimigos mais entediantes. Eles ficam ainda mais perturbadores quando você considera os temas de fertilidade e parto do jogo, especialmente considerando porque o protagonista é uma adolescente. Não são muitos os jogos que abordam o medo da gravidez de forma tão direta e inabalável, e é aí que o SH3 realmente inova. Além disso, apresenta o tecnicamente inofensivo, mas completamente aterrorizante Robbie the Rabbit. Aqueles olhos olham diretamente para sua alma.
2 – SILENT HILL 2
Nós odiamos ser previsíveis, mas isso é um dado. O Silent Hill original pode ter introduzido a marca única de pavor e angústia, e mais tarde os outros jogos podem ter sido mais inovadores, mas nenhum deles executa tudo que eles tentam realizar tão brilhantemente quanto o Silent Hill 2. O jogo sussurra sobre a superfície da história de James, dicas obscuras se encaixam, e um toque brilhante força você a encarar a verdade: esta cidade é um inferno muito pessoal para James, então instantaneamente você vê tudo de forma diferente. Todo o game está focado em realizar essa visão, então aos poucos tudo se encaixa, como um quebra-cabeça. Todo monstro tem uma função simbólica além de ser “apenas assustador” (eles são, sempre!), especialmente o icônico Pyramid Head. A maneira como James luta, ou até mesmo interage com seu inventário, muda a maneira como ele se comporta. E a aparente personalidade de James é tão meticulosamente trabalhada que você é pego completamente desavisado quando descobre quem ele realmente é. É um dos mais notáveis de todos da série, não teve medo de abordar um tópico íntimo e excepcionalmente aterrorizante, de uma forma que apenas Silent Hill consegue.
1 – SILENT HILL
Quando a vida lhe der limões, faça um dos jogos de horror mais respeitados de todos os tempos! Foi isso que a equipe fez quando criou o Silent Hill original e teve que trabalhar com o hardware limitado do PS1. Fazendo o nevoeiro para disfarçar o carregamento de cenário, o que antes era um problema técnico tornou-se um benefício profundamente inquietante. A partir do momento em que Harry Mason entra em Silent Hill procurando por sua filha perdida, você é assaltado com um “nada” inquietante, e apenas saber que algo está no meio do nevoeiro esperando por você gera uma tensão instantânea. É claro que nem tudo em Silent Hill foi um acidente feliz; a partir de sua cena de abertura, o jogo está repleto de peças intencionalmente irritantes, como cachorros machucados, paredes manchadas de sangue e o armário mais assustador do mundo, que prometem dor e terror, mesmo quando nenhum está por vir. É tudo sobre o acúmulo de medo, e o original Silent Hill ainda é o mestre da queima lenta e dolorosa. O melhor jogo da franquia, sem sombra de dúvidas!
E você comrade, sente saudades de explorar a cidade mais perturbadora dos videogames? Queremos saber sua opinião. Qual o seu jogo favorito? Escreva nos comentários!
Adaptado do site GamesRadar.
Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.