Haruhiro Tsujimoto, presidente da Capcom, declarou na Tokyo Game Show 2023 que acha que o preço dos jogos está muito baixo, e que o custo crescente do desenvolvimento de jogos deveria se refletir em seu preço no mercado. As informações são do PSU.
“Pessoalmente, sinto que os preços dos jogos são muito baixos. Os custos de desenvolvimento são cerca de 100 vezes maiores do que na época do Famicom (NES). Mas o preço do software não subiu tanto. Também é necessário aumentar os salários para atrair pessoas talentosas. Dado que os salários estão a aumentar em toda a indústria, penso que a opção de aumentar os preços unitários é uma forma saudável de negócio”.
A Capcom ainda não aumentou o preço de seus principais lançamentos de jogos para US$ 69,99 (cerca de R$300,00), enquanto muitas empresas, incluindo EA e 2K aumentaram o custo de seus títulos mais recentes. Tsujimoto acrescentou ainda que não sente que as vendas de jogos estejam sendo afetadas pelo atual clima econômico.
“A confiança empresarial e os preços elevados têm pouco a ver com a indústria dos jogos. Tal como a recessão não impede as pessoas de irem ao cinema ou ao concerto do seu artista favorito, os jogos de alta qualidade continuarão a vender bem. Mesmo durante o colapso do Lehman Brothers, os jogos venderam bem.”
A Capcom garante que o PC continuará sendo sua principal plataforma, apesar dos recentes esforços da Apple para lançar os jogos em seus dispositivos, o que está dando o que falar entre os gamers ao redor do mundo. As informações são do Eurogamer.
Após o lançamento de jogos mobile como Monster Hunter Now e dos próximos lançamentos de Resident Evil para iPhone 15 Pro e iPads M1, que serão lançados em alta qualidade e como parte importante da estratégia da companhia, Haruhiro Tsujimoto, da Capcom, disse ao Bloomberg que o PC continuará como a principal plataforma da empresa.
Tsujimoto diz também que o PC já é a principal plataforma por vários anos e onde vendem seus jogos em 230 países e regiões ao redor do mundo. O objetivo de vender mais de 100 milhões de unidades, de jogos AAA a títulos mobile, contará com um forte foco na plataforma. Recentes lançamentos, como Resident Evil Village, Resident Evil 4 Remake e Street Fighter 6, da Capcom, foram muito bem recebidos em suas versões de PC e mostram os esforços em agradar os jogadores dessa comunidade.
Nos últimos anos, a Microsoft vem adquirindo algumas empresas de grande porte do mundo dos games na busca de se manter competitiva no mercado. A última grande negociação foi fechada junto à empresa que controla a Bethesda, casa de grandes jogos como The Evil Within, Fallout e The Elder Scrolls. Atualmente, a gigante norte-americana busca a aprovação da compra da também gigante Activision, e diversos rumores surgiram na internet dando conta de que a Microsoft pretende avançar frente a outras casas de jogos, como a SEGA.
Na entrevista ao site Bloomberg (via Gematsu) em meio a Tokyo Game Show 2023, o COO da Capcom, Haruhiro Tsujimoto, declarou qual seria a posição da empresa sobre o assunto e garantiu que não se sentiriam seduzidos por qualquer oferta eventualmente feita pela dona do Xbox.
Capcom COO Haruhiro Tsujimoto on acquisitions and whether he would entertain an acquisition offer from Microsoft:
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Bloomberg: We saw Microsoft acquiring Activision. There's been some whispers in the industry about some more deals. What is Capcom's thinking when it comes to… pic.twitter.com/dpm8DgWpbd
— Gematsu (@gematsu) September 25, 2023
Abaixo, confira o trecho traduzido diretamente da entrevista do COO ao Bloomberg, via Gematsu:
Bloomberg: Vimos a Microsoft adquirir a Activision. Tem havido alguns rumores na indústria sobre mais alguns negócios. O que a Capcom pensa quando se trata de fusões e aquisições? Há algo em andamento?
Tsujimoto: “Acho que tem havido muitas conversas sobre fusões e aquisições na indústria de jogos. Houve um tempo em que éramos um alvo, mas em vez de adquirir uma empresa externa, preferimos o crescimento orgânico. É importante treinar e desenvolver recursos humanos em casa para executar estratégias de crescimento. Acredito também que podemos utilizar parceiros externos, mas não temos intenção de adquirir empresas.”
Bloomberg: E se a Microsoft vier até você e disser que estão interessados em comprar sua parte? Você consideraria isso?
Tsujimoto: “Eu recusaria gentilmente a oferta, porque acredito que seria melhor se fôssemos parceiros iguais.”
Com mais de 40 anos de história de sucesso no mundo dos videogames, a Capcom parece mesmo não ter motivos para ser vendida para nenhuma outra expoente do mercado. A empresa já vendeu 500 milhões de títulos globalmente desde que começou suas atividades quatro décadas atrás.
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A saga Resident Evil é classificada como a sua franquia mais vendida, tendo movimentado mais de 142 milhões de unidades em todo o mundo. Seguindo a mesma linha, estão a série Monster Hunter com mais de 92 milhões de unidades vendidas e Street Fighter com mais de 50 milhões de cópias comercializadas em todo o mundo.
A Capcom lançou recentemente dois novos títulos das séries Resident Evil e Street Fighter (Resident Evil 4 Remake e Street Fighter 6), bem como uma DLC bem sucedida para o remake estrelado por Leon e ainda o multiplayer online Exoprimal. Somente Resident Evil 4 Remake já vendeu mais de 5 milhões de cópias, enquanto Street Fighter 6 vendeu um milhão de cópias em uma semana após seu lançamento.
A Capcom vem tomando de volta sua posição entre as maiores empresas de jogos do mercado. Depois de passar por muitas dificuldades no início de 2010, a empresa vem se reerguendo ano após ano, seguindo a excelente notícia de que os lucros estavam aumentando durante o ano fiscal mais recente, que acabou em março (2023).
Nascido em 1996 em Bauru (SP). Redator e Editor de Vídeos do EvilHazard. Escritor publicado. Diretor e roteirista de cinema.
