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EvilSpecial | Análise: The Callisto Protocol

“The Callisto Protocol é simples em tudo aquilo a que se propõe, e isso e é o seu maior acerto.”

Desde quando foi anunciado, The Callisto Protocol gerou grande expectativa na maioria dos aficcionados do gênero de survival horror, pois ele estava sendo desenvolvido pelo mesmo criador do icônico Dead Space, Glen Schofield. Mas será que o game foi capaz de atender tais expectativas?




Igual, mas só que não

The Callisto Protocol não se preocupa em se parecer com Dead Space, desde a câmera em terceira pessoa à algumas mecânicas de gameplay e interface. Tudo que vimos no game 10 anos atrás é referenciado nele, porém Callisto aposta mais no sistema corpo a corpo, gore e mutilação, o que impacta diretamente em sua mecânica, principalmente dando destaque para os desmembramentos e às mortes cinematográficas do protagonista Jacob.

História simples, porém interessante (sem spoilers)

A história do jogo se passa no ano de 2320 e acompanha Jacob Lee, um entregador espacial freelancer que tem sua nave invadida e que acaba caindo na Lua de Jupiter, Callisto. Lá ele é preso junto com uma das invasoras de sua nave, Dani Nakamura, e juntos são enviados à prisão Iron Black. Assim que chegam na prisão um surto acontece e todos que são infectados começam a se transformar em seres mutantes, aterrorizantes e violentos. Assim começa a luta pela sobrevivência de Jacob, Dani e de outros personagens que aparecem durante a trama.

A História é simples e os plot twists não são grandiosos, mas isso não a torna desinteressante. Ela também tem um grande apelo cinematográfico, não só por parte dos atores de peso que compõem o game, como Josh Duhamel, que atuou em Transformers e a atriz Karen Fukuhara, conhecida como a Kimiko em The Boys; mas também nas escolhas criativas de cenas que são super valorizadas graças aos gráficos de última geração.

The Callisto Protocol bebe bastante da fórmula de grandes sucessos de terror, como o já mencionado Dead Space, Alien: Isolation, Resident Evil e muitos outros. A todo momento nos sentimos bombardeados de referências e isso de fato é nostálgico. Inclusive existem momentos que foram retirados totalmente de Resident Evil 6 (sim, justamente Resident Evil 6): a parte final do game, por exemplo, parece uma homenagem ao sexto título da franquia e vai causar uma sensação familiar ao jogador.



Gameplay datado, ou proposital?

A estrutura do jogo é simples, o mapa é linear e até existe um caminho ou outro diferente, porém todos levam ao mesmo lugar. Também não existe um GPS para te guiar, mas isso dá um toque de realismo a ele. A exploração é um dos pontos fortes do game, você não precisa dar grandes voltas para encontrar um cartão de acesso para uma porta bloqueada, a escassez é pontual e caso explore bem você é muito bem recompensado, além de encontrar itens chave para entender a história, armas, munição e vida. Os cenários dessas zonas exploráveis em sua maioria são muito bem construídos e fornecem uma experiência ou situações novas que não seriam vistas caso o jogador tivesse escolhido não dar uma olhada, mas cuidado, garantimos que não será tão fácil.

A física também foi projetada para passar a sensação de realismo, você sente o peso do personagem e a força de cada golpe aplicado e recebido dos inimigos. A jogabilidade mais travada é proposital para que você fique vulnerável, os inimigos são mais rápidos, mais fortes do que você e o jogo quer que você sinta isso. The Callisto Protocol quer te lembrar a todo momento que você está sozinho, o jogo praticamente não tem música de fundo e a única coisa que você vai escutar serão sons de metal rangendo, inimigos andando nas tubulações, te espreitando ou se lamentando por trás das paredes.

Tudo nele é bem simples, o gameplay consiste em desviar e atacar. No começo parece confuso e você vai morrer algumas vezes até pegar o tempo certo, mas assim que entende que para desviar é só segurar o analógico para o lado, ele acaba se tornando fácil até nas dificuldades mais altas. Algo que pode incomodar é quando você enfrenta vários inimigos de uma só vez, sua posição com relação a eles pode tornar a esquiva quase inútil e frustrante, o uso de vida também é demorado, ela requer uma animação para ser ativada e é quase impossível de ser usada em situações de perigo.



O jogo conta com um sistema de progressão de armas, você pode usar uma impressora 3D para deixar tanto o seu bastão de choque quanto as suas armas de fogo mais fortes, porém o bastão de choque ainda vai ser seu maior aliado durante a jornada. Na primeira vez que este Redator zerou o jogo, por exemplo, não consegui testar todas as armas e por existir apenas um tipo de arma corpo a corpo isso tornou o jogo maçante em algumas partes. Ao avançar você liberará algumas novas mecânicas de gameplay, como o sistema GAR, que é bem parecido com o Stasis Module de Dead Space, que consiste em puxar ou lançar objetos e inimigos em elementos do cenário, podendo auxiliar na criação de combos ou até te salvar de uma situação mais delicada.

Outra coisa que também pode incomodar durante a jogatina é a variedade de inimigos, eles são poucos e com o tempo isso vai deixando o jogo cansativo, o que salva são as variadas maneiras “divertidas” de matá-los, você pode jogá-los em uma parede com espinhos, em um ventilador, ou triturador, ou até de um precipício. Os inimigos também sofrem mutações ao levarem dano, então se aparecerem tentáculos, lembrem-se “shoot the tentacles”. Ao derrotar o inimigo, existe uma mecânica bem parecida com a de Resident Evil 1 Remake, onde você precisava destruir os corpos dos zumbis para não se tornarem Crimson Heads, então ao derrotar inimigos não se segurem e pisoteiem eles, isso irá garantir suprimentos e também que eles não sofram mutação e retornem em uma forma mais forte, algo semelhante ao que vemos também em Dead Space.
Grande parte da identidade visual de The Callisto Protocol está nos desmembramentos e sangue, muitas vezes o jogador pode se sentir dentro de uma obra de Quentin Tarantino, a violência em tela é enorme e você irá ver o protagonista Jacob morrer de formas bem brutais; no começo é até satisfatório, todas as cenas de mortes são bem trabalhadas e detalhadas. O jogo infelizmente erra em algumas escolhas criativas, como não ter a opção de escutar os arquivos enquanto explora, bem como não poder pular as cinemáticas e cenas de mortes, o que pode se tornar frustrante quando se morre várias vezes para um inimigo. Se tratando de um game de terror, não poderia faltar alguns Jump Scares, porém eles funcionam apenas nos momentos iniciais de gameplay e a partir de um certo ponto a maioria deles se tornam previsíveis e repetidos.

Gráficos, Ambientação e performance

Os gráficos de The Callisto Protocol com certeza são da nova geração, a iluminação, partículas, cenários, texturas, personagens e inimigos, tudo tem um toque de foto realismo. O jogo no PS5, rodando no modo Performance, é de encher os olhos, muito graças aos efeitos de Ray Tracing. As expressões faciais e a carnificina apresentada nele se tornam muito mais verossímeis graças a qualidade gráfica.

A versão de PS4 do game não fica pra trás e também possui gráficos impressionantes, apesar de parecer não estar bem otimizado para a antiga geração: é possível presenciar algumas quedas de frames, travamento nos menus, e alguns detalhes na iluminação que dependendo da posição com relação ao personagem deixavam eles com aspecto de plástico.



No PC ele recebeu diversas críticas e infelizmente até o momento encontra-se quase injogável, apresentando problemas de queda de frames e congelamentos de tela até nos PCs mais potentes. A grande culpa disso se deve à má otimização e também ao sistema anti-pirataria DRM Denuvo, que já é conhecido na comunidade por causar travamento em games. A produtora já se pronunciou sobre os problemas e pretende lançar atualizações para saná-los.

Os maiores acertos de The Callisto Protocol estão no áudio, iluminação e no sistema de partículas, eles estão ótimos e se aprimorados pelo Ray Tracing proporcionam momentos lindos e que contribuem em grande parte em toda a condução do clima de terror e tensão do jogo.



Conclusão final

Com certeza The Callisto Protocol deixará sua marca entre os fãs de survivor horror, principalmente devido ao alto teor de Gore que muitas vezes podem fazer o jogador acreditar estar sofrendo um fatality do Mortal Kombat. Infelizmente algumas escolhas criativas do jogo deixam um gosto amargo na boca, que se tivessem pequenas mudanças poderiam deixar ele mais dinâmico e menos cansativo. A duração dele não é uma das maiores, ao zerar pela primeira vez pode-se levar cerca de 9 horas e infelizmente ele não te recompensa por isso, o que prejudica muito o fator replay. Então ao terminá-lo a sensação que predomina é a de que faltou alguma coisa, o que reflete bastante no preço. A versão padrão do game está saindo por R$349,90 no PlayStation e R$ 249,00 no PC, então se você pretende comprá-lo, acreditamos que seja melhor esperar uma promoção.

The Calisto Protocol é uma homenagem ao survival horror, sua abordagem simples faz com que ele seja um deleite para os apaixonados pelo gênero. Ele entrega quase tudo que prometeu e consegue ser um ótimo sucessor espiritual de Dead Space ao mesmo tempo que propõe ser algo novo!

Esta análise foi escrita por nosso Redator Edd Kennedy, com uma cópia do jogo para PlayStation 5 e PlayStation 4



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