Dino Crisis é um game de terror lançado pela Capcom e que deu origem a uma franquia, contando com quatro títulos no total. O jogo foi criado pela mesma equipe de Resident Evil, e também é dirigido por Shinji Mikami. Carrega muitas semelhanças na forma que a história ocorre: uma equipe de operações especiais, diversos puzzles a resolver, a história sem divisão de fases ou capítulos, etc. O primeiro título foi lançado em julho de 1999 (apenas dois meses antes de RE3: Nemesis) e por isso encontramos referências de Dino Crisis em RE3, como pôsteres do jogo em Raccoon City, e uma skin extra que muda a personagem Jill para Regina.
Plataforma inaugural e ano de lançamento: PlayStation 1, ano 1999
Desenvolvedora e Publicadora: CAPCOM
Gênero: Survival Horror/Panic
Produtor: Shinji Mikami
Número de jogadores: 1
No jogo, fazemos parte da SOCOM (Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos), em uma divisão fictícia chamada S.O.R.T. (Equipe de Incursão de Operações Secretas, em português). A divisão envia um agente, Tom, para investigar a fictícia ilha Ibis no ano de 2009, e esse descobre que o renomado cientista e ganhador do prêmio Nobel, doutor Edward Kirk (que havia desaparecido e era dado como morto há 3 anos), está trabalhando em um projeto de armas na ilha. Então são enviados mais quatro agentes: Regina, Gail, Rick e Cooper.
Ao chegarem na ilha, Cooper se separa dos demais e é atacado por um tiranossauro, cabendo aos três sobreviventes investigarem a ilha (divisão especial de grupo militar, missão de resgate, perda de comunicações com a base, onde já vimos isso antes?…). Assumimos o controle de Regina, sendo este apenas um codinome (ela é a única da série que não conta com um sobrenome, e nem descobrimos seu nome verdadeiro). A equipe se separa, com Gail investigando o paradeiro do Dr. Kirk, enquanto Rick permanece prestando suporte técnico e em busca de informações de Tom, e Regina tentando restabelecer a comunicação com a base, para chamar resgate. Com a progressão do jogo, logo encontramos Kirk e descobrimos que os dinossauros no local são resultados de seus experimentos sobre a inovadora Terceira Energia, capaz de criar dobras no tempo-espaço. Os vortex criados acabam tendo contato com a era Triássica, fazendo com que os animais fossem parar no período atual.
Ao contrário de Resident Evil, que usava cenários pré-renderizados, Dino Crisis contava com cenários em 3D, criados em tempo real. Além disso, adotou um terror mais gore, em que apareciam pedaços de corpos parcialmente devorados e grandes rastros de sangue pelos cenários. Apesar de não conseguir alcançar uma inteligência artificial tão complexa quanto o desejado por Mikami (por limitações técnicas), para a criação dos dinossauros foram usados animais carnívoros reais como referência de comportamento, resultando em inimigos mais rápidos, violentos e inteligentes do que na série parceira. Essas diferenças levaram a Capcom a divulgar o estilo do jogo como “terror de pânico”, e não um “terror de sobrevivência”.
Quanto ao gameplay, também ocorrem mudanças significativas. Devido aos inimigos ágeis, é possível ativar armadilhas como cercas elétricas, impedindo os dinossauros de se aproximarem, e mirar e andar ao mesmo tempo (mudança que só ocorreu no Resident Evil muito mais tarde). Também foi o primeiro jogo da Capcom a colocar o giro em 180 graus, o que também foi visto depois em RE3: Nemesis. Em relação à câmera, alternava entre câmera fixa e móvel, que acompanhava o personagem em certos momentos (o que também apareceu em RE mais tarde, em CODE: Veronica).
Ainda sobre jogabilidade, os dinossauros podem atacar o braço da protagonista, fazendo com que a arma equipada caia no chão, e o jogador deva pegá-la novamente. Também é possível ter hemorragias, em que se vê o sangue pingando no chão, e requer hemostáticos para conter. Dependendo do ataque sofrido, é solicitado que aperte rapidamente os botões para se soltar, o que se popularizou em Resident Evil 4. Os puzzles, apesar de repetitivos, também traziam inovações. Para acessar determinadas salas, era necessária a autorização de funcionários. Por isso, os corpos no chão não serviam apenas como parte do cenário, sendo preciso colher digitais deles para usar nos terminais, bem como encontrar seus números de usuário. O game possui escolhas que determinam qual área explorar primeiro, e que resultam em diferentes finais. Apesar de um inventário limitado, é possível usar diferentes combinações químicas, que criam variadas munições, dardos (de sonífero ou veneno), kits médicos, etc. Devido à limitação de itens, é possível guardá-los, mas ao invés de baús, o jogo usa as “emergency boxes”, que só são utilizáveis após desbloqueadas com um “plug”. Para dificultar, é possível acessar os itens em outras boxes, mas apenas as que contém a mesma cor.
Tantas inovações em apenas um título foi algo incrível, porém, também tiveram problemas. Os enigmas complexos são um grande atrativo no início, entretanto, se tornam cansativos com o passar do tempo. Algumas portas requerem (sozinhas!) três puzzles diferentes para serem destrancadas. E devido às limitações de memória do PlayStation, aliadas ao peso de um cenário em 3D, em salas com muitos enigmas não haviam inimigos. Os dinossauros, apesar de oferecerem risco no começo, com o tempo se tornam apenas inconvenientes entre o caminho que leva de uma sala de puzzles à outra; e chegando nelas você se preocupa apenas em encontrar as complexas senhas.
Dino Crisis foi um sucesso comercial e de crítica. Alcançou 2,4 milhões de cópias vendidas, e tinha como maiores elogios os gráficos e intensidade de desafio no gameplay. Como maiores críticas, estavam a falta de variedade nos dinossauros e puzzles cansativos, além de todas as similaridades com a série parceira de estúdio, sendo chamado por muitos de “Resident Evil com dinossauros”. O sucesso em vendas fez com que fosse lançada uma sequência após apenas pouco mais de um ano, em setembro de 2000, agora mais focada em ação e com uma variedade muito maior de inimigos, cenários e armas. Com isso, foi estabelecida a franquia, que ainda rendeu mais dois títulos.
E você, amigo leitor, se arrepiou com os apuros passados por Regina em Dino Crisis 1? Curte o jogo? Conte pra gente nos comentários!
Colaboração: Gerson Ashford
Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.