No EvilTalk, nossos redatores irão apresentar, em texto, suas opiniões acerca dos mais variados assuntos que envolvem a franquia Resident Evil e demais obras do terror/survival horror, em uma narrativa questionadora e que dará preferência à abordagem de temas polêmicos e que geram discussão na base de fãs do jogo em questão.
ATENÇÃO: todo o exposto nos textos do EvilTalk refletirão unicamente as opiniões e convicções do Redator responsável pela publicação.
Neste texto, o tema a ser abordado por nosso Redator Gerson Ashford será: Por que Ashley Graham é a maior coadjuvante de Resident Evil?
Antes de mais nada: o meu objetivo com este artigo é levantar uma discussão descompromissada e descontraída. Apesar de ser muito fã da saga, definitivamente não acho que tudo deva ser levado tão a ferro e fogo. Resident Evil possui sim diálogos canastrões, personagens irritantes e roteiros que muitas vezes são risíveis. Dito isso, vou explicar por que a Ashley é bem mais do que alguém que está no jogo apenas para dar dor de cabeça. Será que consigo? Pois bem…
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Na volta para casa após mais um dia de aula na faculdade, no estado de Massachusetts, Ashley foi sequestrada pelo grupo Los Iluminados, graças a informações obtidas com Jack Krauser. O objetivo era infectá-la com ovos do parasita Las Plagas e mandá-la de volta para casa, após o mesmo tomar controle de sua mente, a fim de infectar seu pai e desestabilizar o governo americano, dando início a uma nova ordem mundial (viram o que eu disse sobre o roteiro? Então…). É aí que entra em cena Leon, e o resto da história todo mundo já sabe. Agora vamos analisar alguns pontos…
1. Não confundamos as coisas!
Alguns leitores ainda hoje fazem a associação: Ashley era filha do presidente + No começo de RE6 Leon mata o presidente = Ashley ficou órfã! Não. Caso você tenha essa dúvida, Ashley era filha do então presidente, de sobrenome Graham (o primeiro nome dele não é citado). Resumindo: após RE2, o governo cria um programa para erradicar todos os vestígios do T-Virus, sem o conhecimento público. Na época, Adam Benford era um alto funcionário do governo, e se interessou pela história de como um policial novato, Leon, escapou da cidade. Foi aí que Leon treinou e se tornou agente, e teve como primeira missão oficial resgatar Ashley. Alguns anos depois, Adam se tornou presidente, e aconteceram os fatos de RE6.
2. Precisava ser tão “tapada”?
RE4 não só iniciou um novo arco de história, após o fim da Umbrella. Ele também foi o responsável por reformular a já datada jogabilidade. Apesar dos inimigos serem mais inteligentes, os comandos também eram muito melhores, e logo, o game seria bem fácil após aprendê-los. Ashley entra não só como uma personagem, mas como fator de dificuldade. Para quem já jogou inúmeras vezes é moleza, mas da primeira vez, todos ficamos com o peso de se preocupar com a garota enquanto enfrentamos os Ganados. É fato que a IA da época não era tão boa quanto a atual, mas essa dificuldade proposital é um dos motivos para ela simplesmente ficar parada enquanto um inimigo se aproxima.
3. Ashley tem seus méritos, quer ver?
Qualquer jogador inicialmente cria um “ódio” com personagens como Ashley e Sheva, por parecer que estão lá apenas para atrapalhar, e se esquecem que a menor capacidade de ajuda é sim um fator dificultante, o que agrega a um jogo de Terror (esse é um motivo pelo qual considero Sheva uma injustiçada, mas isso fica para outro artigo…). Sim, é fato que a voz da garota tira a paciência, especialmente após perder algumas vezes. Sim, é fato que a personalidade também não ajuda, com sua rebeldia e comportamento mimado sendo os motivos que a levaram a ser capturada de novo no castelo de Salazar. E sim, ela não é sequer capaz de descer uma escada!… Mas ela tem papel fundamental para a sobrevivência de Leon, conforme explico abaixo:
4. Ashley salvou a vida de Leon!
Quem leu isso já pensou “- Ah, ela remove o parasita dele, mas ele também removeu o dela e a aturou o jogo inteiro. Grande coisa…”. Não leitores, não me refiro a isso. Muitas vezes esquecemos de considerar que o motivo de vermos Leon em RE6 é Ashley! Sim senhor(a)! Deixe eu explicar… É provável que Leon tenha criado um trauma após ver Raccoon City infestada de zumbis, pois a partir daí sua capacidade de direção “com carros” é um desastre completo (digo isso porque ele manda bem em jet-skis e motos, vamos admitir). Em RE4, em um dos cenários mais repletos de inimigos, Ashley tem um (raro) momento de atitude e toma a frente, dirigindo o caminhão. Ela termina batendo o veículo, mas apenas para escapar de uma batida frontal que teria matado os dois personagens. Imagina o que teria acontecido se fosse Leon dirigindo?!
5. Uma personagem que amamos odiar
Apesar de todas as reclamações quanto à “burrice” da personagem, é fato que RE4 não seria tão divertido sem Ashley. Ainda com toda sua dependência, no trecho que controlamos Ashley a garota mostra que sabe se virar bem, mesmo com apenas uma lanterna e alguns lampeões… Gostem ou não, é uma personagem que ficou tão marcada na série que é bem provável que seja a primeira a vir à nossas mentes quando pensamos em coadjuvantes (vamos lembrar que as outras opções também não são tão boas assim… Steve, essa é pra você!). Ela não tem motivos para voltar à saga, por sua história já ter sido toda contada, mas o que se sabe é que a personagem segue viva. A parte mais marcante se deve à inconfundível voz da garota (que você certamente está imaginando gritando “- Leeeeon” enquanto lê). O que muitos não sabem é que sua dubladora, Carolyn Lawrence, é uma atriz de voz de longa data, e que fez parte da infância de muitos nós. Ela é conhecida por dar a voz original à esquilo Sandy, de “Bob Esponja”, além de ser a Cindy, principal personagem feminina do desenho “Jimmy Neutron: O Menino Gênio”.
E como uma homenagem à nossa “heroína”, segue um compilado de seus principais diálogos:
O que achou do artigo, comrade, com uma proposta mais de humor? Passou a odiar um pouco menos após o artigo? Sabia dessas curiosidades sobre a dubladora? Deixe seu comentário.
Redator do EvilHazard, paulista, administrador, viciado em jogos de aventura e cultura nerd, com uma queda pelo mundo do Survivor Horror
