No EvilTalk, nossos redatores irão apresentar, em texto, suas opiniões acerca dos mais variados assuntos que envolvem a franquia Resident Evil e demais obras do terror/survival horror, em uma narrativa questionadora e que dará preferência à abordagem de temas polêmicos e que geram discussão na base de fãs do jogo em questão.
ATENÇÃO: todo o exposto nos textos do EvilTalk refletirão unicamente as opiniões e convicções do Redator responsável pela publicação.
Neste texto, o tema abordado pelo nosso Redator Gerson Ashford foi: O que a Capcom nos reserva depois de Resident Evil 2 Remake?
Eu comecei a ideia desse artigo pensando em fazer algo do tipo “Por que Resident Evil 3 Remake pode se tornar realidade?”. Mas isso seria chover no molhado, pois todo mundo está comentando sobre isso. Ao invés de ir pro básico, vamos discutir o quadro inteiro…
– Mas já? – RE2 nem saiu e já vamos especular o que fará depois?! Sim, nós vamos. Com a confirmação de Resident Evil 2 na E3 desse ano (que muitos já estavam até incrédulos, por não termos notícias do projeto desde o anúncio em 2015), muitos fãs comentaram: “Nossa, o RPD está tão bonito, o design está bom… Tão esperando o que para um RE3: Nemesis Remake?”. É especialmente por isso que tive a ideia desse artigo.
RESIDENT EVIL 8?
Vamos voltar uns anos… Com RE 6, o principal problema foi a falta de identidade: tentou ser nostálgico com Leon, de guerra com Chris, stealth e luta física com Jake. E no fim, o que teve mais a “cara” da série foi a campanha extra da Ada! A geração que conheceu a série ali gostou, mas fãs de longa data precisavam que a “essência” voltasse. Então veio Revelations 2. Trouxe personagens queridos que os fãs perguntavam há tempos, além de ter uma divulgação que nos fez criar mil e uma teorias (ah, como eu queria ver uma campanha do tipo novamente…). A prática, contudo, não foi tão boa quanto a ideia. Gráficos medianos, jogabilidade já datada e um final anticlimático fizeram o segundo capítulo derivado não ser tão marcante. Ainda assim, mostrou a direção que a série precisava mais do que nunca: voltar ao horror…
RE 7: Biohazard pode ser tudo, menos “em cima do muro”. A câmera foi controversa. A escolha de um protagonista desconhecido também. Alguns fãs questionam se ele merecia o título da série, por ser tão distante em história, mas uma coisa é indiscutível: ele trouxe a essência da série que estava perdida há anos. Temos backtracking, ritmo de jogo lento; valorizando tensão e a resolução de puzzles, ao invés de seguir ao objetivo até o próximo tiroteio.
E chegamos ao presente. A divulgação de RE2 Remake causou não só empolgação, mas também elogios da própria crítica. Como o VR não emplacou, é provável que a saga principal volte à terceira pessoa. Mas entra a grande questão: “– Quando a Capcom vai se convencer que precisa de um novo arco?” Tivemos Raccoon (de RE1 à Nemesis). Tivemos a queda da Umbrella e a ascensão do terrorismo biológico (de Code: Veronica à RE6). O que temos agora? Vestígios da New Umbrella, a antiga Umbrella mudando de lado, Tentsu e outras empresas com armas virais, além de uma vilã presa em um corpo adolescente. Com RE7 tendo colocado o direcionamento nos eixos, é hora da Capcom ligar as principais pontas soltas com Resident Evil 8 e dar uma conclusão aos personagens já existentes.
RESIDENT EVIL: REVELATIONS 3?
Revelations ligou o já lançado na época RE5 à RE4. Revelations 2 se passou entre RE6, também já lançado, e RE5. Embora já tenhamos um RE7, eu acho que a história dele funciona bem de forma independente, não precisa algo após o 6 pra construir a história da Tentsu. Para mim, o bom seria uma história pós-RE7, preparando terreno para a criação de um arco maior, a ser resolvido na série principal.
Para a atmosfera de Terror um jogo funciona melhor estando sozinho, mas considerando que os protagonistas já passaram por muita coisa e estão totalmente experientes, para mim o Revelations 3 ideal traria não apenas os protagonistas principais, como também um modo cooperativo. A experiência de RE5 e RE6, apesar de não ser “assustadora”, é muito divertida. Além disso, acho que esse seria o próximo passo ideal, após RE2 Remake.
UM OUTRO OUTBREAK?
Esse é um pedido de parte dos fãs mais antigos da saga. Apesar da enorme quantidade de ports que essa geração de consoles recebeu, eu particularmente não sou fã da ideia, e explico o porquê. Outbreak foi a primeira experiência online da saga e mostra outras visões além das dos protagonistas. Mas sejamos realistas: um Remaster e renovação no servidor, além de gráficos datados teria uma jogabilidade antiquada, e provavelmente o online não ficaria estável, como ocorre hoje em RE5 e 6. Os mesmos fãs que pedem tanto uma remasterização, provavelmente ficariam desapontados com o resultado final.
Ah, mas e um NOVO Outbreak então? Por mais que seja um spin-off, o antigo possuía uma história, que conforme o próprio título, era focada no surto do vírus. Isso já ficou pra trás a muito tempo, lá em Raccoon. E a ideia de pessoas comuns lidando com um apocalipse zumbi? State of Decay, Dead Rising, Left 4 Dead, são tantas opções que hoje o gênero está saturado. Para mim, Outbreak é aquela ideia bonita na teoria, mas na prática nem tanto.
RESIDENT EVIL 3 REMAKE!
Com a incerteza de que rumo a história vai tomar depois de RE7 e um Revelations 2 de aceitação mediana, é normal que a maioria dos fãs sonhem com um RE3 Remake. Eu sou um desses. Vários motivos me animam: com RE2 sendo refeito, o R.P.D. e boa parte dos objetos de rua (carro, edifícios, etc.) já estão modelados, facilitando a produção, além do título ser especial para mim (o primeiro que concluí, e o que terminei mais vezes). Ele conta também com a melhor BOW já feita, na opinião de muitos fãs.
Tem um outro lado, entretanto… Por mais o lançamento fosse ótimo, eu como fã não consigo deixar de pensar que a franquia precisa avançar, pois se investir muito em reviver nostalgia e modernizar histórias já contadas, além de não vermos a conclusão de muitas pontas soltas, tudo demais cansa. O primeiro Remake foi glorioso. O segundo está deixando empolgado. Usar o provável sucesso dele e já correr para fazer um terceiro, talvez não tenha a mesma receptividade, por não ser mais uma novidade.
UM OUTRO SPIN-OFF…
Indiscutivelmente, a MAIOR bola fora da Capcom nesses últimos anos foi o Umbrella Corps. De ser um spin-off não canônico tudo bem, mas para mim o maior erro foi não criar um produto com apelo, colocando personagens que ninguém conhecia. Depois tentaram arrumar com skin adicionais (que mais lembram Mini-Craques), mas já era tarde.
Uma ideia que eu acho que funcionaria para quem curte modos multiplayer online seria fazer um spin-off voltado apenas para o Versus, reunindo todos os personagens (de Jill a Billy) em cenários icônicos de todos os títulos e nos modos mais sucedidos dos últimos anos (Raide em co-op, Team Survivors, etc.). Seria um orçamento baixo, com apelo de venda e grande chance de se manter vivo por muito tempo – com a adição de novas roupas, personagens, mapas…, mantendo os fãs ocupados até o lançamento de um título principal.
O QUE EU REALMENTE GOSTARIA?
Independentemente da decisão da Capcom depois do lançamento de RE2 Remake, eu gostaria de ver a empresa se inspirando na ideia de algumas outras, que alternam entre lançamento de um título maior e um menor/spin-off. Dessa forma, o público mantém a série ativa, gerando dinheiro, enquanto dá tempo de desenvolverem um jogo principal realmente bem feito. Atualmente, a base de fãs se divide em pelo menos 3 grupos maiores. Além dos que acompanharam a saga toda, tem os que “preferem os clássicos”, uma “segunda geração”, que conheceu a saga na fase de ação, e o “novo público”, que abraçou o Survivor Horror por meio de jogos em primeira pessoa, com um terror construído em jump scares.
Considerando que nos últimos anos a Capcom não estava tão bem financeiramente, mas jogos como Monster Hunter: World deram uma guinada, era a hora de alternar entre esses públicos, dedicando uma equipe, ainda que pequena, para cada proposta. Para mim, poderiam lançar um título principal que seguisse o terror e avançasse na história. Então um título seguinte com uma pegada nostálgica (como RE2 Remake, que valorize o público de longa data), e então um título Revelations (que abrace a geração do coop e da ação). É uma forma de manter jogos com estilos únicos, além de dar mais tempo de desenvolvimento para cada um, já que teriam uma janela de pelo menos 3 anos entre cada continuação.
E você comrade, como acha que a série deveria seguir, após lançarem Resident Evil 2 em Janeiro? Deixe sua opinião.
Redator do EvilHazard, paulista, administrador, viciado em jogos de aventura e cultura nerd, com uma queda pelo mundo do Survivor Horror