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EvilTalk – Por que o 3DS ficou pequeno para a grandeza de RE Revelations?

No EvilTalk, nossos redatores irão apresentar, em texto, suas opiniões acerca dos mais variados assuntos que envolvem a franquia Resident Evil e demais obras do terror/survival horror, em uma narrativa questionadora e que dará preferência à abordagem de temas polêmicos e que geram discussão na base de fãs do jogo em questão.

ATENÇÃO: todo o exposto nos textos do EvilTalk refletirão unicamente as opiniões e convicções do Redator responsável pela publicação.

Neste texto, o tema abordado pelo nosso Redator André Franco (AvcF) foi: Por que o Nintendo 3DS ficou pequeno para a grandeza de Resident Evil Revelations?

Resident Evil Revelations foi para mim, antes de tudo, uma surpresa. Digo isso por dois motivos, sendo que o primeiro acabou levando ao segundo por consequência. O primeiro motivo foi o pé esquerdo com que a Capcom começou com seus jogos Resident Evil no 3DS, começando pelo lançamento da picaretagem conhecida por 3D Mercenaries.

Mercenaries 3D era apenas uma reciclagem do que originalmente foi um modo de jogo em Resident Evil 4, porém lançado como se fosse um jogo inteiro (e com preço inteiro também, claro); uma clara jogada para pegar trouxas que haviam acabado de comprar um 3DS e estavam ansiosos por um game Resident Evil. Para piorar o que já era ruim, Mercenaries 3D ainda por cima impedia o jogador de apagar seus saves, uma medida autoritária que claramente visava àqueles que pudessem querer revender seu jogo. Diante disso, eu fiquei bastante decepcionado com a postura da Capcom diante do 3DS, que somado ao lançamento de um port caça-níquel de Street Fighter IV parecia ver o portátil somente como um depósito de games rápidos e sem capricho.

Meu estado de espírito começou a mudar quando eu vi as primeiras informações sobre Resident Evil Revelations, cujos materiais de divulgação indicavam um jogo com valor de produção incomum para um console portátil. O que a princípio poderia sugerir ser um spin-off qualquer, rapidamente mostrou-se um game robusto e assustador como há tempos não se via na série – sobretudo após a decepção que foi Resident Evil 5.

Como demorei para comprar o 3DS, acabei consequentemente demorando para experimentar Revelations, cuja compra por sinal foi feita com bastante reticência de minha parte. Felizmente meu temor estava errado e assim que liguei o 3DS XL me dei conta de que havia iniciado um grande game.

De cara dá para dizer que Revelations foi feito como se fosse um game de console de mesa, tamanho o capricho da produção. Tecnicamente foi, durante um tempo, o jogo mais impressionante que já vi para um game portátil – superando inclusive tudo que já vi no PSP e até mesmo alguns títulos do PS Vita – com belos gráficos, efeitos e animações, e tudo rodando a uma quantidade constante de quadros por segundo, com pequenas quedas ocorrendo apenas em momentos em que há carregamento de tela (por exemplo, ao entrar em um elevador e obrigar o jogo a carregar um setor novo no mapa). Há também boa variedade de ambientes presentes durante a campanha, tanto dentro do enorme transatlântico Queen Zenobia, quanto em outras localidades presentes nos diversos capítulos do jogo. Por outro lado, o design presente no jogo é impecável, tanto nos diversos monstros com suas deformidades e aspectos terríveis, quanto nos cenários que variavam desde locais grandiosos e luxuosos até trechos claustrofóbicos, sujos e escuros. Sei que é algo subjetivo, mas sobre o design de personagens, só não consigo engolir aquele design “boladão” e “alexandrefrostanesco” que assumiram para o Chris em Resident Evil 5.

O som por sua vez foi outro setor com nota 10 no jogo, com grande quantidade de diálogos dublados, efeitos muito bem feitos e presentes nos momentos certos, e as trilhas cumprindo muito bem o papel em criar situações de tensão e emoção. Ainda nesse sentido, fica a recomendação de jogar com fones de ouvido no 3DS, pois com eles a sonoridade ganha uma profundidade muito legal graças aos excelentes efeitos estéreos, que inclusive ajudam a localizar a posição dos monstros a depender do volume de seus grunhidos e urros.

O gameplay foi muito bem adaptado ao 3DS, os comandos funcionam com boa precisão e os personagens se movimentam adequadamente. A melhor novidade nesse sentido é que finalmente os personagens podem carregar a arma e andar ao mesmo tempo, diferentemente do que ocorria nos REs 4 e 5 à época, em que o jogador fica plantado feito um poste somente para trocar o pente de munição, o que ocasionava mortes idiotas e frustrantes. A tela de toque também mostra sua utilidade nesse jogo, servindo de atalho para troca de armas, exibidor de mapa e até mesmo auxiliar para movimentar a câmera. A única coisa que me incomodou foi o defeituoso sistema de esquiva e a ausência do sistema de pontos fracos iniciado em RE 4, ou seja, em Revelations é impossível, por exemplo você paralisar momentaneamente um monstro atirando em sua perna, para em seguida aplicar um daqueles golpes especiais matadores. Em Revelations os monstros ficam paralisados apenas quando recebem tiros com armas customizadas para tal intento, sendo portanto algo raro e pouco útil.

Falando em ausência, há uma positivíssima por outro lado, que foi a extinção dos infames e pretensamente cinematrográficos QTEs, recurso que só serviu até hoje para encher o saco e tentar justificar as toneladas de filminhos que foram enxertados nos jogos numerados da época. Ainda no quesito gameplay, foi muito legal perceber a volta do esquema de exploração e tensão dos primeiros games – incluindo até um trecho que o jogador fica sem arma – ao mesmo tempo que novidades foram inclusas na forma de uma situação de tiro em trilhos e três momentos de mergulho.

Por se tratar de um portátil, a Capcom inteligentemente criou um sistema de capítulos com um sub-capítulo na metade, fazendo com que o jogo tenha sessões de jogo mais curtas que as dos games da série principal. Dessa forma, cada capítulo tem três saves automáticos, possibilitando ao jogo ser aproveitado em partidas curtas, algo conveniente e prático. E por falar em partidas rápidas, há além da campanha principal o modo Raid, que consiste em uma série de fases com o foco em ação, mas diferentemente do que havia em Mercenaries, as missões ocorrem em fases ao invés de arenas. Além disso, o modo Raid também conta com customização de armas e modo multiplayer online.

Realmente a Capcom tratou Revelations como um grande game, tão grande que o 3DS ficou pequeno para o jogo, pois tal qual água e óleo não se misturam, as palavras Capcom e exlusividade não costumam encaixar na mesma frase: Revelations já foi relançado em HD para X360, PS3, XOne e PS4, PC, Wii U e Switch. Tenho minhas dúvidas se esse tipo de port presta, mas de qualquer forma, dada a qualidade do jogo, creio que o público desses consoles devia tentar. Eu arrisquei e não me arrependi, pelo contrário, fazia tempo que não me divertia tanto jogando um Resident Evil.

Texto original do nosso Redator André Franco (AvcF), publicado em seu blog Loading Time.

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