Um ano após o desastre cinematográfico chamado Ursinho Pooh: Sangue e Mel, o diretor e roteirista Rhys Frake-Waterfield retorna às salas de cinema com a continuação de seu filme, afinal, o mundo é injusto, já que filmes horrorosos ganham continuações enquanto ainda não temos uma adaptação decente de Resident Evil, por exemplo.
Na trama, após os eventos do primeiro filme, Christopher Robin é taxado de assassino por muitas pessoas enquanto outras acreditam nele. Isso acaba trazendo os monstros de volta, agora acompanhados de Coruja e Tigrão, enquanto o próprio Christopher corre atrás de descobrir as origens deles e uma conexão sombria com Pooh.
Quem assistiu o primeiro filme certamente iria ver este segundo filme com uma expectativa negativa. Este Redator sentou no cinema esperando ser outra bomba igual seu antecessor, mas não foi! Claro, não podemos dizer que o filme é bom, não chega a tanto, mas é inacreditavelmente superior ao primeiro.
Os personagens não são mais extraordinariamente burros, na verdade mal podemos dizer que são burros, e entre os principais, as decisões e ações são ate que coerentes. (fora alguns idiotas que fazem algumas coisas estupidas, tipo tomar banho de fone de ouvido e depois sair de casa de toalha).
A trama de Christopher é interessante e agrada ver que, desta vez, é contada a origem dos monstros. A única parte que pode incomodar é que o filme perde tempo demais com isso e acaba criando uma conexão a mais para Christopher e Pooh que não precisava existir. Afinal, eles já tinham conexão suficiente um com o outro, já tinham um laço forte, não precisava de mais.
As adições aos vilões são… ok. O Coruja não faz lá muita coisa, mas é interessante de ver. O Tigrão tem apenas uma cena pra realmente brilhar e faz bonito. Quem tem mais tempo de tela mesmo é Pooh, que a partir da metade do filme até tem uma arma de assinatura, uma armadilha de urso, mas acaba a deixando de lado. Agora sim as máscaras e maquiagens estão boas e convencem que não são apenas máscaras. Elas têm de fato textura e pelos, não são apenas borracha lisa como no primeiro filme.
O roteiro é mais trabalhado, tendo vários núcleos diferentes e com uma história mais interessante. Ver os assassinos querendo vingança e tocando o terror na cidade é bem divertido. Mas acaba que, assim como seu antecessor, ainda falta personalidade. Mais uma vez podemos trocar os monstros por outros personagens e não faria diferença. Ainda falta conexão com a história original de Pooh. Mas, pelo menos, tem mortes mais memoráveis.
O grande problema vem no terceiro ato, onde Tigrão e Coruja saem de cena sem motivo nenhum e Christopher se resolve com Pooh muito rápido e com muita facilidade. É um terceiro ato um tanto broxante.
Em conclusão, Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 é uma notável melhora em relação ao primeiro filme, mas que ainda tem muito o que melhorar. Para o terceiro filme, já confirmado, e para os outros do universo compartilhado, também já confirmados, talvez seja melhor focar mais em criar a conexão com a história original e menos em um roteiro mega trabalhado que cria conexões desnecessárias entre personagens e acaba inserindo pessoas demais apenas para morrerem.
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.