A Steamforged Games surpreendeu todos os fãs de Resident Evil com uma notícia inesperada, no ano passado: eles estariam planejando lançar no mercado um board game de Resident Evil 2! O projeto teria o aval da Capcom, que estaria ajudando inclusive na concepção do mesmo, e assim que foi anunciado, despertou a curiosidade e a atenção de todos aqueles que curtem a franquia! A Steamforged Games é a mesma criadora do board game baseado em Dark Souls, que obteve o orçamento necessário em 3 minutos via financiamento coletivo. Ao lançaram a campanha no Kickstarter para a produção de um survival horror cooperativo que se passa no mundo de Resident Evil 2, o sucesso foi instantâneo: em uma hora o projeto ultrapassou a meta estabelecida, que era de 150 mil libras!
Resident Evil 2 tem uma base de fãs obstinada, e os criadores de seu board game são claramente parte disso. O pessoal da IGN jogou em um cenário de Resident Evil 2: The Board Game na última Gen Con 2018 com o designer principal do projeto, Sherwin Matthews, e atestaram aquilo que deixa a nós, fãs, ainda mais empolgados para jogar também: o clássico jogo de terror de sobrevivência que as pessoas queriam ver em formato de jogo de tabuleiro está mesmo em boas mãos.
Esta adaptação em formato board game é projetada com mais atenção aos detalhes, algo incrível de se notar. Sua tensão, ambientes, caminhos para completar cada objetivo e até estratégia de jogabilidade parecem quase jogo real de videogame, e isso é ótimo! Na verdade, todo este zelo é porque as pessoas por trás do projeto sabem o quanto ele é sério. Quando Matthews recebeu a notícia de que estaria trabalhando no board game de RE2, ficou tão empolgado que não esperou que os recursos fossem entregues pela Capcom. Em vez disso, ele desenhou o mapa da delegacia de Raccoon City por sua própria conta, para já dar início aos trabalhos no jogo.
Matthews explicou o seguinte:
“Este é um jogo de survival horror, não um jogo ‘mate tudo’. Se você tentar explodir tudo, você vai ficar sem balas, ser mordido e morrer”.
Ele não estava brincando, afinal, é possível vencer um cenário do jogo sem realmente matar um único inimigo, embora aparentemente cenários posteriores na campanha não trarão tarefas tão simples assim. O compromisso com o tema e o material de origem aqui é seriamente inigualável. Em vez de apenas atirar em “mini zumbis” como em muitos outros jogos de tabuleiro, você deve manipular inimigos, utilizar o ambiente e usar com cuidado todos os recursos que recebe. No final de cada turno, você compra um baralho de Tension (cujas cartas aparecem como a famosa tela de carregamento de portas que rangem lentamente dos jogos originais), fazendo com que você se sinta constantemente como se algo estivesse prestes a saltar em você.
Há também easter eggs profundamente escondidos, itens secretos, chaves e fechaduras, layouts de mapa que realmente imitam os níveis específicos que eles representam – há até mesmo o “controle tanque” e modalidades que permitem somente o uso da faca, se você quiser um desafio real. Matthews se mostrou de fato muito envolvido e apaixonado com o projeto: na demonstração com a IGN, ele constantemente fazia pausas para compartilhar história após história de diferentes elementos que foram organicamente construídos para recriar a experiência original de Resident Evil.
O resultado de toda esta paixão? Talvez nunca foi sentido em um jogo de mesa o que poderemos sentir em Resident Evil 2. O constante medo e tensão dentro deste jogo pode nos levar de volta à nossa infância, mas com uma experiência completamente nova e refrescante. A maneira que você tem que se esquivar de zumbis, por exemplo, lembra muito o videogame. Quando eles te agarram, a mecânica permite que você os empurre enquanto eles tropeçam para trás, proporcionando uma oportunidade muito necessária para escapar. Sua saúde é rastreada no monitor de pulso clássico, que você reabastece com ervas e kits de primeiros socorros, e a munição só vem em raras ocasiões.
Cada cenário começa com um objetivo específico, mas você não sabe exatamente como concluí-lo. Na demonstração com a IGN, era preciso alcançar o escritório dos S.T.A.R.S. dentro da R.P.D., mediante exploração à procura de uma chave para destrancar uma porta que então permitiria ao jogador achar outra chave que finalmente levaria o jogador onde ele precisava ir. Todo o tempo, criaturas como zumbis, cães, braços que se estendiam das paredes, e até um Licker podem entrar no caminho do jogador.
Resident Evil 2: The Board Game pode ser jogado sozinho. o que oferece aquela sensação clássica, ou com até quatro jogadores no total. Leon S. Kennedy, Ada Wong, Claire Redfield, Robert Kendo, William Birkin e até mesmo HUNK e Tofu serão todos jogáveis através do jogo base e expansões, todos com suas próprias habilidades especiais e proficiências de armas. O jogo principal vem com oito cenários, mas as expansões vão reforçar esse número para 23, incluindo um encontro com o famoso jacaré gigante. Esses cenários podem ser jogados individualmente ou na ordem específica do videogame como uma campanha. Essa opção significa que você mantém sua integridade final, itens e munição do último cenário, e certos itens podem ser perdidos totalmente se você não parar para pegá-los.
Um ponto negativo: os quebra-cabeças de RE2 não estarão representados neste board game. É uma falha gritante na replicação dessa autêntica sensação inicial de Resident Evil, já que eles poderiam criar pausas ocasionais que fariam o jogador pensar de maneiras diferentes, e também desafiariam os jogadores a revisitar os corredores cheios de zumbis. Apesar desta falha, o clima intenso e a mecânica bem desenvolvida do board game é algo que deixa sua marca de forma intensa e gratificante. A dedicação clara neste projeto fornece um exemplo surpreendente para adaptações futuras de videogames, quem sabe até de outros jogos da franquia Resident Evil hã?
Espera-se que o jogo de tabuleiro alcance os patrocinadores do Kickstarter no final deste ano, seguido por uma versão de varejo no início de 2019. Você pode encomendar uma cópia do board game aqui, não deixe de conferir!
Adaptado do IGN
Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.
