The Callisto Protocol está cada vez mais próximo de ser lançado e muitos jogadores ainda tem muito à perguntar para o diretor do jogo, Glen Schofield, a mente por trás de The Callisto Protocol e Dead Space. Por conta disso, o site Inverse convidou Schofield para uma entrevista para revelar mais detalhes sobre o seu novo jogo e sobre o futuro de The Callisto Protocol.
O mais novo título da Striking Distance Studios representa uma nova chance para os desenvolvedores – anteriormente Visceral Games, depois Sledgehammer Games – redefinir o gênero de terror de sobrevivência como Dead Space fez em 2008. Esse título deu ao protagonista Isaac Clarke ferramentas de mineração para desmembrar os vários monstros e mutantes que assombravam a estação espacial abandonada que ele estava explorando. Segundo Schofield, a inspiração para essa mecânica veio de uma fonte surpreendente.
“Eu tinha acabado de jogar Resident Evil 4 e queria me mover e atirar ao mesmo tempo”, diz Schofield ao Inverse, referindo-se a como o título de Resident Evil de 2005 da Capcom colocou os pés de Leon Kennedy no chão ao mirar. “Então eu percebi que se eu estivesse me movendo para trás e atirando, seria mais assustador se eles continuassem rastejando em mim.”
Nos doze anos desde o lançamento de Dead Space, porém, houve muitos jogos de terror para se inspirar, e Schofield estava prestando atenção. Ele lista vários jogos que ele tem jogado que ele acha que serviram bem ao gênero, como Dying Light, Resident Evil 7 e Control. Ainda assim, Schofield insiste que eles estão seguindo seu próprio roteiro pessoal com The Callisto Protocol. Isso significa olhar para os fundamentos do que o gênero faz bem e a melhor forma de fazer esses fundamentos ressoarem.
“QUERO ISOLÁ-LOS DA ESPERANÇA.”
“A chave para um bom horror”, diz Schofield, batendo os dedos na mesa, “sempre será um bom áudio. O jogador deve sentir que cada pequeno som está prestes a atravessar as paredes.” Ele olha de volta para o enorme ventilador circulando ar respirável pelo corredor mal iluminado na sala de entrevista, então olha de volta para o entrevistador e diz: “O humor e a atmosfera são as coisas principais, mas um bom áudio faz com que funcionem.”
Isso, acrescenta Schofield, não é apenas ouvir criaturas correndo pelas aberturas ou a antecipação de ouvir passos vindo em sua direção através de um nevoeiro, mas a ausência de som quando apropriado. Você tem que deixar os jogadores respirarem o suficiente para lembrar por que eles estavam prendendo a respiração em primeiro lugar.
Quanto ao remake de Dead Space em que a Electronic Arts está trabalhando (e programado para sair apenas um mês depois de The Callisto Protocol), Schofield tem alguns pensamentos.
“Desejo-lhes o melhor”, ele começa, “mas eu realmente não sei nada sobre isso. Eu realmente não quero saber nada sobre isso. Eles têm pessoas extremamente talentosas lá, mas…” Schofield faz uma pausa. “Honestamente, se fosse eu, eu não faria o remake. Estou feliz por eles, mas não o faria. Eu quero seguir em frente e fazer algo novo. Dead Space está no meu passado.”
The Callisto Protocol, como Dead Space antes dele, ocorre em uma estação espacial infestada onde os seres humanos se transformaram em monstros. Schofield não faz questão de amar o espaço como pano de fundo para o horror, pois se encaixa muito bem com seu desejo de deixar o áudio mínimo falar, mas há mais do que apenas o vácuo silencioso do espaço que impulsiona seu amor pelo ambiente para esses jogos.
“A REFLEXÃO DA MÍDIA SOCIAL FOI EDUCACIONAL E ESPERO QUE SEJA UM CATALISADOR PARA A MUDANÇA GERAL.”
“Não há esperança no espaço”, argumenta Schofield. “Você está lá sozinho e há essa vastidão lá fora. Você não quer pensar sobre qual é o pior cenário. Você não pode se permitir pensar no que acontece se você tiver sucesso e tentar sair. E se simplesmente não houver saída? Quero que os jogadores pensem nisso. Quero isolá-los da esperança.”
Embora Schofield não queira que os jogadores se concentrem muito no sucesso, ele pensou sobre o que o sucesso significa para The Callisto Protocol.
“Quero fazer uma sequência”, ele admite. “Este é um jogo completo, mas há muitas ideias, ideias legais, que queremos fazer a seguir. Eu sempre quero continuar fazendo a próxima grande coisa. Mesmo depois de terminar um jogo, já estou pensando no que vem a seguir.”
Como diretor, Schofield parece genuinamente ansioso para descobrir como as pessoas vão entender seu novo jogo e se aceitarão o que ele acha que é o próximo grande passo. Após a entrevista, ele apimenta o entrevistador com perguntas sobre o que ele pensou sobre a demo, quais seções específicas falaram com ele e se ele ficou frustrado com o design de dîe-learn-repeat do jogo.
Essa paixão foi mal direcionada no início de setembro, quando Schofield se gabou nas mídias sociais de que o desenvolvimento de The Callisto Protocol estava chegando à linha de chegada e que a equipe estava trabalhando “6-7 dias por semana” e trabalhando durante o jantar para eliminar bugs e aumentar o desempenho. Schofield mais tarde se desculpou por encorajar uma cultura de crise e pareceu arrependido tempo depois.
“A verdade é que eu errei”, diz Schofield. “Somos uma equipe pequena e fomos tão bons nisso durante todo o desenvolvimento, mas no final eu errei e trabalhamos mais do que deveríamos. Aquilo fugiu de nós. A reação da mídia social foi educacional e espero que seja um catalisador para a mudança geral.”
Schofield faz uma pausa.
“Posso te dizer isso, vou garantir que isso não aconteça em nosso próximo projeto ou em qualquer projeto futuro”, explica ele. “Esta foi por minha conta.”
The Callisto Protocol é um dos grandes lançamentos desse ano, principalmente para os fãs de games survival horror que estavam carentes de jogos desse gênero à algum tempo, lembrando que The Callisto Protocol chega ao PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series S|X e PC em 2 de dezembro de 2022.
Fonte: Inverse
20 anos, paulista, Redator do Evilhazard, amante de jogos indies (em especial jogos de terror indies) e oldshool gamer!
