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EvilSpecial – Você conhece todas as versões “beta” de Resident Evil?

O processo de criação de um game é árduo. Durante meses ou anos, os desenvolvedores das grandes produtoras dedicam todo o tempo que possuem para oferecer ao jogador de qualquer parte do mundo a experiência mais favorável possível naquele jogo em específico. Sem dúvida é uma responsabilidade muito grande e o esforço é extremo, mas muitas vezes todo este trabalho não surte o efeito desejado, o que obriga os responsáveis pelo jogo a recomeçarem todo o processo de confecção do game, ou a modificarem uma porção de elementos na obra já existente, para que o resultado final seja satisfatório. Algumas vezes, estes projetos inacabados acabam servindo de base para o surgimento de outro jogo, mas muitas vezes o destino destes “fetos” é mesmo o limbo, ou seja, ninguém toma conhecimento deles.

Uma das maiores franquias do mundo dos games também possui suas versões inacabadas, que acabaram sendo divulgadas pela internet, sendo acessíveis a qualquer gamer que vasculhar a rede com atenção. Porém, amigo leitor, você que acompanha o EvilHazard não precisará mais perder horas procurando na web as preciosidades perdidas desta franquia. A partir de agora, você vai conhecer as principais “versões beta” da série Resident Evil!

Observação: não iremos nos ater a versões beta dos games para portáteis, nem às alterações sofridas no projeto de Resident Evil 5, uma vez que o projeto final não ficou muito discrepante, comparado às versões de teste.

RESIDENT EVIL 1 BETA

Uma versão beta e jogável de Resident Evil 1 ganhou bastante destaque entre os gamers, tendo surgido há pouco tempo, coincidentemente 15 anos depois da estréia do jogo. É uma versão em um estágio de produção bem inicial, contendo os dois personagens principais do game, Jill e Chris, mas com uma série de detalhes ausentes ou modificados da versão final. Fala-se que Resident Evil 1 possui muitas versões de demonstração, sendo elas inclusive utilizadas como amostra em eventos no Japão. Esta versão jogável, em estágio inicial (chamada de “Alpha”) foi disponibilizada pelo site Hidden Palace. Confira alguns vídeos (no primeiro, pule para 7:00min! pois é onde o vídeo de fato começa):




As versões “Alpha” são datadas de 4 de Agosto de 1995 e 4 de Outubro de 1995, respectivamente. As diferenças em várias partes do game são várias, para quem jogou o primeiro Resident Evil.

 

RESIDENT EVIL 1.5 (RESIDENT EVIL 2 BETA)

O desenvolvimento de Resident Evil 2 começou ainda em 1996, pouco tempo depois da produção do primeiro game, com data de lançamento para o PlayStation marcada para março do ano seguinte. À medida que a data de lançamento se aproximava, Shinji Mikami, criador da franquia, se mostrava cada vez mais descontente com vários aspectos do jogo. Segundo o produtor, as idéias gerais para o game eram boas, mas não funcionavam bem em conjunto. Mikami, inclusive, não teria ficado satisfeito com os gráficos e nem com o clima imposto no game. O produtor ainda estava insatisfeito com o roteiro, acreditando que ele não despertaria o interesse dos jogadores, caso novas continuações fossem lançadas. Frente a tantas insatisfações, a Capcom determinou, faltando apenas um mês para RE2 chegar às lojas, que os desenvolvedores reiniciassem seus trabalhos, mesmo estando com 80% do projeto finalizado. Com isso, dentro da Capcom, a versão rejeitada de Resident Evil 2 passou a ser conhecida como “Resident Evil 1.5”. Esta versão não-finalizada trazia como protagonistas Leon S. Kennedy, que foi mantido na versão lançada pela Capcom; e Elza Walker, personagem que deu lugar à Claire Redfield.

Elza possuía características que a assemelhava à Claire: era uma jovem estudante e também motociclista. Na esperança de recrutar companheiros fãs de motos para formar uma equipe de corrida, ela deixa sua cidade natal e se muda para Raccoon City. Presa em meio ao caos, ela busca abrigo na delegacia de polícia da cidade. Apesar de algumas semelhanças com Claire, Elza não possuía ligação com nenhum personagem de Resident Evil 1, ao contrário de Claire, que foi concebida como a irmã de Chris Redfied. Já Leon, em Resident Evil 1.5, foi criado, em um primeiro momento, à imagem e semelhança de Chris, tendo depois ganhado traços mais personalizados. Diferentemente da versão final, Leon começaria o jogo no heliporto da R.P.D., e não nas ruas da cidade. Sua primeira estratégia seria dirigir-se ao escritório do delegado Brian Irons, à espera de resgate, mas pouco a pouco ele vê seus companheiros se transformando em mortos-vivos e em potenciais ameaças.

Alguns personagens secundários que apareceriam em Resident Evil 1.5 merecem destaque. Os personagens da família Birkin: Sherry, Annette e William, estariam presentes em Resident Evil  1.5. Uma personagem chamada Linda era uma cientista da Umbrella, jogável no cenário de Leon, e suspeita-se que ela era uma versão protótipo de Ada Wong. Já o delegado Brian Irons seria um homem de boa índole, ao contrário do mostrado em Resident Evil 2. Com relação aos inimigos, em Resident Evil 1.5 eles eram diferentes dos mostrados em Resident Evil 2. Havia zumbis gordos, que corriam,  de diferentes sexos e raças, e apareciam em maior quantidade, sendo mais ágeis que os zumbis de Resident Evil 1. Havia um monstro metade homem, metade aranha, que parecia uma versão evoluída das chimeras do primeiro game, e havia também gorilas e aranhas comuns, estas, que se deslocavam pelos dutos de ventilação. O game ainda apresentava os clássicos dobermans, e também pastores alemães, exclusivamente na delegacia de polícia. Já Willian Birkin também teve sua versão protótipo: com apenas duas versões de transformações exibidas, tinha o corpo volumoso e com diversos vasos. Ele chamava pela filha Sherry repetidamente, enquanto vagava pelos cenários.

 

Nos vídeos abaixo, mais detalhes sobre Resident Evil 1.5 são revelados. É a versão beta da série Resident Evil que possui mais informações difundidas pela rede. Apesar disso, o material é bastante raro, portanto, vale a pena ver cada segundo dos vídeos. Assim como na versão beta de Resident Evil 1, existem versões jogáveis de Resident Evil 1.5 espalhadas pelos cantos obscuros da internet, porém o material, que é disponibilizado por grupos de fãs diferentes e conta com o auxílio de “mods” pra funcionar, não raro estão repletos de bugs e problemas em seu gameplay; uma versão oficial e executável com perfeição de Resident Evil 1.5, infelizmente, não está disponível para download.



Além da versão beta de Resident Evil 2, o game conta também com uma versão “Trial”, lançada como um disco extra de Resident Evil: Director’s Cut em setembro de 1997. Este trial apresenta diversas semelhanças com a versão final, que seria lançada quatro meses depois. Veja os vídeos:


RESIDENT EVIL DASH

Talvez seja esse um dos segredos mais bem guardados da série Resident Evil. “Resident Evil Dash” foi citado uma única vez no final de 1996, em uma entrevista que o produtor Yoshiki Okamoto, da Capcom, concedeu para a revista Genki PlayStation. O jogo seria exclusivo para o Sega Saturn, porém foi descartado para não atrasar a produção de Resident Evil 2.

A história de Resident Evil Dash seria a seguinte: três anos após Resident Evil 1, plantas infectadas passaram a atacar os moradores de Raccoon City, após a descoberta de uma sala secreta sob o laboratório onde Tyrant foi criado. Os eventos levariam dois novos personagens à mansão de Spencer, e mostraria os efeitos do tempo, como rachaduras e teias de aranha, contando inclusive com novas salas. “Dash” contaria também com um “Battle Game” e com novas versões dos monstros Tyrant e Hunter.

Resident Evil Dash não possui vídeos ou imagens, mas o site SurvivHor criou uma página exclusiva sobre o game. Clique aqui e confira!

 

RESIDENT EVIL ZERO BETA (NINTENDO 64)

Resident Evil Zero foi apresentado pela primeira vez na Tokyo Game Show do ano 2000. O jogo seria lançado originalmente para o Nintendo 64, já que a Capcom acreditava que a tecnologia dos cartuchos era a mais adequada para suportar o sistema de troca de personagens e controle simultâneo dos mesmos, chamado de “Partner Zapping”, sistema este inviável no PlayStation ou no Dreamcast, devido aos demorados loadings. Outro fator que pesava a favor para o lançamento do jogo no console de 64bits da Nintendo era o sucesso da conversão de “Resident Evil 2” para o Nintendo 64, feito considerado por muitos analistas da época como “um milagre”, uma vez que o jogo coube todo em apenas um cartucho, não perdendo tanto em qualidade, comparado à versão do console da Sony. Até um comercial sobre o desenvolvimento do game para o N64 chegou a ser veiculado em alguns locais. Confira:

No entanto, apesar de todo este quadro definido, a transição dos 64bits para os 128bits fez com que a Capcom mudasse de planos. A produtora decidiu lançar Resident Evil Zero no Nintendo GameCube, sendo obrigada a rever a idéia do sistema “Partner Zapping”, visto que o GameCube possuía mídia em disco, e os loadings voltariam a ser um problema. A Capcom manteve a história que seria contada na versão do N64, e os gráficos do game foram brutalmente melhorados, para fazerem frente aos gráficos apresentados por Resident Evil Remake, lançado anteriormente também para o cubo da Nintendo.

Apesar de a história ter se preservado, da versão do N64 pra versão do GameCube, os personagens, inimigos, e alguns outros itens foram modificados, de uma versão para a outra. Billy Cohen, por exemplo, possuía um cabelo um pouco maior na versão beta, e a tatuagem de seu braço era bem diferente da mostrada na versão final. Já Rebecca Chambers foi a que mais mudou. Suas botas e blusa ficaram diferentes, e as ombreiras de seu uniforme foram retiradas na versão do GameCube. Além disso, a “rookie member” também usava uma boina branca dos S.T.A.R.S., na versão do N64. O inventário integrado de Billy e Rebecca, que também abrigava o sistema “Partner Zapping”, passou por diversas edições até chegar ao padrão final. Ainda assim, ele não era tão variado como o da versão do GameCube, sendo bastante semelhante com o esquema do inventário de Resident Evil 2. Confira alguns vídeos de gameplay da versão beta de Resident Evil Zero:



RESIDENT EVIL 4 BETA

Resident Evil 4 foi, provavelmente, um dos games da série de horror que tiveram mais problemas, durante o seu desenvolvimento. O jogo teve nada mais, nada menos que três versões descartadas pelos produtores da Capcom, antes do produto final ser lançado, em 2005. As idéias iniciais para a produção do jogo surgiram entre os anos de 1998 e 2000, e inicialmente o game seria lançado para o PlayStation 2. O diretor de Resident Evil 2, Hideki Kamiya, liderava o projeto. No primeiro ano de produção, a equipe definia o enredo do game, enquanto viajava pela Espanha para estudar sobre a arquitetura dos castelos do país. A Capcom acabou entendendo que toda aquela pesquisa era estranha demais ao universo Resident Evil, e, com isso, os produtores começaram o jogo do zero. Esta primeira versão beta de Resident Evil 4 foi reaproveitada e deu origem a “Devil May Cry”, lançado em 2001.

Foi em 2001, inclusive, que a produção de Resident Evil 4 foi retomada, dessa vez para ser lançado exclusivamente para o Nintendo GameCube, com o codinome “Fog Version”. O primeiro resultado desse novo trabalho foi revelado na Tokyo Game Show 2002, com Hiroshi Shibata (um dos designers de “Resident Evil 4”) à frente do projeto. Nesta versão, Leon S. Kennedy infiltrava uma base da Umbrella na Europa que havia sido infectada pelo Progenitor Virus. A Capcom, mais uma vez, achou o projeto inadequado, ordenando que a produção do game recomeçasse mais uma vez.

Retomando os trabalhos, a equipe de desenvolvedores começaram a trabalhar na terceira versão de Resident Evil 4, apelidada de “Hooked Man Version”. Revelada pela primeira vez na E3 de 2003, esta versão se passava em uma mansão mal assombrada, e Leon tinha que lidar com inimigos-fantasma, em um ambiente completamente paranormal repleto de referências medievais e de bonecas vivas armadas com facas. Esta versão também parecia trazer dois mundos diferentes: o mundo normal e o mundo alternativo, muito similar à proposta de Silent Hill 1. Shinji Mikami, um dos criadores da franquia, acabou por considerar esta versão “assustadora e espiritual demais” para os padrões de Resident Evil e, com isso, mais um projeto em andamento de Resident Evil 4 foi descartado. Alguns elementos desta versão beta acabaram sendo aproveitados na versão final que todos conhecemos, como alguns movimentos de câmera, a luz de laser que sai da Handgun de Leon, a habilidade de atirar granadas, dentre outras. Alguns boatos dão conta de que esta terceira versão de RE4 só não se tornou a definitiva porque, na história do jogo, um vírus tomava conta do corpo de Leon e o matava, no fim do game.


Em 2003, Mikami apresentou à Capcom uma nova trama, que trazia Leon em uma missão de resgate na Espanha, tentando completar seus objetivos em um vilarejo consumido pelo T-Virus. A Capcom acabou vetando a ideia dos zumbis, temendo que o resultado fosse uma versão muito semelhante aos games anteriores, porém, decidiu aprovar o restante da trama. Resident Evil 4, enfim, chegava às lojas americanas em 11 de janeiro de 2005, e para muitos representou uma revolução na série e na maneira de se encarar games de terror. Exatamente como Shinji Mikami pretendia.

RESIDENT EVIL 7 TEASER: BEGINNING HOUR

Após o lançamento de Resident Evil 5, Resident Evil 6, e o lançamento da série spin-off Resident Evil Revelations, a franquia ganhou, de certa forma, mais uma versão “beta” de um de seus jogos canônicos: antes de Resident Evil 7 ser lançado oficialmente em janeiro de 2017, a Capcom disponibilizou para os jogadores um “teaser jogável” do jogo, primeiro no PS4 e posteriormente no Xbox One e PC. O teaser jogável seguia a linha do projeto P.T., do cancelado Silent Hills, e nele controlávamos o protagonista Ethan e tínhamos que encontrar uma forma de saírmos vivos da casa dos Baker. O teaser fez bastante sucesso entre os jogadores, atiçou a curiosidade de todos e recebeu atualizações que aumentavam o leque de opções executáveis no gameplay.

E então, amigo leitor, você conhecia todas estas versões beta de Resident Evil? Gostaria de ter jogado alguma delas? Conte pra gente nos comentários!

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