Em 1999, Silent Hill 1 trouxe excelentes sustos e construiu a necessidade do jogador de conhecer os segredos por trás dessa cidade tranquila e turística que se tornou um inferno. Com o sucesso de vendas e repercussão do jogo, uma sequência se tornou algo bastante esperado por todos os fãs, e ela surgiu em 2001. Silent Hill 2 trouxe uma história ainda mais perturbadora que seu antecessor, marcando toda uma geração e sendo considerado até hoje por muitos jogadores como o melhor jogo de toda a franquia de horror da Konami!
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A história de Silent Hill 2, ao mesmo tempo que é fascinante e aterrorizante, é bastante complexa e muitos jogadores, mesmo sendo fãs do game e da franquia em si, não conseguem entender os pormenores do enredo do jogo. Pensando nisso, nós do EvilHazard trazemos aqui A História Completa de Silent Hill 2! Ao longo do texto a seguir, você, amigo(a) leitor(a), ficará por dentro de todo o enredo de Silent Hill 2, explicado nos menores detalhes! Se você é fã do jogo, é uma leitura mais que obrigatória!
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Este texto foi escrito pelo Colaborador Leandro Salmagi Coutinho, e ele recomenda: para melhor entendimento deste texto e de seus semelhantes, é aconselhável ao leitor que já tenha jogado os jogos da série Silent Hill, e também tenha acesso ao livro Lost Memories, publicado pela Konami, e que também tenha acesso aos documentos e diálogos contidos ao longo dos jogos. Facilmente se encontra os diálogos e documentos do jogo muito bem organizados no site GameFaqs.
Em Silent Hill 2, o jogador controla James Sunderland, um “clerk” (que em inglês significa algo como balconista ou atendente), que vai para Silent Hill, pois recebeu uma carta de sua falecida esposa, Mary, dizendo que estava lá esperando por ele no “nosso lugar especial”.
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Durante a busca por sua esposa, James encontra Angela, Eddie, a menina Laura e Maria, uma mulher que se parece muito com a sua ex-esposa. Na cidade vazia e repleta de criaturas grotescas, ele passa por lugares sombrios como um hospital e uma prisão, além de apartamentos, ruas e outros.
O jogo começa com James em um banheiro público, olhando-se no espelho e refletindo sobre a carta que o trouxe a Silent Hill. (Nota-se que está que ele está na entrada da cidade). Ele questiona a veracidade da carta, mas logo já se pergunta onde seria esse “lugar especial”. Poderia ser o parque no lago (Rosewater Park), já que eles chegaram a passar um dia todo lá, olhando a água. Então ele pega o mapa da cidade no carro e parte a pé (Nota-se que o túnel adiante está anormalmente bloqueado por grades).
Então ele segue numa trilha paralela à estrada, passando por um cemitério e encontrando Angela Orosco. Neste momento eles ainda não se apresentam e Angela se mostra perturbada. Ele pergunta para ela se o caminho para Silent Hill está certo, ela confirma, mas tenta avisá-lo de que há algo errado com a cidade, mas ele fala que na verdade não interessa se é perigoso ou não. Então ela comenta que está procurando por sua mãe, pensou que seu pai e irmão estivessem lá, mas não conseguia encontrá-los, enquanto James só comenta que busca alguém importante.
James segue pela cidade vazia, encontra marcas de sangue no chão, encontra o primeiro monstro e o mata. Trata-se do “Lying Figure” (ou figura caída). Esse monstro representa um paciente se contorcendo em agonia. É uma manifestação do sofrimento de James. Os rascunhos de projeto dessa criatura incorporavam botas vermelhas femininas, para representar fortemente uma mulher.
Ao matar o monstro ele pega o rádio, que logo reproduz a voz de Mary chamando por James. Deste ponto ele segue a um beco, acha a chave do Woodside Apartment, depois o mesmo, e usa a chave para entrar.
Porque ele entrou no apartamento? Nota-se que qualquer outra rota que leva ao Rosewater Park está obstruída por abismos, como em Silent Hill 1. Sobrou para ele a alternativa de atravessar o prédio. Ele não tem nenhum compromisso com o prédio, a não ser como uma passagem.
Porém, dentro do prédio ocorrem vários acontecimentos importantes. Ele acha uma lanterna, e logo em seguida enfrenta a segunda criatura. Trata-se da “Manequim” uma criatura feita de quatro pernas. Segundo o livro “Lost Memories”, ela representa os desejos e impulsos de James por Mary. Por isso é só feita de partes baixas (quanta indecência, tsc,tsc….)
Nesse apartamento também aparece a garotinha Laura. Ela pisa na mão de James quando ele tenta alcançar uma chave do outro lado de uma grade. Mas porque ela fez isso? Ela não conhece e não gosta de James. Isso fica evidente ao longo do jogo. Ela conheceu Mary enquanto estavam internadas, e conheceu James pelas conversas e fotos que Mary mostrara a ela. Ficou, assim, com uma extrema impressão de James ser um homem frio e estúpido.
Logo em seguida, James vê uma outra criatura do outro lado de uma grade.. Trata-se de Pyramid Head. Ao contrário do que dizem por aí, ele NÃO é um auto-reflexo de James. Mas isso eu explico mais adiante.
Continuando. James entra em um quarto e encontra um homem morto em frente a uma televisão. Nota-se que o cabelo é igual ao de James e as roupas são extremamente semelhantes. Minha opinião? Economia de texturas no jogo. Se fosse importante, o jogo teria dado mais ênfase ao acontecimento.
Nota: Com patchs que permitem o controle da câmera na versão de PC, pode-se ver que esse homem é igual a James. Seria isso uma referência à cenas futuras do jogo? Talvez. Mas acho que a termos de história mesmo, é irrelevante. Pois como disse, se fosse relevante, James teria comentado algo como “Nossa, como se parece comigo!”, ou a própria câmera teria dado mais valor.
James prossegue e encontra novamente com Pyramid Head. Ele está na cozinha de um apartamento atacando duas das criaturas de quatro pernas. Ele faz isso por um motivo que descreverei mais adiante. Então James atira nele, o bicho foge e James continua a busca pela saída do lugar.
Ele encontra Eddie Dombrowski, um frentista (isso é informação de “Lost Memories”) vomitando em um banheiro de um dos apartamentos. Ele rapidamente já insiste: “Não fui eu que fiz isso! Já estava assim quando eu cheguei!”. Na conversa com James fica claro que ele falava de um homem morto na cozinha. Porém, de fato foi ele que o matou. Eu explico mais adiante.
James também encontra Angela novamente. Ela está deitada em frente a um espelho com uma faca de cozinha na mão. James rapidamente insiste para que ela reconsidere o suicídio. Então ela diz: “Mesmo? Mas você é igual a mim. É mais fácil fugir. Além do mais, é o que merecemos”. Já digo desde já, ela entendeu o que estava acontecendo com eles antes de James. Então a conversa segue, mostrando o quanto Angela estava perturbada. Nota-se que eles resolvem deixar a faca dela com James, mas quando ele vai pegá-la ela se assusta e larga a faca na mesa. Isso eu também vou explicar depois, pois existe um momento mais apropriado no jogo para a explicação.
Então James resolve uns enigmas, enfrenta Pyramid Head, que novamente estava atacando uma criatura, e sai do prédio.
Logo ao sair, ele encontra a garotinha Laura. Essa conversa é muito interessante por dois trechos. Um que James pergunta “o que uma garotinha como você está fazendo aqui?” e ela responde “Ah? Você é cego ou o que?”. Para ela, a cidade está normal. Não há monstros. Mas eu pessoalmente duvido que para ela a cidade esteja com o movimento normal de pessoas. Eu explico porque depois. E um outro trecho onde ela diz “Você não amava Mary mesmo!”, mostrando a impressão que ela tinha de James.
Ele prossegue e chega ao Rosewater Park, onde ele encontra Maria. Uma mulher fisicamente igual a Mary. Porém um tanto mais atrevida, tanto nas vestimentas quanto na personalidade.
Acho que isso já posso explicar. De onde veio Maria? Ela é uma mistura da mente de James de Mary com uma stripper que ele deve ter visto na boate Heaven’s Night alguma vez. Em Silent Hill 3, é possível se ver um pôster com a verdadeira Maria, que se trata de uma mulher morena de cabelos longos. Então Maria mistura comportamentos de Mary com a stripper, mesclando uma ousadia com coisas de James já esperava de Mary. Ela é algo criado pela cidade com base na mente perturbada de James. Nota-se que ele a encontra bem no lugar que esperava encontrar Mary.
Então eles têm uma conversa interessante. Nela, percebe-se uma enorme tendência de Maria de se afirmar como “existente de verdade”, e várias indiretas sobre a relação de James com Mary. Mas a conclusão final é que o lago não era o único lugar especial, o hotel poderia ser também. Então decidem, juntos, irem procurar por Mary no hotel.
Creio que todos os detonados do jogo digam “agora vá para o boliche”. Mas não é isso o que a história exige! Pela lógica, o melhor a fazer é pegar a avenida e ir direto para o Hotel. Mas ela está bloqueada por um desabamento, e próximo dele está um corpo com um mapa indicando que se deve ir ao Boliche (Pete’s Bowl O’Rama).
Mas então. No boliche encontramos Eddie e Laura numa conversa que denuncia o nome de Laura, e também o fato de que Eddie estava fugindo da polícia, embora ele negue o fato. Essa conversa também mostra que Laura está procurando Mary. Maria não quer entrar no boliche, disse que iria esperar do lado de fora. Por quê? Talvez saiba que Eddie e Angela estavam lá dentro, e nenhum dos dois poderiam vê-la. Assim, ela evita complicações.
Mas Laura foge de James. Então ele e Maria vão atrás da menina. Curiosidade: Maria diz ter corrido atrás de Laura. Será que ela correu de verdade? Pois se Laura tivesse visto Maria, ela também iria confundi-la com Mary e não iria fugir. Então reafirmo. Maria é só imaginação de James, ou algo criado pela cidade só para James.
Então eles atravessam a boate Heaven’s Night, com as chaves que Maria tinha (Óbvio! Ela supostamente trabalhou lá!) E seguem Laura até o Hospital Psiquiátrico de BrookHaven.
No hospital, Maria também se mostra doente (assim como Mary) e deita para descansar, enquanto James prossegue na busca por Laura. Um dos enigmas a resolver eu achei interessante. Os registros encontrados mostram o caso de um paciente chamado Joseph Barkin (que não tem nada a ver com SH4), que acreditava ser culpado da morte da filha, que também era dono de uma caixa com fios de cabelo dentro e escreveu na parede “Louise. Eu vou cuidar de você para sempre. É meu destino!”.
Creio que os cabelos eram de sua filha Louise, e ele acorrentou a caixa para protegê-los. Outra coisa é o diário de um paciente encontrado no telhado. Parece que o paciente foi atacado por algo no dia em que recebeu alta médica e justo no momento que estava escrevendo no diário. E ainda por cima, no telhado.
Segundo o “Lost Memories”, as enfermeiras no hospital são criaturas que representam a hospitalização de Mary e a violência com que ela era tratada no hospital.
Então James resolve uns enigmas e encontra Laura brincando dentro do hospital com uns ursinhos de pelúcia. Como ela chegou lá? Não há ninguém na cidade para impedi-la? Não. É por isso que eu acho que não tem ninguém na cidade mesmo! Para ela a cidade está normal. Só não tem ninguém. Neste momento, ela diz que conheceu Mary ano passado. Mas como ela conheceu Mary ano passado se Mary já estava morta?!
Este é um bom momento para explicar a história. Se você prestou um mínimo de atenção no jogo, você já deve saber que James matou Mary, certo? Isso aconteceu há quanto tempo? Três anos? Você tem certeza? Isso aconteceu a uma ou duas semanas! Ele a matou e ficou com tanto remorso que enfiou na cabeça que ela tinha morrido da doença há três anos. Legal, né? Triste, mas legal…
Mas ele não acredita em Laura e a chama de mentirosa. Então ela fica nervosa, mas eles fazem as pazes e seguem embora do hospital.
Neste instante ocorre outro diálogo interessante. James comenta “Tem todo tipo de coisa estranha aqui. Não acredito que você não tem nem um arranhão.” E ela responde: “Por que eu deveria?”. Novamente pode-se notar que está tudo razoavelmente normal para ela. Ela nem sequer precisa de uma lanterna para ver!
Então eles continuam pelo corredor, mas ela fica querendo se vingar de James por tê-la ofendido e inventa que existe uma carta de Mary na “Examining Room” do hospital. Nota-se que ela tinha a chave da sala. Como? Não sei. Ela pode ter achado. Ter roubado da enfermeira Rachel, que cuidou dela? Não tem como. Não foi nesse hospital que Rachel trabalhou…
Mas era mentira, e ela tranca James dentro da sala. Então ela fica provocando-o do lado de fora. James fica apavorado com os monstros lá dentro e xinga Laura novamente. Ela foge ofendida e ele é obrigado a matar as criaturas.
Tratavam-se de “Flesh Lips”, monstros que simbolizavam Mary presa a uma cama. Segundo o “Lost Memories”. Ao matar os monstros, vemos uma animação que se assemelha a um flashback de Mary, sussurando “James”, sendo carregada numa maca pelo corredor do hospital. Então James acorda no hospital Alternativo.
Seguindo um pouco, James chega na sala onde havia deixado Maria. Porém ela não está mais lá, e tudo que resta é um punhado de vidros de remédio vazios. Então ele pensa “Maria está doente também?”. Óbvio! Ela é uma representação de Mary, e James associa a ela qualquer característica possível de Mary.
Então ele anda pelo hospital até encontrar com Maria novamente no porão. Ele a confunde com Mary, ela se sente desprezada e implora pela atenção dele. Ela faz isso em vários momentos do jogo, inclusive na primeira vez que se encontram. “Você vai me deixar sozinha com esse monte de monstros por aí?”.
Curiosamente, Maria menciona certa responsabilidade que sente por Laura. Por que isso de repente? Creio que James acabou de notar que Mary gostava de Laura, e acabou aplicando rapidamente isso à figura de Maria também.
Então eles andam, juntam os anéis do puzzle da mulher na porta. Entram na porta e vão parar num longo corredor. Neste corredor, após uma longa perseguição, Maria fica para trás e é supostamente morta por Pyramid Head, enquanto James tenta abrir a porta do elevador no fim do corredor para ela entrar junto com ele. Mas dai ele acaba subindo sozinho para o primeiro andar do prédio. “A porta do elevador só se abre para James”. Frase muito interessante que vi na net uma vez, não lembro onde.
Ele vê Laura indo embora sozinha do lado de fora do hospital (no escuro e sem lanterna, to falando que pra ela tá normal;;). Então ele pega a chave da porta da frente do hospital e acha um recado, provavelmente para ele: “aquele que não é corajoso o suficiente para olhar através do abismo, não é corajoso o suficiente para olhar para si mesmo. Siga o mapa, tem uma carta e uma chave inglesa.”. Trata-se de um texto escrito por alguém, creio que seja o diretor do hospital. Como conhecia James eu não sei.
Seguindo, o jogador passa por um corredor cujo chão é composto de grades, e debaixo delas existem criaturas chamadas de Mandarin. Segundo o Lost Memories, são representações e angústia enorme, e por isso não são permitidos ficar acima do chão. Mas então ele segue o mapa e acha a tal carta.
Escrita pelo próprio diretor do hospital dizendo a ele que “parte do abismo está na sociedade histórica”, provavelmente o abismo no qual James deve procurar a verdade. Fala onde encontrar a chave da sociedade histórica.
Comenta também que ele sabia que o paciente dele havia pego a chave e escondido (é, tem um texto do paciente falando que pegou a chave), e que também não fez nada para impedir pois “não estava procurando a verdade, mas tranqüilidade”. Ele estava perturbado por ter tal coisa (a chave) por perto e disse que também viu “aquela coisa” no prédio da sociedade e fugiu. Creio que ele falava do buraco na parede, que leva para a prisão de guerra. “Se você ainda pretende continuar, James, eu peço ao Senhor que tenha piedade de sua alma eterna.”. E isso está no fim da carta.
James então pega a chave inglesa, vai no lugar onde o paciente escondeu a caixa com a chave (no Rosewater Park) e a desenterra. Abre a caixa com a chave inglesa. E parte em direção à sociedade histórica.
Chegando na sociedade histórica ele encontra o quatro “MISTY DAY, REMAINS OF THE JUDGEMENT”… Trata-se de um quadro de quem? Pyramid HEAD!!! Mas o que um quadro de Pyramid Head faz na sociedade histórica?!?!?!
Pyramid Head foi um executor nas prisões durante a guerra civil na região. James viu o quadro ou a história dele em alguma vez que foi a cidade e, devido a enorme culpa que sentiu por matar Mary, começou a imaginar que esse “executor” estava perseguindo-o para puní-lo! Por isso ele mata tantas vezes Maria ou ataca as criaturas da cidade, para jogar na cara de James o que ele fez com Mary! Isso está muito bem descrito no Lost Memories.
Uma curiosidade: por que ele se parece tanto com Valtiel, de Silent Hill 3? Logicamente, o personagem Valtiel foi criado no SH3. Porém, ele foi criado com o intuito de unir os três primeiros jogos da série. Então o criativo pessoal da Konami inventou o seguinte: Valtiel era um suposto “Anjo” de Samael, adorado pelo culto nativo de Silent Hill. Para o culto, ele tinha o papel de executor e de servente direto do deus do culto. Assim, na hora de confeccionar uma roupa para o executor da prisão, a população pensou: “Ei! Vamos dar a ele uma roupa parecida com o anjo Valtiel!” Aí, surgiu Pyramid Head com a cara de Valtiel! E o tradicional capuz de pano foi trocado por um de ferro. Mas James não percebe, mesmo assim, que é invenção da sua cabeça e continua a seguir viagem.
No prédio, ele encontra uma foto do Brookhaven dizendo que “o hospital foi construído em resposta a uma praga que atingiu a cidade”. Que tipo de praga atingiu a cidade de modo que construíssem um hospital psiquiátrico? Loucura?
Segundo o livro publicado, a praga foi conseqüência do sofrimento dos prisioneiros e das mortes sem razão da população local. Isso distorceu os poderes ocultos desse terreno considerado sagrado.
Mas então. Ele entra num estranho túnel na sociedade histórica e vai parar na prisão de guerra de Silent Hill. Segundo os documentos encontrados no jogo e o tal “Lost Memories”, a prisão foi construída para abrigar os prisioneiros de guerra durante a guerra civil. Com o fim da guerra, a prisão é fechada e a cidade se torna um atrativo turístico. Então é construída a Sociedade Histórica em cima da velha prisão.
Depois de sucessivos e repetitivos saltos em buracos no chão. James acaba por ir parar no refeitório da Prisão, onde ele encontra Eddie junto a outro corpo morto a tiros. Desta vez, Eddie abre a boca e confessa que atirou no corpo (quando ele ainda tava vivo, óbvio), mas que a culpa foi do corpo, que estava caçoando dele com os olhos, assim como aquele estúpido cachorro (???). Mas depois que James fala que não se deve matar uma pessoa pelo jeito que elas olham para você, então Eddie tenta, de modo absolutamente não convincente, negar o que já tinha dito. Depois ele sai da sala e vai embora, com a pistola usada no crime.
James continua seguindo através da prisão. Resolvendo alguns puzzles sem muita importância. Nessa prisão tem um inimigo muito legal (!!!), trata-se de uma criatura barulhenta e invisível que fica em uma das celas, mas que pode ser morta a tiros. O “Lost Memories” menciona sua existência, mas não fala de seu objetivo no jogo, como no restante das criaturas. Mas dá muuuuito medo.
Então James pula em mais buracos, passando pelo necrotério do prédio e procede com a busca. Até que vai parar no labirinto.
Nesse labirinto acontecem três coisas importantes. A primeira, é James passar pelo “escritório do Pyramid Head”. A salinha onde Pyramid Head “enjaulava” suas vítimas. Lá James pega a espada de Pyramid Head. Isso não é obrigatório de se fazer no jogo.
A segunda é uma conversa com Maria. James encontra Maria numa cela. Estranhamente, Maria parece agir como se fosse Mary, fazendo brincadeiras com James e falando com uma intimidade anormal. Ele fala algo como: “Maria! Você está viva! Está ferida? Aquela coisa te apunhalou! Tinha sangue para todo lado!” mas ela responde com calma, como se nada tivesse acontecido. Então ela começa: “James, você foi sempre tão esquecido! Lembra aquele dia no hotel? Você disse que tinha pego tudo, mas você esqueceu o Videotape que fizemos. Me pergunto se ainda está lá.”. “Como você sabe disso? Você não é Maria?”, ele pergunta. “Eu não sou sua Mary.”. “Então você é Maria.” “Eu sou, se você quiser que eu seja.”. Neste trecho fica explícito que ela sabe o que é, e parece ter interesses nisso.
Então ele grita: “Tudo que eu quero de você é uma resposta”. Então ela fala que não importa quem ela é. O que importa é que ela está lá para ele. Que ela é real. Então ela se insinua para ele e o convence a ir atrás dela do outro lado da cela, já que “ela não pode fazer muito através da grade”.
Logo, ele busca um caminho de ir atrás dela pelo labirinto. Porém, em um dos trechos acontece a terceira coisa importante. Ele encontra um jornal dizendo sobre a história de um homem, Thomas Orosco, pai de Angela Orosco, que foi encontrado morto a facadas em sua casa. Logo em seguida ele encontra Angela e uma criatura, como se fosse uma pessoa em uma cama, chamada de “Abstract Daddy” (que representa o pai de Angela), “atacando” Angela.
James mata a criatura. Então segue-se uma conversa que revela a relação “indevida” que seu pai teve com Angela e o desgosto que ela criou dos homens devido a isso. Isso fica explicito nas frases dela como “Eu sei o que você quer! Você está atrás de somente uma coisa!” e “Você poderia simplesmente me forçar, como ele (pai) sempre fez.”
Na conversa com ela, ela diz que sabe sobre James, que ele não queria Mary mais por perto e provavelmente arranjou outra, e logo Angela sai da sala, deixando James impressionado com o que ouviu.
Mas ele segue “viagem” e encontra a cela de Maria, mas ela está nitidamente morta. Mas não se sabe ao certo o que aconteceu com ela. É como se tivesse sido espancada e colocada deitada na cama. Foi esse mais um momento de James ser torturado pelo seu pecado de ter matado Mary.
Então ele continua, resolve o puzzle dos enforcados e chega em um cemitério subterrâneo, com outro buraco (uma cova com seu nome) para ele pular dentro.
Quero chamar a atenção para uma característica desse cemitério. Existem quatro covas, lado a lado, com os nomes de James, Angela, Eddie e Walter Sullivan. Existe obviamente uma discrepância do Walter Sullivan de SH2 com o de SH4. O de SH2 foi uma “vítima” da cidade assim como James, Angela e Eddie.
Bem. Já que eu já comecei, eu vou terminar a história. A cidade aparentemente atraiu essas pessoas para que elas morressem por seus crimes e loucuras. Por isso há túmulos abertos. Angela matou seu pai por vingança, e agora foi procurar sua mãe na cidade. Eddie fugiu da polícia após matar um cão e atirar em seu dono. Foi parar na cidade e lá matou outras pessoas por olharem com desprezo para ele, ele teve essa mania de perseguição. James matou Mary por estar cansado de cuidar dela doente. Walter Sullivan teria morrido por matar cruelmente Billy e Mirian Locane e morreu se suicidando louco na prisão.
Laura é inocente. Para ela a cidade está quase normal. Ela só procura por uma amiga, Mary.
Mas James pula no seu túmulo, encontra Eddie junto de outros mortos por ele. Então Eddie desembucha sua história e percebe em James o mesmo olhar de desprezo que ele via nas outras pessoas e tenta matar James.
James sai vitorioso do tiroteio. Mas fica lamentando ter matado um ser humano (como se fosse a primeira vez) mas ele prossegue em direção ao Lakeside hotel. Ele pega uma balsa e atravessa o lago.
Andando um pouco pelo hotel ele encontra Laura. Ele tem uma conversa calma com Laura, e ela lhe dá uma carta que recebeu de Mary. Quer dizer, deveria ter recebido, pois na verdade ela roubou de Rachel, a enfermeira que cuidava delas. A carta dizia para Laura gostar de James, apesar de seu caráter meio chato, dizia que neste momento, Mary estaria em um lugar bonito (pelo teor da carta, percebe-se que Mary falava do céu. Dizia que já estava morta. Mas não queria assustar a menina). E também falava “Feliz oitavo aniversário!” para Laura. James então pergunta: “Laura, quantos anos você tem?”. “Eu fiz oito semana passada”. Então James fica atônito. “Como semana passada? Mary está realmente morta? Ela está realmente aqui?”
Então Laura percebe a falta de uma outra carta. Provavelmente essa outra deveria ser entregue por Rachel para James depois que Mary morresse. Laura a roubou junto com a sua e perdeu-a em algum lugar. Laura sai desesperada atrás da outra carta.
James continua andando pelo local, resolvendo puzzles. Até que ele chega no quarto 312, onde ele e Mary ficaram em um dos dias que foram a Silent Hill. Lá ele põe para rodar a fita de vídeo que ele achou (a fita que filmaram na viagem).
Ela mostra uma imagem de Mary falando. Nada muito importante. Mas logo passa para uma cena onde Mary está doente e James se aproxima e a sufoca com um travesseiro.
Neste momento, James percebe a ilusão que estava vivendo. Que ele realmente matou Mary uma semana atrás e estava imaginando que ela tinha morrido doente.
Uma observação. A carta que ele recebeu de Mary vai desaparecendo conforme você anda pelo Hotel. Primeiro somem as letras da carta. Depois o papel e depois o envelope. A carta também foi uma ilusão. Pouco a pouco, James vai percebendo a loucura que viveu.
Logo, Laura entra no quarto perguntando por Mary. James fala que ela não morreu doente, foi ele que a matou. Que a Mary que ela conhece não está lá. Essa é uma cena muito bonita. Laura vai embora triste. Neste momento, James percebe que Mary está de fato morta, e a coisa que o trouxe até ali não era Mary. James logo começa a ouvir o chiado no rádio chamar por ele. Então ele continua a andar pelo prédio.
Num momento surreal, com uma escadaria “mágica” pegando fogo, ele encontra com Angela novamente. Eles têm uma conversa na qual ela o confunde com sua mãe. Angela questiona o esforço de James em ajudar outras pessoas. “Ou você acha que pode me salvar? Você vai me amar? Cuidar de mim? Curar toda minha dor? Foi o que eu pensei.”. James não fez isso por Mary. Angela sabia que também não faria por ela. Ela pede a faca de volta. James não devolve e nega que ele a iria usar para se matar. Angela some em meio às chamas, deixando James para trás. James fala “está quente como o inferno aqui.” E ela responde que para ela é sempre assim.
Isso me fez pensar que Angela tinha incendiado a casa de seu pai. Então ficou com a imagem das chamas como sua loucura. Mas o Lost Memories não menciona nada assim. Nem a notícia falando da morte do pai menciona um incêndio.
Porém, um site oficial de Silent Hill que ficou aberto por pouco tempo declarava que o Hotel havia sido incendiado há anos, o que é bastante coerente com um desenho encontrado na prisão, que mostra o Hotel pegando fogo. Porque misturaram o passado de Angela com o incêndio no Hotel? Não fez sentido para mim…
James continua até que encontra dois Pyramid Heads, atacando Maria, uma última vez, presa de ponta cabeça numa jaula. James cai ao chão ao ver a cena. Então ele percebe o porquê da existência de Maria e Pyramid Head. Então ele diz: “Eu era fraco. É por isso que eu precisei de vocês. Precisava de alguém para me punir pelos meus pecados. Mas tudo acabou agora. Eu sei a verdade. É hora de terminar isso.”
Ou seja. James precisava de uma punição. Dessa idéia surgiram Pyramid Head e Maria, com o intuito de puni-lo, jogando contra ele todos os crimes que ele cometeu contra Mary.
James enfrenta os Pyramid Heads, terminando com o próprio suicídio deles. Então James vai em direção à batalha final do jogo. Agora depende do final.
IN WATER
James encontra com Maria no telhado do prédio e, apesar das insistências dela, para que ele fique com ela, que ela é melhor do que Mary, ele a rejeita. Então eles brigam e ele a mata. Ou melhor, destrói, já que ela era uma “criatura ilusória” de Silent Hill.
Então de algum modo, James retorna ao quarto onde Mary estava hospitalizada e conversam sobre o sofrimento de ambos diante da doença de Mary e os motivos que levaram James a matá-la. Mas ela morre diante de James novamente, pela doença desta vez. Então ele a pega nos braços, a põe no carro (Como? Ele ainda tinha que estar meio louco) E se joga na água do lago.
Neste final temos a história de um homem que, assim como Eddie e Angela, foi levado pela ilusão e morreu na cidade.
LEAVE
Igual o final anterior, James discute com Maria e conversa com Mary. Mas na conversa, Mary perdoa James e insiste que ele continue com a sua vida, que durante os três anos da doença de Mary, foi voltada aos seus cuidados. Então James vai embora, perdoado, e encontra-se com Laura no cemitério. Então vão embora juntos. Neste final, temos um homem que venceu seus complexos e ao “teste” feito pela cidade. É o final feliz.
MARIA
Neste final particular, James se encontra com Mary no topo do prédio. Eles discutem. Mary o acusa de odiá-la, não o perdoa pelo que fez e insinua que ele achou Maria para substituí-la. Então ele a enfrenta, e volta para o Rosewater Park e reencontra Maria! Ela lhe pergunta: “Você achou Mary?”, e ele sem percebê-la responde: “Não. Aquilo foi só algo que eu…. Maria?”. Creio que ele ia falar que Mary foi só uma ilusão dele ou algo assim. Então ele aceita Maria e vão embora juntos. Mesmo Maria estando doente… Neste final, ele continua com as suas ilusões e volta ao seu mundinho paranóico.
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REBIRTH
Ele tem a mesma discussão com Maria. Então, após matá-la, ele pega os itens necessários e parte para o processo de ressuscitação de Mary, descrito no livro “Lost Memories” (desta vez é o L.M. encontrado no jogo mesmo. Não a publicação). Dizendo coisas como “Mary, perdoe-me por te acordar, mas eu não posso viver sem você. Os deuses não deixaram essa cidade, e dão poder para os que os veneram. Poder para desafiar até a morte…”. Dá a entender que ele a ressuscitou.
Porém, parece que o final “oficial” é o In Water. Pois em SH4 é dito que Frank Sunderland perdeu um filho e uma nora em Silent Hill. Provavelmente foi James e Mary.
Uma consideração importante a respeito da história é que, só porque as criaturas, Pyramid Head e Maria são imaginação de James, frutos de sua loucura, não significa que ele não tenha entrado no hospital, no apartamento, no Hotel. Não significa que não tenha matado Eddie, ou que as pessoas que Eddie matou não tenham morrido de verdade. Creio que com exceção das criaturas, PH, Maria, Mary e a carta de Mary, todo o restante tenha sido real.
Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.