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EvilFiles – Resident Evil 4 (Análise)

Resident Evil 4 demorou um pouco para dar as caras. Depois de CODE: Veronica, a Capcom bombardeou o mercado com versões menores de Resident Evil, com um inédito Resident Evil Zero e com um impressionante remake para o GameCube, mas nenhum destes jogos era uma sequência verdadeira para a linha de história que havia parado no título de Dreamcast. Muito suspense foi feito em relação a Resident Evil 4, e os jogadores, mesmo ansiosos para ver como seria o novo game, ficaram extremamente decepcionados quando a produtora anunciou que ele seria exclusivo de GameCube.

O protesto seguia o raciocínio de que a série havia começado nos consoles da Sony e seria traição lançá-lo em um videogame da Nintendo.. mas o que os jogadores ainda não sabiam era o quão expressivo e valoroso se tornaria Resident Evil 4 após seu lançamento, e nas mais diversas plataformas!

Ano de lançamento: 2005
Publicadora/Desenvolvedora: Capcom
Gênero: Survival Horror – Tiro em Terceira Pessoa
Diretor: Shinji Mikami
Número de jogadores: 1

A história de Resident Evil 4 segue o agente especial do governo dos Estados Unidos Leon S. Kennedy, que é enviado em uma missão para resgatar Ashley Graham, filha do presidente americano, que foi raptada por uma seita macabra. Leon precisa resgatá-la a qualquer custo e, quando chega ao local da missão, uma área rural espanhola, descobre que os habitantes do vilarejo, mesmo não sendo parecidos com os zumbis de sempre, não aparentam ser humanos. Eles atacam o policial assim que ele chega ao vilarejo, e assim começa a saga. Durante a missão, Leon ainda se surpreende ao reencontrar a misteriosa espiã Ada Wong, com quem teve uma espécie de affair em Resident Evil 2.

Houve quatro versões do game antes da versão final que foi lançada. A primeira foi anunciada para PS2 e o diretor seria Hideki Kamiya (que havia dirigido RE2 e, recentemente, Viewtiful Joe), mas foi cancelada e transformada em Devil May Cry. A segunda versão foi transferida para o GameCube e trazia Leon combatendo uma espécie de névoa que transportava o vírus, e a terceira mostrava um inimigo com um imenso gancho, que chegou até a ser incluído na logo do game. A quarta versão nunca foi mostrada ao público e foi cancelada quando Shinji Mikami (que havia dirigido o primeiro RE e fez a série Dino Crisis) entrou no projeto, inciando a versão final que chegou às lojas. É possível encontrar vídeos das versões anteriores na internet, e mais detalhes sobre estas versões “beta” de RE4 você pode conferir acessando o link abaixo.

[ LEIA TAMBÉM | EVILSPECIAL – VOCÊ CONHECE TODAS AS VERSÕES “BETA” DE RESIDENT EVIL? ]

Resident Evil 4 foi lançado em Janeiro de 2005, e com pouco tempo de estrada logo já se tornou aclamado como um dos melhores (senão o melhor) jogos do GameCube. A grandeza do jogo foi expressiva, e, com isso, a exclusividade durou pouco tempo. Uma adaptação para PS2 foi iniciada, cercada de muita polêmica, acompanhada inclusive da saída de Mikami da Capcom, por ser radicalmente contrário à conversão do jogo a outras plataformas. Shinji Mikami havia afirmado que cortaria sua própria cabeça se a exclusividade do GameCube fosse quebrada. Seria o PS2 capaz de produzir gráficos com a mesma qualidade do console da Nintendo, tecnicamente mais poderoso?

Um ano passou entre uma versão e outra, e, para a surpresa dos jogadores, a versão de PS2 conseguiu não apenas manter (quase) o mesmo nível gráfico de antes, mas também adicionar diversos extras inéditos. A Capcom adicionou conteúdos adicionais feitos especificamente para o PlayStation 2, que mais tarde também foram incorporados nas versões de Windows e Wii. A maior adição é o minijogo “Separate Ways”, que gira em torno do envolvimento de Ada Wong durante a campanha principal e sua conexão com Albert Wesker, um ex-membro dos S.T.A.R.S., que agora está tentando reviver a Umbrella. “Ada’s Report”, um documentário de cinco partes, analisa a relação de Ada com Wesker e seu papel na trama. Outros conteúdos desbloqueáveis em todas as versões incluem o minijogo “The Mercenaries” e “Assignment Ada” (em que o jogador, controlando Ada, deve recuperar amostras de plagas), além de novos trajes para Leon e Ashley, novas armas desbloqueáveis e os filmes do jogo.

Uma das maiores mudanças entre RE4 e os anteriores veio com o reposicionamento da câmera. A visão ficava por cima do ombro do protagonista, Leon S. Kennedy, em um visual 3D que mais lembra games de ação do que de survival horror. A novidade causou certo estranhamento a princípio, mas logo foi possível perceber que a essência de  Resident Evil 4 não estava, nem de longe, no posicionamento da câmera. Ao contrário dos jogos anteriores da série, há a adição de uma mira laser que adiciona uma nova profundidade ao apontar, permitindo que o jogador mire em várias direções e facilmente mude sua colocação em qualquer momento. Balas afetam os inimigos especificamente onde são atingidos: tiros nos pés podem fazer os inimigos tropeçarem, enquanto tiros nos braços podem fazer eles largarem suas armas. O inventário do jogo também foi uma novidade na franquia: apresentava um sistema de grade, representado por uma pasta executiva, em que cada item ocupa um certo número de espaços. A maleta pode ser atualizada várias vezes, liberando mais espaço para novos itens.

Ashley, a filha do presidente, adiciona um aspecto à jogabilidade: depois de encontrá-la, você deve protegê-la e ajudá-la a passar por obstáculos. Já as batalhas contra chefes são tensas e inesquecíveis, e a estrutura da jogabilidade é versátil e possibilita diversas táticas diferente. Há muito mais inimigos do que nos games anteriores, e as sequências são bem mais movimentadas. Mesmo assim, a essência do horror permaneceu. Outro novo aspecto de Resident Evil 4 é a inclusão de controles sensíveis ao contexto. Com base na situação, o jogador pode interagir com os aspectos de seu ambiente: derrubar uma escada, saltar de uma janela ou esquivar-se de um ataque inimigo. Há também eventos em tempo real, no qual o jogador deve pressionar os botões indicados na tela para executar ações como correr de uma pedra caindo ou lutar um inimigo para se manter vivo. Este recurso é incorporado muitas vezes em muitas batalhas contra os chefes do jogo, onde o jogador deve evitar ataques que causam morte instantânea.

Graficamente, Resident Evil 4 se mostrou brilhante no Game Cube, com destaque na adição de grandes quantidades de detalhes para os personagens e também na coreografia das lutas e modelagem tridimensional em sequências cinemáticas. A trilha sonora em si é competente, mas não tão marcante quanto a dos Residents clássicos.

Além do PS2, Resident Evil 4 recebeu ports para PC (publicado pela Ubisoft) e Wii. Foi feita também uma versão mobile, para Zeebo e iOS (lançada no Japão, mas rapidamente removida da App Store). Com o lançamento do iPad, a versão para iPhone foi refeita em HD, sendo chamada de Resident Evil 4: iPad Edition (sim, é sério…). Em 2011, a “HD Edition” foi lançada para PlayStation 3 e Xbox 360. Em abril de 2013, foi lançado para Android, no japão. Já em fevereiro de 2014, o jogo foi relançado para PC, recebendo agora o nome de Resident Evil 4 Ultimate HD Edition, e trazendo gráficos melhores do que as versões de PS3 e Xbox 360. Finalmente, em agosto de 2016, essa versão de PC foi portada para a atual geração de consoles, PlayStation 4 e Xbox One. Ufa!

[ LEIA TAMBÉM | EVILTALK – POR QUE RESIDENT EVIL 4 É O JOGO “ARROZ DE FESTA” DA CAPCOM? ]

Resident Evil 4 recebeu aclamação da crítica e recebeu uma pontuação global de 96 de 100 no Metacritic para as versões de GameCube e o PlayStation 2. No Game Rankings, estas versões também têm a classificação mais alta, que superam 95% de aprovação. Além do jogo, os personagens e a história em geral receberam comentários positivos. O jogo ganhou muitos prêmios de Jogo do Ano em 2005, ganhou o “GOTY” (Game of the Year) do VGA Awards, o “Oscar dos Games”, e foi visto como um sucesso multiplataforma que influenciou a evolução dos gêneros survival horror e de tiro em terceira pessoa. O jogo também foi pioneiro e popularizou a perspectiva de visão “sobre o ombro” em terceira pessoa. É considerado como um dos jogos mais influentes da década de 2000, tendo redefinido o gênero survival horror, enfatizando reflexos e mira precisa e ampliando assim a jogabilidade da série com elementos de ação.

Adjetivos não faltam a Resident Evil 4, portanto, mais fácil é resumí-lo em uma só sentença: é um dos melhores jogos de todos os tempos!

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