O EvilHazard, em Parceria com o Resident Evil Project, teve o privilégio de entrevistar Neil Newbon, dublador e motion capture de Nicholai e motion capture de Nemesis e Dario, personagens do novo Resident Evil 3!
The interview in English can be seen at the end of this publication, just below the Portuguese version. Thank you so much Neil for this opportunity and your kindness!
Newbon nasceu em Solihull, Inglaterra, e é filho do apresentador de esportes Gary Newbon. Seu irmão gêmeo Lawrence também trabalha na indústria de cinema e televisão como operador de câmera. Newbon já apareceu em vários filmes. Recentemente, ele interpretou o papel de voz do Capitão Zeppelin em Jackboots on Whitehall, estrelado por Ewan McGregor. Em 2006, ele estrelou o videoclipe de “You Got the Love” (Now Voyager Mix), de The Source e Candi Staton. No início de 2009, ele estrelou o videoclipe de “Kingdom of Rust” do grupo de rock indie Doves, de Manchester. Em 2012, Newbon se juntou ao elenco da novela Hollyoaks, interpretando o papel de Walker. Em 2018, ele trabalhou no jogo Detroit: Become Human como inventor do Android Elijah Kamski e Detective Gavin Reed, ambos como motion capture.
Confira abaixo outros trabalhos de Neil Newbon no universo dos games:
https://youtu.be/I7FZTtjvczk
O EvilHazard, em Parceria com o RE Project, teve o prazer de fazer uma entrevista com Neil Newbon, onde ele falou um pouco sobre como foi atuar como três personagens diferentes no mesmo jogo! Confira a seguir a entrevista em Português do Brasil. A transcrição e tradução desta entrevista contou com a colaboração do membro EvilHazard, Parceiro e amigo Avcf, do Loading Time.
The interview in English can be seen at the end of this publication, just below the Portuguese version.
1. Como foi o convite para entrar para a produção de Resident Evil 3? Foi uma grande surpresa quando você recebeu o convite?
Foi uma grande surpresa. Eu tive muita sorte em trabalhar com meu colaborador de longa data e “parceiro de crime”, Steve Kniebihly, um incrível diretor de atores, com quem já havia trabalhado em alguns projetos, e ele me convidou para fazer um teste em Los Angeles para o papel do Nicholai. Eu não sabia muito sobre o projeto até começar a ler o roteiro (risos), e realmente foi uma grata surpresa ser convidado para fazer o teste para esse papel. Como eu disse, Steve e eu já trabalhamos juntos algumas vezes, e também somos muito amigos, mas assim como as outras pessoas, eu também passei pelo teste. Então não havia muita certeza durante o processo, foi uma surpresa, foi a pura audácia de ir para Los Angeles algumas vezes para conseguir esse incrível papel. Foi assim que rolou, eu tive a sorte de receber a ligação me chamando para o projeto, o pessoal da Capcom foi ótimo comigo, e eventualmente após me encontrar com o elenco, eu voei para o Japão.
2. Você já conhecia a franquia Resident Evil antes do convite? Tinha noção do sucesso da franquia?
Eu já conhecia bem a franquia Resident Evil, inclusive Resident Evil 1, 2 e 3 foram alguns dos primeiros jogos que joguei, e sim, eu era um grande fã de Resident Evil, e dos filmes também, assim como muita gente. Eu já tinha noção que eram jogos importantíssimos, icônicos mesmo, um dos primeiros jogos modernos de terror, que redefiniram o gênero. Eu me lembro que jogava Dawn of the Dead do ZX Spectrum 48K, que era baseado no filme do George Romero. Para os “millenials” que não sabem o que é um Spectrum 48K, era um aparelho muito menos poderoso que o iPhone que a gente costumava usar pra jogar. Ele demorava uns 45 minutos pra carregar um jogo e as vezes dava pau no meio, e aí você tinha que decidir se gastaria todo esse tempo de novo. Era isso que o 48K significava pra gente (risos). Dawn of the Dead era um jogo muito assustador, e que me frustrava também, porque eu era muito ruim nele (risos). Resumindo, eu tinha bastante familiaridade com a franquia e eu curti muito na época.
3. Como Nicholai lhe foi descrito? Qual sua opinião sobre o personagem?
Me descreveram o Nicholai como alguém com uma motivação incrível. Eu não interpreto vilões, eu interpreto personagens que costumam ser morais ou imorais, e eu tento não levar para o lado de vilão, mesmo que essa possa ser a descrição do personagem. Como eu disse, Steve é um ótimo diretor, e todo o staff da Capcom ajudou bastante, eles realmente valorizam a contribuição que o ator pode dar. Nicholai, como em todos os personagens que eu interpretei, eu preciso encontrar uma razão para amá-lo, e eu acho ele tem um senso de sobrevivência incrível. A minha fala preferida dele, e que as pessoas mais pedem para repetir, é “onde está seu senso de auto-preservação?”(fala com sotaque russo). O que eu acho que realmente define o personagem para mim, é essa ideia de que ele vai sobreviver a qualquer custo, que ele é um verdadeiro sobrevivente, o que eu acho bastante admirável. Claro que ele faz coisas que não são legais para sobreviver (risos), então eu diria que ele é admirável em como ele é incrivelmente bom em se sair bem das situações – geralmente pelas razões erradas (risos). Eu realmente gosto dele, e as vezes eu incorporo hábitos, maneirismos, jeito de falar de pessoas que conheço na vida real, porque eu acho que as pessoas são uma fascinante fonte de inspiração, e realmente eu coloquei um pouco das pessoas que conheci em minha vida no Nicholai, assim como minha própria pegada em outros aspectos. Eu realmente amo o Nicholai, é um personagem fantástico e sou muito grato por poder interpretá-lo no jogo e também por ter sido chamado de volta para fazer o Mastermind em Resident Evil Resistance.
4. Você pode nos dizer qual foi seu maior desafio ao fazer o mo-cap de Nemesis em Resident Evil 3? Foi difícil interpretar e executar seus principais movimentos?
O grande desafio em fazer o mo-cap de Nemesis foi assegurar que tudo que eu fazia fosse bem específico, que nem me continha nem exagerava. Era uma linha muito tênue para criar um monstro tão ameaçador. Eu tive que entregar uma performance intensa, mas não podia exagerar a ponto de descaracterizar a natureza do personagem. Steve e eu trabalhamos muito cuidadosamente em conjunto com o time da Capcom para Nemesis ser um monstro ameaçador, para mostrar sua invulnerabilidade, sua completa indiferença à dor, e ao mesmo tempo mostrá-lo como uma criatura interessante, o que é um pouco mais difícil do que parece (risos). Então foi ótimo fazer um papel tão físico, em não poder me apoiar em falas e ainda assim ser capaz de demostrar seu propósito único. Nemesis é um personagem ultra determinado, então do meu ponto de vista foi desafiador, mas não de um jeito ruim, foi um bom desafio e eu gostei bastante. Eu espero ter cumprido a expectativa dos fãs.
5. Dario faz uma pequena participação no começo do jogo, falando com Jill e se escondendo em um container. Como Dario lhe foi descrito?
Dario foi interessante, pois ele não era meu personagem, mas obviamente eu ajudei na interpretação fazendo a parte física dele. Foi legal poder honrar as escolhas do ator buscando movimentos físicos para o personagem. Minha atuação deu corpo ao trabalho bem equilibrado de Rick Zieff (dublador de Dario), que curiosamente é um cara bem grandão para esse tipo de personagem. Foi um personagem bem divertido de fazer, ele também tem uma incrível capacidade de sobrevivência e certamente conseguiria escapar de um hipotético apocalipse zumbi. Claro que tem um motivo de cortar o coração sobre porquê ele não pode deixar a cidade e tem que ficar, o que creio que tenha uma ligação com RE2. Assim, basicamente me pediram para não representá-lo como um cara fraco, mas como um cara durão, mas também uma pessoa sensível, que geralmente era um bom amigo e sincero. Foi um personagem muito legal de fazer e eu sou muito grato a todos por poder fazer esse papel e por poder colocar um pouco das minhas idéias, ao menos do lado físico, em como é seu relacionamento com Jill, que obviamente se deve em grande parte aos escritores e a Steve. Agradeço também ao Rick, não apenas pela grande performance, mas por me permitir inserir uma pequena nuance em alguns detalhes, ao menos na parte física, durante o processo de incorporação do personagem. Muito obrigado.
6. Quais foram os momentos mais memoráveis que você viveu quando interpretou Nicholai, Nemesis e Dario em Resident Evil 3? Foi a primeira vez que interpretou personagens de videogame?
Essa não foi a minha primeira vez como personagem de videogame, eu trabalho há 10 anos com captura de performance e dublagem. Eu perdi a conta já, mas acho que já fiz mais de 80 jogos, tanto em captura de movimento e captura de performance e também em dublagem. Sou muito abençoado em viver tantos personagens incríveis e franquias memoráveis, como Resident Evil e Resident Evil 3. Sobre momentos memoráveis… eu adorei fazer o Nicholai, eu adorei atirar na cabeça do personagem de Todd Haberkorn, porque foi quando o Nicholai foi apresentado a vocês… foi um papel tão divertido. Os melhores momentos no set foram sempre com meus co-conspiradores, Steve Kniebihly, diretor incrível, Nicole Tompkins, simplesmente extraordinária como Jill, e com o sensacional e legal (e não cafona) Jeff Schine, que conseguiu de alguma maneira transformar as falas super ridículas do Carlos em cenas incrivelmente legais e tocantes.
Eu tive muitos momentos legais no set, de fato não tive um dia ruim, dias longos e difíceis, fisicamente falando, mas sempre positivos, nunca ruins. Eu sei que era exaustivo às vezes, mas nunca ruim, sempre positivo. Do dia que chegamos até o dia que fomos embora, tudo foi divertido, nos divertimos muito no set. Nos deixaram brincar com os personagens, o que criou momentos orgânicos, como por exemplo, quando de cara a Nicole deixou claro que explicar o que é um rádio para uma personagem feminina não é necessariamente uma grande ideia (risos). Nos permitir ter muitos momentos em que dissemos “e se for assim”, e o pessoal dizia “ok, parece ótimo!” Realmente tenho que agradecer o pessoal da Capcom, especialmente Steve Kniebihly, assim como o time de escritores, por nos permitir ter todos esses ótimos momentos, é difícil apontar apenas um ou dois. Foram tantos momentos legais, é difícil lembrar só de um ou outro. Eu curti muito fazer o Nemesis, eu realmente gostei da “fisicalidade” das transformações, eu levei meus extensores de braço para o Japão para os momentos em que ele sofre mutação. Teve tantas coisas que pude fazer antes das transformações para resumir aqui, mas eu pude brincar com o trabalho como a criatura, o que foi ótimo. Eu curti ser indestrutível, foi bem divertido também. Com Nicholai, eu curti seu casual desprezo frio pelo bem estar das outras pessoas, eu passei ótimos momentos fazendo ele. Então meus momentos favoritos foram na maioria trabalhando com o pessoal no set, em especial com “Bill” Hope (William Hope, ator de Mikhail Viktor), um cara fantástico e um ator fabuloso de se trabalhar. O tempo que passei com todos eles lá foi mágico.
7. Você poderia nos dizer quando o projeto Resident Evil 3 começou? Poderia nos dizer um pouco sobre sua interação com os outros envolvidos no projeto?
O meu envolvimento com o projeto começou por volta de julho de 2018 ou talvez um pouco antes, quando eu recebi a ligação para fazer o primeiro teste em Los Angeles. Eu passo muito tempo entre Los Angeles e Londres, vou bastante de um lugar para o outro, mas aconteceu literalmente de eu ter que pegar o avião de volta na semana seguinte para fazer o teste DE NOVO! (risos) Então meu começo foi em 2018, e então eu também fiz a dublagem depois para o “DDR”, assim como as filmagens e tive sorte de ser chamado de volta para trabalhar em Resistence, em que eu faço o personagem Mastermind, que foi anunciado recentemente, assim como a Nicole.
Quanto a interação com os outros atores, com algumas exceções, a maioria do elenco foi mandada para o Japão, e a razão de alguns terem ficado de fora é que não faz muito sentido ir até lá só pra gravar uma cena de meia hora. A maioria dos atores responsáveis pela dublagem estiveram presentes durante as filmagens, como Todd Haberkorn (que a partir desse trabalho virou um amigo meu por razões que não vou discorrer aqui [risos]), cujo personagem eu atiro na cabeça (apesar que a captura de movimento foi feita pelo Jeff Schine, então na verdade eu atirei na cabeça dele, o que foi engraçado), então pude estar com eles, olhar nos olhos, o que é ótimo. Então como a maioria dos dubladores puderam estar presentes durante as filmagens foi muito legal poder conhecê-los, se familiarizar com eles, ter olho no olho quando está trabalhando com eles, porque às vezes eles dublaram o personagem e você não. Assim, poder fazer um trabalho completo de voz e atuação é realmente um privilégio, pois você está preparado para trabalhar para um filme. Também foi ótimo trabalhar com Darren O’Hare, um ser humano tão cheio de alegria. Então foi fantástico poderem ter reunido um elenco tão incrível para trabalhar junto, com as pessoas que você sabia que fariam a performance completa, porque suas escolhas e decisões seriam afetadas pelas performances deles, então eu pude interpretar pra valer, diferente de quando você tem um processo meio desencontrado, com cada dublagem em separado, e às vezes não ficar sem as respostas dessa pessoa para o que você está dizendo, o que pode mudar tudo. Então foi muito legal.
8- O que você acha do resultado de sua performance como Nicholai? Você já teve a oportunidade de jogar Resident Evil 3?
Eu não joguei Resident Evil 3 ainda. Curiosamente, pois apesar desse terrível período de confinamento que atinge a todos, de estar fechado em casa (estou bem), eu ainda não tive a chance de jogar RE3. Eu ainda vou resolver isso, mas estranhamente, eu tenho estado incrivelmente ocupado, mesmo confinado em casa e respeitando o distanciamento social. Eu ainda estou muito ocupado, o que é ótimo e sou grato por isso. Mas creio que o resultado da performance fica à julgamento do público. Eu me diverti muito enquanto fazia o trabalho, mas não pensava muito em como ficaria o resultado, eu acho. Eu sou apenas uma engrenagem de uma grande máquina, pois tem várias outras pessoas que trabalham no jogo, tem a visão dos diretor das cutscenes, tem as outras performances, a visão dos diretores do jogo sobre a totalidade do projeto… É legal ouvir o feedback dos fãs, se eles gostaram ou se especificamente odiaram de uma forma positiva meu trabalho, o que é ótimo. Eu realmente não procuro ver muito como ficou minha performance porque eu tive aquele momento, aquele momento no estúdio, trabalhando com meus amigos e vivendo um momento realmente interessante na verdade ficcional que rola ali e tal. Então sobre como ficou o Nicholai, eu fiquei já feliz em poder interpretá-lo (risos). Então o resultado eu deixo à cargo dos fãs, é legal ouvir suas impressões.
9- O que você acha do resultado de sua performance como Nemesis, sabendo que ele é um dos personagens mais icônicos de todo o universo dos videogames?
Sobre o resultado do Nemesis, eu acho que ficou ficou legal também, pelas mesmas razões, é ótimo ouvir as impressões dos fãs. Fico contente em ter feito um trabalho bom o suficiente para aterrorizar as pessoas, que é a razão desse trabalho no fim das contas. Eu durmo tranquilo sabendo que deixei as pessoas cagando de medo, isso me conforta por algum motivo em particular (risos). Desse ponto de vista, eu estou muito contente com o Nemesis (risos), ele realmente é um dos personagens mais icônicos, eu realmente creio nisso. Foi uma honra que Steve e o pessoal da Capcom tenham me considerado bom o suficiente para fazer esse papel em primeiro lugar, sou muito grato a eles. Muito obrigado.
10- Você pode nos contar sobre o processo de dublagem de Nicholai e Dario? Tem alguma coisa da personagem de Nicholai ou da de Dario que você se identifica? Qual seria o maior valor deles?
O processo de dublagem, como eu expliquei, nós filmamos ao vivo no estúdio, e nós usamos esse dialogo se o áudio ficar bom o suficiente. Às vezes, temos que fazer o “ADR” (dublagem) para que o diálogo case com nossa performance e fique com a qualidade de áudio esperada para o projeto. Então pode ser um pouco esquisto ter que revisitar o personagem, às vezes até seis meses depois, e tentar retomar do ponto onde parou em uma cena ou em um lugar, às vezes é meio difícil. É um tanto exaustivo, às vezes funciona e é ótimo, mas às vezes também é um desafio voltar àquele ponto, pois pode estar cansado de tudo que fez, uma série de coisas podem afetar sua performance durante as filmagens, se você estiver fazendo a performance completa. Se não, basta regravar na cabine de dublagem. Quanto ao Dario, eu não o dublei, eu só fiz o trabalho de captura, foi o Rick Zeiff quem fez a voz. Então eu ouvi a dublagem dele e adicionei umas nuances à performance física, e espero ter feito justiça ao personagem assim como Rick fez.
Quanto à personalidade do Nicholai… ele definitivamente é um sobrevivente, eu realmente me via nele de uma certa forma, que eu sou durão e posso bem sobreviver a qualquer coisa, e acho essa uma qualidade realmente admirável em um ser humano. Claro que Nicholai resolve as coisas de uma forma muito diferente da minha (risos), mas gosto do fato que ele se diverte, eu me diverti muito com esse personagem, não diria que foi positivo, seria incorreto, mas tive muita diversão fazendo esse personagem. Ele realmente estava curtindo a experiência, e acho que eu também, é bem intenso no set, assim como em muitos aspectos da minha vida, eu acho. Então, eu realmente gosto dessa parte dele, acho que faz parte das minhas características também….exceto o lado assassino, eu acho (risos). A maior virtude de Nicholai com certeza é sua motivação e seu foco, ele realmente é muito focado naquilo que quer, e ele se conhece muito bem, o que acho admirável em qualquer ser humano. Obviamente suas ações são muito diferentes de suas virtudes, mas eu gosto desse lado dele, ele é obstinado e eu respeito isso nele.
11- Você se considera um gamer? Joga frequentemente, mais como hobby, ou prefere outras atividades no seu tempo livre?
Sou totalmente um gamer. Eu era totalmente nerd há muito tempo… de fato, bem antes dos atuais “millenials” terem nascido! (risos). Então sim, sou um gamer, cara! Passei muitos anos felizes jogando videogames, mas sempre equilibrando isso com uma vida real fisicamente muito ativa, acho que isso é muito importante para quem se considera realmente gamer, é muito importante equilibrar as duas coisas para apreciar verdadeiramente os games, encontrar o equilíbrio entre ambos é muito importante. Eu não tenho jogado muito porque tenho uma vida muito ocupada (e sou muito grato por isso), tanto como ator e agora como consultor para games, trabalhando como diretor de performance e também treino pessoas para a captura de performance, o que é incrível, e também viajo muito. É sensacional que eu possa trabalhar internacionalmente, nos Estados Unidos, no Japão, na Europa e Reino Unido, eu viajo muito e eu realmente aprecio esse lado da vida, de poder conhecer outras pessoas, outras culturas, outras nacionalidades, diferenças culturais… eu não acredito em raças, só existe uma raça no planeta, a raça humana. Há diferenças étnicas, há negros, brancos, asiáticos, etc; todo tipo de maravilhosas combinações étnicas e todo tipo de culturas… essa é uma coisa tão incrível e bela desse planeta, de ter tantas pessoas diferentes, todos humanos, mas com experiências distintas, com uma variedade de cores… é maravilhoso. Eu acho que esse é um aspecto incrivelmente positivo da minha vida, em poder ter contato com tudo isso, mas isso significa que não tenho tempo pra jogar! (risos) Eu amo videogames, eu ainda quero arrumar tempo para jogar Red Dead Redemption 2 e Resident Evil 3, mas minha vida de gamer é totalmente secundária em relação a minha vida real, que é muito mais ocupada que a de gamer ultimamente.
Eu pratico bastante ioga, não sou de falar da minha vida privada, eu tenho uma família e tenho muito orgulho dela, mas essa é uma questão mais íntima. Mas eu posso dizer que pratico bastante ioga e artes marciais.
12- Tem algum outro personagem em Resident Evil que você admire? Quais foram as principais referências artísticas que você se baseou quando compôs Nicholai e Nemesis em Resident Evil 3?
Eu realmente acho Jill Valentine incrível, eu a admiro como personagem. Eu acho que a Jill arrebenta, e eu acho que na representação dela em RE3 feita pela maravilhosa Nicole Tompkins ela é uma mulher muito, muito legal. Eu acho ótimo a normalização de personagens principais pelo o que eles são ao invés de fazer um tipo de exceção, é bom que estejamos começando a ver uma representação mais equilibrada de gêneros, sexualidade, eu acho isso muito legal mesmo. É isso aí, a Jill uma personagem durona que eu admiro… a Nicole Tompkins virou minha irmã, é como se ela, Jeff e Steve fossem da minha família. É muito legal ver esses verdadeiros seres humanos levar o melhor deles à esses personagens.
Meu trabalho como Nicholai e Nemesis, e as principais referências artísticas… Em Nemesis, eu me baseei em animais e um ser humano mais baixo que eu conheço, não vou falar sobre isso agora (risos). Quanto ao Nicholai, eu me baseei em uma pessoa da vida real que eu conheci há muito tempo e que faz tempo que não vejo, e outros aspectos de outras pessoas que eu conheci em minha vida. Eu tento fazer uma colagem de seus diferentes hábitos, movimentos, ritmos, falas e ações para criar uma pessoa baseada em gente que eu conheci, porque eu acho que os seres humanos são a grande fonte de inspiração que temos. Sobre referências artísticas… eu uso bastante trabalho animal, sou um especialista em criaturas, um especialista em movimentação de certa forma, então eu costumo incorporar essa movimentação. Meus professores, Giles Foreman, ele é do Giles Foreman Centre For Acting, presente em Los Angeles, Londres e Paris, ele é um professor incrível, e entre outras pessoas, me ajudou muito em meus estudos de movimentação. Sou muito grato a todos os meus professores, que me ajudaram a desbloquear diferentes ferramentas para usar no trabalho de composição de personagem. Sempre tenho referências, alguma coisa no fundo da minha mente, eu uso uma lista de músicas para cada personagem, eu faço uma lista musical para criar um ritmo para cada pessoa. Essa parte é privada, eu não compartilho o que vai para cada personagem, mas eu uso essas ferramentas para me ajudar a me dar uma ideia do que essa pessoa é por dentro, então sim, eu uso várias coisas como referência, mas a maior parte é o meu trabalho.
13- Você gostaria de ser convidado novamente para trabalhar na franquia Resident Evil, seja em um futuro jogo ou na produção de um filme?
Eu adoraria trabalhar novamente na franquia Resident Evil. Adoraria trabalhar em um filme, série de TV, jogo, qualquer coisa. Seria demais, cara. Eu tive um puta momento trabalhando em RE3, eu amo o universo, é muito legal. Apocalipse zumbi é tão interessante, sou um grande fã de Walking Dead, por exemplo. Eu não enjoo nunca, continuo curtindo apocalipse zumbi, filmes de zumbi são demais, são muito legais. Te diria que toparia voltar. Eu não tenho ideia de como apresentaria essa pedido desesperado… eu adoraria estar em um novo filme ou jogo! Passe essa mensagem se você tiver um contato (risos).
14- O que você conhece da cultura brasileira? Você gostaria de deixar uma mensagem para todos os fãs brasileiros de Resident Evil?
Eu conheço bastante da cultura brasileira, eu conheci pessoas do Brasil, claro, em minhas viagens, em Londres e em Los Angeles. Do que eu sei, são as pessoas mais belas do planeta, o que é perturbador de várias maneiras (risos). Vocês têm o povo com o melhor visual do planeta, e tem um ritmo no Brasil como em nenhum outro lugar do planeta. Então eu acho que, o Brasil, ou ao menos a comunidade de RE3, eu estou ansioso em conhecer mais vocês. Eu adoraria visitar seu país um dia e sim, já ouvi falar muito sobre. Sou muito fascinado pela cultura brasileira, mas eu não conheço o suficiente sobre a realidade, a real cultura, como devia, então estou ansioso para um dia finalmente conhecer o Brasil e experimentar in loco, que é o que adoro fazer nos lugares que visito. Então muito obrigado, e eu vejo vocês por aí. Até!
The interview in English can be seen just below this picture:
1. How was the invitation to get in the production of Resident Evil 3? Was it a big surprise for you to receive the call?
It was a big surprise. I was very lucky to work with my longtime collaborator and crime partner Steve Kniebihly, who’s an amazing ator’s director, he an I have worked before on a few projects, and he invited me to audition in Los Angeles for the role of Nicolai. I didn’t know much about the project until I know the project through the second reading, and it was a really wonderful surprise to be invited to audition for the role. As I said, Steven and I have worked quite a few times and we are close friends, but like most people, I also have to audition. So, there’s nothing certain about it, it was surprising, but it was the sheer audacity right I need to get to Los Angeles now (laughs). I have to get there a couple of days time to get this amazing role. That’s sorta happened, I was lucky to get callback, and the Capcom team who were amazing in sendoff me, and eventually after metting the rest of the cast I was flying to Japan.
2. Were you familiar to the Resident Evil franchise before the invitation? Were you aware of the success of the franchise?
I was very familiar with the Resident Evil franchise, it was one of the first games I played, I was resident Evil 1,2 and 3, in fact, and yeah, I was huge fan of Resident Evil, and the movies as well, as a lot of people are. I knew there were huge games, iconics really, one of the first true modern horror games and kinda redefined the horror genre of games. I sorta remember playing Spectrum 48k games, it was Dawn of the Dead game which is based on the original George Romero movie, which was a 48k Spectrum game. For those millenials that don’t know what for you ok is that’s literally less powerful my phone by some margin, and that’s what we used to play games. He’s took 45 minutes to load up and sometimes it crashed halfway through, and then he had to make me emotional decision as to whether or not spend another 45 minutes loading at game up again.So tha’s what 48K meaned to us (laughs). This is a truly terrifying game and I really was frustrated like hell, because I was so bad at it, but I really enjoyed it. So I was really familiar with the franchise and I was so blasted apart by it.
3. How Nikolai was described to you? And what is your opinion about the character?
Nikolai was described to me as someone with an incredible motivation. I don’t play villians, I play characters that are often an immoral or moral, and a try never to play into the villain role, if they are described being villians. Like I said, Steve is an amazing director and the writing team and the whole Capcom, they are really supportive and they really value input. Nikolai like all the characters I play, I have to love, I have to find a reason to love him, and I think he is an amazing survivalist. I think his line I like the most which people are asking me now is probably the “where is your sense of self-preservation”(russian acent). I think that really summed up the character to me, that idea that he will survive at any cost, he’s a true survivor which I find quite admirable. Obviously he does things which are not cool to survive, but I would definitely say that he somebody that is admirable in terms of how incredibly good he is in pulling through things, usually for the wrong reasons (laughs)(let’s get this aside). I really like him, I tend to incorporate sometimes people people that I know, all mannerisms, all habits, or speech, their motivations, things about that I’ve met in real life because I think human beings are a fascinating source of inspiration and there’s definitely a few people I’ve met on my journey so far that are in Nikolai as well as my own take in other aspects. So I really love Nikolai, I think he is fantastic charactor, and I’m so grateful to play him in the game and also to be asked back to do the Mastermind for Resistance.
4. Can you tell us what was your biggest challenge as Nemesis mo-cap on Resident Evil 3? It was hard to play and execute his main movements?
Biggest challenge in Nemesis in Resident Evil 3 for the mocap… was really making sure that everything I did was very specific, but not doing too much not doing too little. It was very fine line to create this very menacing juggernaut. Was tooking a very intense and purpose field performance whilst also not doing so much that you detract from the nature of the character. Steve and I worked very carefully together with the Capcom team (and I love pin to it as well) in how to make him menacing and (show) the invulnerable quality that he has and his complete disregard for pain, whilst making him an interesting and compelling creature, which is actually little harder than you might think (laughs) So it was great to play such a physical role and not be able to rely on any dialogue at all, but still be able to push through a hope intent of his soul single purpose. He’s very interesting and a ultra driven character, so in my point of view, it was challenging but not a bad way was a very good challenge and I really enjoyed. I hopefully meeting that and that will be up to the fans.
5. Dario makes a little appearance on the beginning of the game, talking with Jill and hiding in a conteiner. How Dario was described to you?
Dario was interesting, because Dario was not my character, but obviously I helped play the character by giving him physicality. It was nice to be able to honour the actor’s choices by finding the physical movements for the character. It’s a testament to Rick Zieff’s performance that led the character really well rounded, very interesting, he’s a big guy, he’s very heavy set for such kind of low centre of gravity, is really fun to play, but also knowing that he’s incredibly capable and a real survivalist and somebody that during the apocalypse is one of those people just gonna pull through it. Obviously there’s also heartbreaking aspect of the motivation of why can’t leave and why he has to stay, which I believe are in link to RE2. So basically I was described to not make him weak, like to make him a tough guy, but also a sensitive person as well, that was generally a good friend and heartfelt. He was a really nice character to embody and I really thank everybody for allowing me to play that role and add in a little bit of my own ideas about, in physical way, in how his relationship with Jill is, which was largely obviously the writing team and also Steve, and also Rick’s great performance on him as well, and also to allow a tiny bit of nuance in some details, in the physical performance at least, to embody that character alongside Rick. So thank you.
6. What were the most memorable moments that you lived when playing your role in Resident Evil 3 as Nicholai, Nemesis and Dario? Was it your first time as a video game character?
This is not my first time as a video game character. I’ve been working in performance capture and voice work now for 10 years. I kinda of lost the count, I think I hit 80 or + titles, maybe more, both on in motion capture and performance capture, and also in voice work. I’m very blessed to play so many incredible characters now, on working such amazing franchises such as Resident Evil and Resident Evil 3 Remake. Memorable moments… I really enjoyed playing Nicholai, I loved shooting Todd Haberkorn’s character in the head (laughs), because it was like the first time you get introduced to my character, it just was a really fun role to play. The best moments on set were always with my fellow co-conspirators, Steve Kniebihly, amazing director, Nicole Tompkins, who is just extraordinary as Jill, and wonderful, not cheesy but very cool, Jeff Schine, who somehow manages to turn these RIDICULOUS lines into incredibly cool and fond like moments. So I had lots of moments on set, in fact anything wasn’t a bad day, long days, hard days for sure, and terms of physical work and I know it can be quite knackering sometimes, but not never bad, always positive, from the time we would go from the hotel to journey in, in a bus across Tokyo, to when we left the bus home and then going for dinner afterwards, it was just fun. We just had so much fun on set. And allowing us to play with the characters, alowing organic moments, specially Nicole Tompkings, you know, quite rightly pointed out certain tropes in terms of explaining a Radio to a female character is, you know, not necessarily a great idea (laughs). Yeah, alowing us to have these moments, to say “what if we did this?” and people going “yeah, that sounds great”. We have Capcom team to thank, specially Steve Kniebihly as well, as well all the writers to allow us to play all these fine moments. I had so many moments, so it’s very difficult to pin down just one or two. I really enjoyed Nemesis, enjoyed the physicality of changing, I brought in my arm extensions all way to Japan to play around when he mutates. There’s only so much I can do before mutates fully to put on this, but I would definitely some things in there. I got to play around with a creature work which is very cool. I quite like to being instructable, it was kind of fun too. And with Nicholai, I just like his casual cold disregard for other people’s well-being, having a great time doing, it was a really nice character to play. My favourite moments were really just in the volume, playing, and Bill Hope, who is just a delicious human being and a wonderful actor to work with. The time I spent with all of them was just magical.
7. Could you tell us when Resident Evil 3 project started? Could you tell us a little about your interaction with the other voice actors on the project?
When the project started… When I was envolved…which I think it was in july 2018, maybe slightly earlier, when I got the call to came out to Los Angeles to do an audition and the recall. I spend a lot of time in London and LA, so I go back and forth quite a lot, but it was actually I need to get on the plane next week and get here to do the additions AGAIN! So, my introduction was in 2018 and then we also did the voice-over for “DDR”, after, the characters as well as shooting the volume and then I also is very lucky to be asked to come back to Resident Evil Resistence and play the Mastermind, which just has been announced, as well as Nicole.
My interaction with other voice actors in project… Well, everybody apart from a couple of people were flown over to Japan, the reason that a couple of people weren’t flown over to Japan was simply because it just wasn’t really much point having them there for half an hour to do a scene. It wasn’t really faire on them to do that. So there was some people like interestingly enough Todd Hoebekrn, who’s become friends since this gig, for completely other reasons(which I’m not going get into), you know, I shot him in the head, except Jeff was doing the performance capture for that role, so I shoot Jeff in the head, which is nice (laughs) But like most people that were voice acting were present during the shoots, and it is really nice to be able to get to know them, get to read them, see them eye to eye when I’m working with them, because sometimes he’s voice acting and you don’t. So, to do a full performance capture with voice and everything is a real gift, because then you get ready to work like you in a theatre actually…or film. And working also with Darren O’Hare, who’s just so much joy to be found in one human being, he was great to work with as well. So, the whole cast, was really really amazing to get ensemble a cast like that, and to work from the from the get-go with the people we knew we gonna do the full performance, because your choices and decisions is always going to be affected by their performances as well. So you get to actually experience that for real, as opposed to a slightly discombobulated way when you’re separating out each voice acting and may not even have the responses of that person to what you’re saying. Which kind change things, and so is very cool.
8. What did you think of the final result of your performance as Nikolai? Have you ever had the opportunity to play Resident Evil 3?
I haven’t played RE3 yet. Weirdly, even though this horrible, awful pandemic is happening to everybody, I’m in lockdown, I’m being good. I actually haven’t had the chance to play re3. I’m really looking forward to it, but weirdly I have been phenomenaly busy even at home trying to be good at self-isolating and observing social distancing. I’m still very busy which is wonderful and very grateful for that. I guess the final result for the character is up to the audience. I mean, I really enjoyed doing the work when we do the work. I don’t give a huge mind of thought, I guess. What happens to the character after… I’m a cog in a very big machine as so many people that make the game, and the director’s vision of the cutscenes, and performances and the game’s directors, their visions of the totality of the project… It’s nice to hear the feedback from fans, they like it or specifically hate my character in a good way, which is great. I guess I don’t really actively seek to see too much for my performance because I had that moment, that moment was back in the volume playing with my friends and having a really interesting time in the fictional truth and all that kind of stuff. So I guess the final result of Nicholai, I’m already happy with Nicholai, because I got to play him (laughs). So the final result is up to the fans and you know it’s nice to have their reactions.
9. What did you think of the final result of your performance as Nemesis, knowing that he is one of the most iconic characters of all video game franchises?
The final result for Nemesis I think it’s also nice. I mean, the same reasons really, it’s great to hear the fans reactions. I’m glad I did a good enough job for people to get terrified. I think that’s the bottom line. I can sleep peacefully and soundly at night knowing that I scared the living shiting out of people, that kinda brings me solace for some particular reason (laughs). I guess from that point of view, yeah, I’m pretty happy with Nemesis (laughs). He is also one of the most iconic characters. I truly believe that, so it’s an honour that Steven and the Capcom team thought me as worth enough, good enough to do the role in the first place, so I’m hugely grateful to them. Thank you very much.
10. Could you tell us about the dubbing process of the characters Nicholai and Dario? Is there anything in Nicholai’s personality, or Dario’s, that you identify with yourself? What would be their greatest virtue?
The dubbing process, as I explained, we shoot live in the volume, sometimes we use the actual dialogue if it is good enough, if the quality is good enough there and then. Sometimes you have to then to put a EDR to match your own performance if the quality of the audio you isn’t good enough to translate into the final project. So, it can be a little bit strange, kind of revisiting a character sometimes up to six months later. In trying to find where you were in that scene and trying to get back to that place. It is kind of difficult sometimes. There’s a knack to it and sometimes you get second bite at the cherry, and it’s great, sometimes it’s a real challenge to get back to that place, that is, bored from so many things in the day that you’ve done, like, you know how your day actually was, outside of the shoe can affect how you are in the shoe, in the volume, and the rest of the playtime you have your fellow actors and stuff. So sometimes it can actually be very challenging to get back to that place, if you’re doing full performance, if you’re not, then obviously you doing live for the first time in the booth. As for Dario, I didn’t voice it, I just did the performance capture, Rick Zieff did the voice and I heard his performance and also took a little bit of flavour in terms of the physicality with the character and I hope I did justice as Rick did.
Nicholai’s personality…he’s definitely a survivor, I definitely view myself in a way, that I’m tough and I can pretty much survive anything, and I think that’s really admirable quality in a human being, obviously what Nicholai does and what I do in my personal life are pretty quite wildly different(laughs). But I like the fact that he has fun, I’ve find a lot of fun actually, I wouldn’t say positivity, that’s incorrect, but there is a lot of fun to be had his character. He was definitely enjoying the experience, which I was also, I kinda thought, it’s pretty bouncy on set, pretty bouncing in many aspects of my life, I guess, so I like that of him, I think that’s definitely a part of my characteristics as well (laughs), maybe not the murderer side so much. Greatest virtue of Nicholai would definitely be his motivation and focus. I think he’s got great focus on what he wants, he also knows himself very well, that’s definitely admirable for any human being. His actions are different, obviously, from his virtues, but yeah, I like that about him, he’s tenacious, and I think I can respect that.
11. Do you consider yourself a gamer? Do you play often, as a hobby, or prefer other activities in your free time?
I’m totally a gamer, I was a geek a long time ago, before even millennial generation was born, in fact. So yeah, I’m totally gamer, man! I’ve spent many years, many happy years playing games. I’m also balancing that with a very active physical real world life, and I think that’s very important for anybody that considers himself a gamer, you must get to balance both to truly appreciate games, you also have to live in the real world and you have to find the balance between the two, I think, it’s important. I don’t play that much because I have a very busy life, very grateful to be very busy actor and now consultant in games, I’m doing directing performance now in games, which is amazing, I also train people in performance capture and I travel a lot, I’m very blessed to be working internationally, in America, Japan, Europe and UK, and I travel around a lot and I really love that aspect of life, to be able to see some diferent people, meet some different people, nationalities, and differences in cultures. I don’t believe in races, there’s only one race on the planet, is human. There are ethnic differences, black, white, asian, and everything, all kinds of wonderful combinations of ethinicities, and there’s different cultures, and that’s such an incredible and beautiful thing on this planet, to have so many different people, all human, from completely different backgrounds, looking a multitude of colors, it’s wonderful. And I think that aspect is a really positive thing in my life, to be able to do this, but it means I don’t play games very much (laughs). I love games. I haven’t got to RE3 yet, but I would love to play it soon, that really is secondary to my real life. My real life is way busier than my gaming life these days.
My activities… I do a lot yoga, I guess. I don’t really talk about my private life very much, because is sorta of private. I have a family and I’m very proud of them, and also very private about that stuff. So I’m quite public about yoga and martial arts, so let’s just say that I do lot that.
12. Is there any other character in Resident Evil that you admire? What were your main artistic references when composing your work as Nicholai and Nemesis in Resident Evil 3?
I really think Jill Valentine is awesome, I admire her as a character. I think Jill is kick-ass and I think certainly the RE3 Remake rendition by the wonderful Nicole Tompkins is very cool, a very, very cool woman. And I think the normalisation of characters of the lead being this and the other, it’s just that’s who they are, as oposing to making an exception in away, is good that we are starting to see much more, even balanced representation of genders, sexuality, and I think that’s a really cool thing. So yeah, Jill is a kick-ass character that I admire, and I definitely…Nicole Tompkins is now my sister, I fell that she, Jeff and Steve are now my family. It’s really cool to see these real human beings they bring the best quality themselves into the characters, so yeah.
My work for Nicholai and Nemesis and the main artistic references… On Nemesis, I based on animals and I also based on a smaller human being that I’m very familiar with, which I’m not talking about (laughs). Some of their motivations for the game into… it was interesting. On Nicholai, I definitely based on a real person actually, a real person that I’ve known for a long time, haven’t seen for a long time, but I know the person, and other aspects of other people I have met on my journey and I tend to try and make a collage of different habits and movements and rhythms and speech and actions, to create a person based on people have met because I think the human beings ultimately the greatest source of inspiration we have. Other human beings, I should say, so yeah, he’s definitely very familiar to me and artistic references… I guess I use animal work quite a lot. I’m a creature specialist, a moving specialist in a way, so I tend to incorporate movement. My teachers, Giles Foreman, he’s from the Giles Foreman centre for acting which is in LA, London, Paris as well now, and he’s an incredible teacher, he helped me a lot of my studies through movement based amongst other people. I’m very grateful to all my teachers that have helped me unlock different toolsets to be able to use and bring the character work, artistic studies. There’s always references, always things that I have in the back of my mind, I use a music list for each character, I make a music list to create a rhythm in a heartbeat for each person. That’s private, so I don’t share these common things in terms of what’s in them, but I use those things to try and give me an idea of a sense of this person from the inside out, so yeah, there’s lots of things I can reference but most of it it’s really just my work.
13. Would you like to be invited to work again in the Resident Evil franchise, in a future game or even in a film production or streaming service production?
I would love to work for the Resident Evil franchise again. I would love to work in the film or TV series or a game or whatever, I would be fucking great, man, I had a great time. I love the universe. It’s really cool, zombie apocalypse is just so interesting, I’m a huge fan of Walking Dead, for instance. It never got tired for me, I still like zombie apocalypse, zombie movies are the bomb, they are really cool. I would tell ya I’m up for it. I have no idea how I should pitch this desperate plea … I would love to be in a new film or game! If you know anybody to pass along please do it (laughs).
14. What do you know about Brazilian culture? Would you like to leave a message for all Brazilian Resident Evil fans?
I know a huge amount of brazilian culture, I’ve met people of Brazil obviusly, in my travels, in London and in LA…For what I know about it, the most gorgeous people on the planet, which is just upsetting in several ways (laughs).You have the best looking people on the planet, and there’s a rhythm in Brazil which is unlike anywhere on the planet. So I guess from me, the whole of Brazil, or at least the RE3 community, really I’m looking forward to meeting more of you. I would love to visit your country at some point and yeah, I’ve heard a lot about it. So I’m very fascinated on Brazilian culture, but I don’t know enough about the reality, the real culture and as I should do, so looking forward to finally getting in Brazil at some point and experiencing it first-hand which is what I love doing. So thanks for your time, OBRIGADO and yeah, I see you around! Peace!
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Fundador e Administrador do EvilHazard, mineiro, de BH e da Independência, advogado, oldschool gamer, uma criança Wesker e fanático por Resident Evil.