Durante a apresentação dos seus nove episódios, a série de The Last Of Us da HBO Max conseguiu impressionar o público ao apresentar a história envolvente e elaborada do primeiro jogo através de uma nova visão. Em outras palavras, Neil Druckmann e Craig Mazin, produtores da série, nos mostram uma adaptação do jogo para as telas de streaming com um nível assustador de fidelidade ao conteúdo original.
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O nono e último episódio da primeira temporada da série contém 43 minutos de duração e, apesar de ser o mais curto entre os demais, consegue retratar perfeitamente os últimos trechos da aventura de Joel (Pedro Pascal) e Ellie (Bella Ramsey) em busca dos Vaga-Lumes.
Logo no início do episódio somos presenteados com mais uma porção da adaptação enriquecedora da história e seus detalhes igualmente ricos, onde nela vemos a mãe de Ellie, Anna Willians, momentos antes de dar à luz a garota enquanto é perseguida por um infectado; também acompanhamos brevemente a relação entre Anna e Marlene (Merle Dandridge) no passado. Anna, aliás, é interpretada na série por Ashley Johnson, atriz responsável pela captura de movimentos de Ellie em ambos os jogos. A introdução da atriz como mãe de Ellie na série é um fato curioso de se presenciar pois deixa no ar aquele pensamento de Ashley ser a “criadora” da personagem. Também temos um aprofundamento na questão histórica da imunidade de Ellie. Momentos antes de Anna dar à luz, ela é mordida pelo infectado que a persegue, dando a entender que a imunidade da garota é algo de nascença e não algo adquirido com o tempo. Quanto a relação entre Anna e Marlene, vemos o suficiente para sabermos que ambas eram amigas há muito tempo. Esta passagem, de certa forma, está presente no jogo original, mas de uma forma muito implícita, com pouquíssimas informações. Graças à liberdade adaptativa, vemos uma versão mais detalhada na série. Vale ressaltar aqui que, assim como Troy Baker e Ashley Johnson deram as caras na série, Merle Dandridge também é responsável por interpretar Marlene no jogo.
Após os surpreendentes minutos que abrem a série, retornamos a acompanhar a dupla de protagonistas, Joel e Ellie, em sua jornada rumo ao hospital dos Vaga-Lumes. A série manteve um ritmo acelerado em seu último episódio, mas mesmo assim conseguiu encaixar momentos icônicos do jogo no meio da adaptação. Através dos cenários, falas e cenas idênticas, a série vai preparando a estrada para o desfecho da história da forma única que o roteiro faz. Assim como em muitos outros, os últimos capítulos do jogo possuem muitos conflitos, porém Druckmann e Mazin mantêm o foco exclusivamente no desenvolvimento da história, resumindo os grandes combates em cenas rápidas e violentas.
Vendo o 9° episódio separadamente, podemos notar que ele continuou carregando a fidelidade ao jogo na maioria de sua apresentação e utilizou de exemplo seus oito episódios anteriores ao enriquecer ao máximo sua história principal com detalhes e trechos não apresentados ou implícitos no conteúdo original. O nono episódio fecha a primeira temporada de The Last Of Us com chave de ouro, apresentando ao público o trecho de antes e durante o hospital até o final impactante e praticamente igual ao original.
Analisando a série da HBO Max como um todo, podemos dizer que é totalmente compreensível afirmar que ela é uma das – se não a – melhor adaptação de um jogo já feita até os tempos atuais. Através dos nove episódios riquíssimos em detalhamentos e apresentados por uma equipe fantástica, a primeira temporada apresenta a história de The Last Of Us Parte 1 perfeitamente. Para os fãs de longa data da franquia, a série é um prato cheio que consegue atingir fortemente tal parcela com uma nostalgia gigantesca acompanhada do sentimento de satisfação causado pela extrema competência dos envolvidos na produção. Já para aqueles que não conhecem muito bem ou são totalmente leigos no assunto, a adaptação consegue trazer a curiosidade a estes de conhecer o material original – algo que é comprovado pelo grande número de cópias vendidas de ambos os jogos durante o período da série.
Toda a equipe responsável pelos seus respectivos cargos no desenvolvimento da série merece muitos elogios graças ao feito de reproduzir a incrível história do primeiro jogo em uma outra perspectiva. Independentemente de raça ou orientação sexual, cada um dos atores que compõem o elenco fenomenal da série entregaram o máximo de si e mostraram às pessoas a verdadeira essência dos personagens enquanto seguiam o roteiro muito bem estruturado e adaptativo. O exímio trabalho dos dubladores brasileiros também merece um espaço no meio das críticas construtivas que, assim como nos jogos, simplesmente tiraram de letra o serviço em todos os episódios. A série possui muitos pontos positivos e fortes, no entanto, em contra partida, também tem alguns negativos e fracos. Dito isto, vale ressaltar o exagero em poucas interpretações em determinados momentos de determinados episódios e uma progressão mais avançada que o esperado em outros momentos, mas independente deles, The Last Of Us da HBO Max não deixa de ser uma experiência única no meio de tantas outras e digna de ser vivida.
Ao final do Episódio 9, alguns fãs passaram a especular que Abby (uma das protagonistas do jogo The Last of Us Parte 2) pode ter aparecido brevemente na cena de combate de Joel no hospital. A segunda temporada da produção já foi confirmada.
Do interior de São Paulo. Redator e coordenador chefe de redes sociais do EvilHazard. Possui um grande conhecimento e domínio da franquia Resident Evil.