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EvilTalk – Que Caminho Resident Evil 8 deve seguir?

No EvilTalk, nossos redatores irão apresentar, em texto, suas opiniões acerca dos mais variados assuntos que envolvem a franquia Resident Evil e demais obras do terror/survival horror, em uma narrativa questionadora e que dará preferência à abordagem de temas polêmicos e que geram discussão na base de fãs do jogo em questão.

ATENÇÃO: todo o exposto nos textos do EvilTalk refletirão unicamente as opiniões e convicções do Redator responsável pela publicação.

Neste texto, o tema a ser abordado será: Que Caminho Resident Evil 8 deve seguir?

Resident Evil 7 é um game excelente. Quanto a isso, não há duvidas. Mas também foi polêmico em algumas de suas escolhas, como a nova visão em primeira pessoa e as poucas referências à personagens e eventos da série. Isso nos traz uma dúvida: será que o próximo capítulo deve seguir firme nessa nova direção, ou voltar atrás, para a fórmula de RE4, 5 e 6?

Sabe aquelas vezes que você sai pra comer com os amigos e quando estão decidindo aonde ir alguém fala “pode ser qualquer coisa, menos pizza”? Então, as vezes, a gente sabe melhor o que NÃO quer do que sabe o que quer. E esse (pelo menos, pra mim) é o caso de Resident Evil 8: pode ser qualquer coisa, MENOS a catástrofe que foi Resident Evil 6.

Na minha opinião, Resident Evil 6 tem tantas falhas que chega a ser difícil descrevê-las. A Capcom gastou uma fortuna para produzir um game repleto de clichés e mecânicas de jogos de ação, tentou agradar todo mundo, encheu o jogo de personagens e mecânicas que não se encaixavam ao gameplay e level design do game. Se Resident Evil 6 representa o que acontece quando alguém busca inspiração em blockbusters de ação do cinema, creio que Resident Evil 7 representa um retorno saudável às raízes e atmosfera dos games originais, sem deixar de ser inovador e atrativo para uma nova geração de gamers. E é esse o caminho mais saudável para a série, seguir em frente sem deixar de olhar para trás.

Resident Evil é hoje esse gigante devido aos fundamentos do Survival Horror que estabeleceu durante os primeiros games da série, criando uma identidade própria. Prova disso são os inúmeros clones de RE que se via nos games da época (como Dino Crisis, Parasite Eve, Silent Hill, Fear Effect, para citar os melhores). Resident Evil era assustador, em parte devido à tensão e ao medo do desconhecido, do inesperado. Aqueles cachorros zumbis (se você jogou, sabe do que eu estou falando) assustavam não porque eram cachorros zumbis, mas porque você não esperava ser atacado. Eles pulavam pela janela e você podia correr ou atirar; talvez tenha conseguido escapar ileso, ou talvez tenha sido mordido. Mas o fato é que você se assustou, seu coração pulou do peito, acelerado. É um momento icônico da franquia, mas que também já foi reutilizado tantas vezes que cachorros zumbis perderam a graça, viraram desperdício de munição e não assustam mais. E isso é algo que me agradou no que joguei de Resident Evil 7 até agora, não repete momentos específicos ou copia sistemas de gameplay, mas consegue capturar o medo e a incerteza que fez dos primeiros games o sucesso que são hoje.

E isso é prova de como o próprio gênero Survival Horror está hoje. Games como Outlast e Amnesia entendem que o que acontece na mente dos jogadores é mais poderoso do que uma tela cheia de inimigos. A Capcom deve ter seguido esse modelo, pois em RE7 conseguiu implantar novamente esse sentimento de incerteza, de não saber o que espera no próximo corredor, inimigos incomuns, personagens vulneráveis. Entendo que Ethan não possua o mesmo carisma que Chris ou Leon, por exemplo. Mas esses dois já são treinados e possuem vasta experiência em combate. Não causariam o mesmo efeito, a mesma sensação de incapacidade frente ao perigo que um personagem totalmente novo e inexperiente.

Outro ponto polêmico que volto a defender é a narrativa “nova” de Resident Evil 7. A série nunca foi conhecida por sua capacidade em contar boas histórias. Seja nos games ou nos filmes, a narrativa de RE é uma esculhambação. Me responda rápido: quais são os vírus que já apareceram nos games? Tempo na tela!! Teve o t, o C, o G, o t+G, o Veronica, o t-Abyss, o Uroboros e agora o fungo do RE7. E os grupos e organizações? TRICELL, Umbrella Corporation, o Edonian Liberation Army, os Los Iluminados, e agora a Neo Umbrella. Personagens principais? Vamos lá (respira fundo e tenta dizer tudo num fôlego só, valendo um troféu de bronze): Chriss, Jill, Leon, Claire, Wesker, Ashley, Jake, Sherry, Ada, Rebecca, Jack, Barry, Billy, Sheva, Carlos, Jessica, Piers, Ethan e mais um trilhão de outras pessoas. Posso ter esquecido alguém, mas certeza que você leu algum nome e pensou “quem é esse(a)???” ou “nossa, nem lembrava”. Sério, eu meio que desisti da idéia de que a Capcom vai conseguir concluir todos esses arcos. Provavelmente em algum spinoff, HQ, animação ou outras mídias, e talvez nem assim consigam dar conta de tudo.

De novo, volto a falar (mal, é claro) de RE6. Não contente em contar UMA história bem contada, quis contar quatro de qualquer jeito, e pra mim não rolou. Apesar de as histórias se entrelaçarem em alguns pontos muito interessantes, chegou um ponto em que fui me cansando de “já vi isso”, “ja fiz isso”, “já estive aqui” e “sério que vou ter que fazer isso DE NOVO?”. Melhor seria um único personagem, ou um pequeno grupo, enfrentando um único mal ou inimigo em comum. O menos de RE7 nesse caso, foi mais.

Se a Capcom quiser me agradar em Resident Evil 8 – e eu sei que eles acompanham o EvilHazard (fica a dica) – continuaria essa fórmula de “exploração>combate” e, por favor, sem companheiros. O sistema funcionou bem em RE5, me diverti muito jogando com amigos. Foi graças a ele que fiquei amigo do Gerson Ashford daqui do site e acabei vindo escrever aqui. Mas, apesar das boas memórias, estar sozinho e perdido é um estado muito mais tenso e perturbador. Prefiro uma experiência que me coloque em um ambiente macabro (como a mansão Spencer, por exemplo, com aquela iluminação gótica e escadarias empoeiradas) e me desafie a escapar vivo. Que eu seja a presa, e não o caçador. Onde haja um inimigo (ou mais, como os Baker) misterioso e imprevisível, cheio(s) de mistério.

Essa pra mim é a raiz do Survival Horror.

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