A série Resident Evil: Infinite Darkness (No Escuro Absoluto, na versão brasileira) está vindo aí e com ele muitas especulações sobre sua história e como ela se encaixará no restante do lore de Resident Evil. Trazendo Leon S. Kennedy e Claire Redfield ao lado de alguns novos personagens, a série nos promete um pouco mais (ou assim esperamos) dos bastidores do governo dos Estados Unidos sob a gestão de ninguém menos que o Presidente Graham, o pai de Ashley.
Mas afinal, o que vamos ver em Infinite Darkness? Enquanto a série não chega, vamos brincar de especular?
Tretas no Governo
Infinite Darkness parece trazer um insight mais profundo nas intrigas internas do governo dos Estados Unidos, algo que não vemos desde Resident Evil 6 com o assassinato do Presidente Adam Benford e da revelação da atuação secreta de Derek Simmons e d’A Família. Seria muito interessante, inclusive, se Infinite Darkness explorasse um pouco mais disso. Gostaria muito de ver Adam Benford antes da presidência e sua relação com Leon.
E por falar em Presidência, é certo que o pai da Ashley está passando por questões bastante delicadas. O período de seu governo é bem o momento em que o terrorismo global – e consequentemente o bioterrorismo – está emergindo com força. E tudo isso tendo que lidar com as consequências deixadas por seu antecessor – o presidente que aprovou a explosão de Raccoon City. Não parece ser à toa que Graham escolheu um ex-militar linha-dura para ser seu Secretário da Defesa, o Wilson que também teve um papel importante na operação no Penamstan do flashback de Jason. Mas será que foi a melhor escolha?
Wilson aparentemente quer um orçamento militar bastante generoso, o que não é surpresa vindo do Secretário da Defesa de um país cuja hegemonia foi construída justamente em torno de seu poder militar (tanto em Resident Evil quanto na vida real). Mas será que esta verba está sendo usada com boas intenções? Esta parece ser justamente a questão que Claire está investigando.
Também é válido lembrar que veremos um pouco de antes do fim definitivo da Umbrella, já que a cena inicial no Penamstan que nos foi revelada se passa em outubro de 2000. Será que haverá alguma referência a isso?
A chave da conspiração
Tudo em torno dos acontecimentos envolvendo Leon parece ter mais clareza, pois estamos no ambiente de trabalho dele (e ele é o queridinho do marketing). Já Claire está realizando uma investigação sobre a qual nós não ainda não sabemos muita coisa, apenas que algo de muito errado ocorreu no Penamstan e que, ao que parece, tem dedinho de gente do governo americano nisso.
Tenho a sensação de que quem terá um papel importante para desvendar a conspiração junto de Claire é Shen May. Gostaria muito de ver as duas unindo suas habilidades, Claire com sua experiência de campo e Shen May com seus conhecimentos de ciência da computação. Será um grande desperdício se esse potencial não for aproveitado.
Falando em Shen May, quando ela apareceu pela primeira vez, pensou-se a princípio que seria Ada Wong em algum disfarce, mas logo ficou bastante claro que era uma nova personagem. Porém, estou só vendo o Leon olhar pra a agente e só por ela ser de origem asiática ele soltar um “Você me lembra alguém do meu passado”…
A escuridão e o medo
Infinite Darkness ou No Escuro Absoluto são nomes que, ao carregar a temática da escuridão, remetem a um dos medos mais primordiais do ser humano ao longo da história. A escuridão representa o desconhecido e aquilo sobre o qual não se tem controle, e considero possível que o teor da série girará em torno justamente do medo, por várias de razões presentes nos trailers:
1) os traumas que os personagens compartilham, como vemos na conversa de Leon e Jason; 2) o medo coletivo do bioterrorismo que leva as pessoas a buscarem por medidas drásticas, que foi a discussão em voga durante o período de governo do Presidente Graham, no qual o bioterrorismo ganhou força; 3) O Tyrant que ameaça dizendo “Eu vou mostrar o que é medo”, que evoca o medo mais primitivo pela sobrevivência e que é a causa dos dois primeiros tipos de medo citados.
Desta forma, No Escuro Absoluto acaba sendo uma metáfora para o medo do desconhecido e também para a escuridão das pessoas, seja pelos traumas passados ou pelas sombras das decisões perigosas de pessoas com muito poder.
Uma conexão com Resident Evil 7 e Village?
Resident Evil Degeneração e Condenação funcionaram como prólogos ou estavam conectados de alguma forma com os jogos numerados que sairiam em seguida, respectivamente RE5 e RE6. O Vendetta não tem muita relação com RE7, mas No Escuro Absoluto definitivamente tem potencial para ter uma conexão com Resident Evil Village ou até mesmo fazer a conexão que faltou com RE7, e tenho um palpite a respeito.
Infinite Darkness se passará em 2006. Os fãs muito esperam que a série aborde acontecimentos próximos a este período, sendo citada especialmente a suposta morte de Jill Valentine na residência de Ozwell E. Spencer nesse mesmo ano. Embora eu ache improvável que isso vá acontecer (e espero estar errada), há um evento em 2007 que poderia muito bem ser abordado: a refundação da Umbrella.
Em Resident Evil 7, ficamos sabendo que surgiu uma “Umbrella Azul”, uma organização paramilitar cujo objetivo seria ser o contrário da Umbrella original e combater seu legado de bioarmas no mundo. Ela inclusive estaria, nos tempos mais recentes, trabalhando junto da BSAA, algo que deixou Chris Redfield nitidamente muito incomodado.
Segundo a Wikia de Resident Evil em inglês, a Umbrella Azul teria sido fundada com autorização do governo americano e com pessoas em quem o governo confiava. Juntando as peças, poderíamos esperar, então, que No Escuro Absoluto pode mostrar um pouco de como foi esse processo ou talvez seus possíveis bastidores sombrios. Parece bom demais para ser verdade, mas não custa sonhar, não é mesmo?
O que será que nos aguarda?
Natural de Curitiba. Historiadora e amante incorrigível de Resident Evil. Escritora no blog Arklay’s Library e na coluna Evil Library no EvilHazard.
